Prólogo

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Passos altos de salto eram ouvidos pelos corredores do enorme castelo, uma moça jovem com roupas de empregada carregava uma bandeja com comida, seus cabelos encaracolados estavam amarrados em um coque alto.

Ela andou rapidamente pelos corredores até chegar em uma enorme porta, batendo logo em seguida, um "entre" seco foi ouvido e ela entrou no grande quarto colocando a bandeja nos braços do homem bonito na cama.

—Bom dia Majestade—A moça se curvou.

—Bom dia Anália—O rei cumprimentou comendo a comida da bandeja de prata.

Ao lado de sua comida uma carta branca com o símbolo de Berrwors que era o de uma águia, ele pegou a carta a abrindo para ler a mensagem escrita. Seus lábios se curvaram em um sorriso arrogante, colocando a carta ao seu lado.

—Anália, mande que preparem a carruagem, logo depois chame as outras criadas para pegarem meus trajes reais, afinal, hoje é um dia importante.—Exigiu o rei.

—Sim majestade—A moça saiu da sala para cumprir os mandados.

—Bom dia, meu querido irmão.—Uma moça de longos cabelos loiros entrou no quarto.

—Olívia, além de sair à noite escondido, agora perdeu sua educação?—O Rei Alexander respondeu.

—Não seja cruel irmão, sabe que eu tenho alguns… assuntos para resolver.—Olívia deu algumas risadinhas.

—Do que você precisa irmã?

—Eu ontem à noite joguei alguns jogos que envolviam dinheiro e agora estou devendo, entende?—Olívia fez beicinho.

—Você me prometeu que não iria mais jogar esses jogos novamente Olívia, por que foi até lá?—Alexander franziu o cenho, lançando um olhar furioso para Olívia cujo olhos safiras desviaram envergonhada.

—Eu estava entediada, você sabe que não se tem nenhuma diversão neste castelo.—Ela resmungou.

—Papai vai ficar furioso com você, peça à ele o dinheiro para pagar as pessoas que você está devendo, não quero que manche a nossa reputação por dever dinheiro.—Alexander se voltou para a carta em sua mesa dando um pequeno sorriso.

—Maninho você sabe que se ele souber vou levar bronca e ainda posso receber um castigo, não seja cruel comigo.—Olívia fez beicinho.

Alexander suspirou.

—Está bem, mas essa é a última vez.—Ele abriu sua gaveta ao lado de sua cama e tirou um saco de moedas de ouro e os jogou para Olívia que os pegou rapidamente no ar.

—Você é o melhor irmão que alguém poderia ter!—Ela imediatamente saía do quarto para ser parada por Alexander.

—Você me preocupa cada vez mais Olívia, a cada vez que você sai sempre tem alguma dívida para pagar depois, quando você finalmente vai crescer?—Alexander sussurrou se levantando pronto para ser vestido pelos seus servos.—Espero que não tenha se esquecido do nosso compromisso hoje.

Olívia pensou por um momento, o que tinha de tão importante naquele dia além de ela poder ver o amor da vida dela a noite? Os olhos vagaram pelo quarto em busca de alguma pista até ela ver a carta encima da cômoda ao lado da cama.

—Essa carta… não pode ser…—Olívia arregalou os olhos surpresa.—Então... hoje, finalmente é…?

—Sim, hoje é o dia do meu casamento com a minha querida.

—Meus parabéns irmão, sei o quanto você esperava por esse dia, mesmo que eu não entenda o que você viu naquela garota, ela age como um homem, lembro-me de quando a conheci, ela estava com trajes um pouco… fora do comum para uma princesa.—Olívia fez uma careta se lembrando desse dia.

—Ela estava ensinando os irmãos à usarem uma espada, por isso ela se sujou e estava um pouco informal, isso é o que eu mais gosto nela, a simplicidade e a gentileza.—Ele sorriu.

—Fico feliz por você, bom, tenho algumas coisas para fazer, até mais tarde!—Olívia saiu do quarto deixando Alexander sozinho.

O Reino de Berrwors os plebeus e pessoas de alta classe, escolhiam os seus melhores trajes para a coroação de sua rainha, a princesa Isabel fizera dezoito anos alguns dias atrás e como a mais velha de dois irmãos era seu dever ser a herdeira do trono e cuidar de seu povo.

Isabel estava em seu quarto em sua banheira com água e óleos essenciais para sua pele (de acordo com suas criadas), ela olhava pela grande janela pensativa sobre o casamento arranjado.
Sua criada abaixou a pequena jarra em suas mãos, colocando mais água quente em sua banheira.

—Alteza, seu vestido já está pronto para ser vestido.

—Elisa, acha que serei uma boa rainha?—Isabel perguntou se virando para Elisa que refletiu por alguns momentos.

—Sim alteza, seus conhecimentos são incríveis e você é muito atenciosa com seus súditos, eu acho que você será uma ótima rainha e é um prazer para mim servi-la.—Elisa se curvou.

Isabel sorriu, satisfeita com a resposta de Elisa.

—Obrigada, as coisas seriam muito mais fáceis se eu pudesse governar sozinha, ou melhor, se eu não pudesse governar.—Isabel suspirou.

—Mas as mulheres jamais poderiam governar sozinhas, precisa de um companheiro e o rei Alexander é um homem bom alteza—Elisa disse timidamente temendo ter sido ousada demais.

—Eu sei... é por isso que não posso me casar com ele Elisa—Isabel se voltou para Elisa que ficou surpresa com as palavras de Isabel.—Ele é um bom homem, ele merece uma mulher que o ame de verdade, e essa mulher não sou eu, quero ver lugares, conhecer pessoas diferentes, eu quero ser livre para fazer minhas próprias decisões, nossos objetivos e sentimentos não são os mesmos.

—Alteza o que está dizendo?—Elisa estava incrédula não entendo onde a princesa queria chegar.

—Me ajude a fugir.—Isabel segurou nas mãos de Elisa que estava em choque com o pedido de Isabel.

—Mas alteza... se você se recusar a casar com Alexander, os reinos entrarão em guerra, pense melhor nisso.—Elisa estava desesperada.

—Meus pais saberão o que fazerem só não quero decepcionar a todos, se eles verem que eu sumi talvez eles possam fazer outro tratado de paz.—Isabel se levantou da água, seu corpo nu sendo coberto por um roupão pela criada.—Você irá me ajudar, certo Elisa?

—Qualquer coisa para você alteza mas... e se nos pegarem?—Elisa estava tremendo.

—Eles não irão, eu costumava sair a noite pelas ruas, Elisa, se esqueceu?—Isabel sorriu agora sendo vestida por Elisa.

—Tempos em que o rei e a rainha ficavam desesperados pelo seu desaparecimento, seus irmãos sempre acobertavam suas travessuras, mas diferente daquele tempo, agora você não vai voltar.—Elisa disse preocupada.

Isabel sorriu enlaçando seus braços magros nos ombros de Elisa que devolveu o abraço já que Isabel era como uma filha para Elisa.

—Eu ficarei bem, apenas quero que este reino esteja em segurança e que você esteja bem, não diga a ninguém sobre o nosso plano, prepare uma bolsa discreta com comida e água, e deixe no meu quarto logo após a coroação.—Isabel explicou.—Sei que Alexander vai estar aqui, vou pensar em algo para o distrair.

—Sim, senhora.—Elisa fazia um penteado nos longos cabelos negros de Isabel.

Meu Coração é TeuOnde histórias criam vida. Descubra agora