CAPITULO UM

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E todas as vozes que nos rodeiam aqui
Elas simplesmente somem quando você respira
Só diga a palavra e eu desaparecerei
Na imensidão
— Terifie Sea: Ed Sheeran

( Draco Malfoy )

É só um encontro, não tem nenhum bicho de sete cabeças em um encontro, pessoas fazem isso todo dia.

Chego no restaurante marcado pela empresa responsável pelos os encontros às cegas, cinco minutos antes do estimado, estaciono perto da porta principal, e saio do carro em seguida, sinto meu peito pesar, a ansiedade agitando um turbilhão de emoções dentro de mim.

Vamos lá, Draco, seja legal, engraçado, inteligente, bonito e vai dar tudo certo.

Não é tão difícil, é?

Estou realmente conversando comigo mesmo, não estou? Onde eu cheguei.

Entro no restaurante, as mesas redondas grandes, com toalhas vermelhas, espalhadas, chamam minha atenção, os lustres parecem extremamente caros, cheio de cristais, caindo como chuva, uma tentativa de deixar o restaurante mais chique, eu diria que ficou bem cafona, mas quem sou eu para entender algo de design de interiores? No centro uma mini recepção, me aproximo da mulher loira com um lindo vestido vermelho, parada atrás do balcão marrom, checando algo na prancheta.

— Boa noite. — Ela volta sua atenção para mim quando digo. — Meu nome é Draco Malfoy, minha amiga me inscreveu no encontro às cegas.

— Primeira vez então, certo? — Aceno em concordância. — Não precisa ficar nervoso, é bem tranquilo, vou te explicar um pouco de como vai funcionar, tudo bem por você?

— Sim.

O discurso é ensaiado, o que significa que não sou a primeiro garoto a suar de ansiedade antes do encontro, faz eu me sentir mais normal, várias outras pessoas passaram pelo mesmo que eu, e deu tudo certo, comigo não seria diferente.

Eu acho.

— Ótimo, o nosso encontro às cegas tem uma proposta diferente de alguns que você já deve ter visto por aí, geralmente são mais de um encontro por noite, fazem rodízio para conhecer mais pessoas, não trabalhamos assim. – Devo ter parecido aliviado, já que ela rir. — Meu nome é Luna, sou a gerente da noite, uma pessoa foi selecionada para você, por compatibilidade, o aplicativo analisa todos da UNY que estão cadastrados. – Aceno para mostrar que entendo como funciona. – Você está no grupo que vai entrar primeiro, pode se sentar nas mesas selecionadas, a sua é... — Luna volta sua atenção para a panfleta, provavelmente checando meu nome, tentando encontrar meu número. — Mesa 23, canto direito, terceira fileira, daqui a quinze minutos os parceiros de vocês chegam, eles ganharam uma placa com o número da mesa, é uma prova para vocês que realmente foram selecionados, e não simplesmente escolheram sentar ali.

— E se eu não gostar do cara?

– Se o senhor se sentir incomodado de alguma forma, existe um botão em ambos os lados da mesa, na parte de baixo, próxima à beira, quando acionado, nós vamos até o senhor e ajudamos com o possível, se quiser sair por si próprio, pode vim até mim e avisar, irei comunicar ao parceiro depois que você se for.

— Parece bastante seguro.

— O programa foi criado por um grupo de ex alunos da UNY, pensando na segurança e na diversão dos próximos alunos, nossa equipe toda é preparada para intervir com qualquer tipo de situação que pareça desconfortável, para qualquer um de vocês, se precisar que te acompanhem até o carro, podemos fazer isso também.

— Agradeço por isso.

– O objetivo é que vocês relaxem, se divirtam e conheçam alguém interessante, em segurança. – Ela sorri para mim, percebo sua tentativa de me acalmar, quero agradecer a ela por isso. – Vai ficar tudo bem Draco, primeiros encontros poder ser divertidos.

Luna me leva até a mesa, minha cabeça já está começando a me trair, não sei como funciona um encontro desses, como se começa uma conversa com um estranho? Cor favorita? O que faz da vida? Música favorita do Ed Sheehan?

Eu devia ter feito uma pesca com assuntos interessantes.

Tiro meu celular da bolsa, desbloqueando a tela, entro na barra de pesquisa, meus dedos parecem nervosos enquanto digito e aperto em pesquisar.

Melhores assuntos para primeiro encontro.

Um site para encontrar sugar daddy é o primeiro a aparecer, quem melhor para indicar isso do que quem vive disso, não é? Clico no link, os primeiros assuntos indicados não me surpreendem.

Elogiar a aparência.

E se eu achar ele feio? O educado seria mentir, certo? Mas começar uma relação mentindo, não seria o ideal.

O segundo tópico manda falar de música, livros, os hobbies, é uma boa, ajuda a identificar, dependendo do que ele goste, dá para a gente passar horas falando só sobre o assunto, espero que ele não seja daqueles que só sabem falar, e não escuta nada do que eu digo.

Deixo escapar um sorriso quando lembro da mensagem do grupo sobre o teste.

O próximo mandava falar de família, mas quem quer se aprofundar nisso no primeiro encontro? Não gostaria de passar horas debatendo sobre meus pais e meu irmão.

Ouço a porta se abrir, os passos dos homens entrando no salão chamam minha atenção, já deve ter se passado os quinze minutos, me ajeito na cadeira, sinto meu coração se agitar em ansiedade, coloco meu celular virado com a tela para baixo, em cima da mesa, logo algumas pessoas começam a encontrar seus pares, estou focado no casal do lado, uma garota linda com o cabelo Chanel preto, cumprimenta alegremente, um rapaz de calça jeans e uma camisa horrível, cheia de flores e caveira, muita informação para uma única peça de roupa.

Ainda estou observando a interação dos dois quando alguém para em minha frente, meus olhos segue seu corpo, o terno cinza arrumado, marcando seus músculos, a tatuagem sob a mão direita, descoberta, os anéis jogados entre os dedos, a camisa branca, sem gravata, com os dois primeiro botões abertos, faz com que a roupa pareça mais despojada do que seria, uma das mãos brincando nervosamente com o anel grande, prateado, no dedão, minha respiração falha quando viajo meus olhos até seu rosto, o cabelo preto propositalmente bagunçado, como já estava acostumado, os olhos esverdeados me encarando, uma leve surpresa pula por eles quando um sorriso aparece no canto dos seus lábios.

Ele estende o braço, a placa vermelha com o número 23 em sua mão, confirma que eu devo ter chateado muito alguma divindade, para ela me direcionar a ele como meu encontro, meu par se senta, os dedos batendo contra a madeira da mesa, fazendo uma zoada irritante, quero desviar meus olhos do seus, mas não consigo.

– De todas as pessoas, você é a última que eu esperava encontrar aqui.

Sua voz invade meus ouvidos, meu coração para, eu devo ter morrido, é alguma espécie de purgatório, tentei evitar ele a noite inteira, tira-lo dos meus pensamentos, fugir para um encontro legal, com um cara bacana, queria algo novo, ao invés disso, marquei um encontro com o passado, meu pesadelo continuo aumenta o sorriso em seus lábios, quando finalmente tomo coragem para falar:

— Harry.

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Primeiro capítulo foi curtinho.
mas CHEGOU O INCRÍVEL, ESPERADO, MARAVILHOSO Harry Potter

Encontro às cegas • DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora