Capítulo: 31

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Miguel narrando

Depois que chegamos em casa segui para meu quarto coloquei a minha mochila em um canto qualquer e peguei meu celular, abri a caixa de mensagens e haviam algumas de Katarina

Imagino que você já tenha recebido a grande notícia, então como sabe eu estou grávida e esse filho e seu, e também precisarei do seu apoio como pai para cria-lo

Revirei os olhos e coloquei o celular de lado, desci para almoçar e todos estavam sentados a mesa, do nada meu pai se levanta chamando a atenção de todos que estavam presentes

- a partir de hoje, Katarina estará retornando a nos visitar em nossa casa, pois ele irá precisar do apoio total de Miguel que é o pai da criança- falou ele me encarando

Ninguém se pronunciou, então meu pai se sentou. olhei para Lucas e ele estava um pouco triste, depois do almoço ele segue para o jardim onde ele sempre iria após as refeições,segui atrás dele que já estava sentado no banco embaixo da árvore

- lucas, você está bem ?- perguntei olhando em seus olhos

- Sim, Miguel eu estou bem - respondeu ele de cabeça baixa

- olha eu sei que você está preocupado com a volta de Katarina, mas eu te prometo que não iria deixar com que ela faça nada contra você- falei segurando em seu queixo

LUCAS NARRANDO

ALGUNS MESES DEPOIS

Haviam se passado alguns meses que Katarina havia anunciado que estava grávida, depois disso tudo mudou em minha vida, Miguel passou a ficar mais distante de mim e quando passava por mim só dava um simples sorriso

- então bicha, eu não sei o que está acontecendo com ele, parece que ele não quer mais saber de mim- falei olhando para Marcelo que estava a minha frente

Estávamos na escola havia acabado de anunciar o intervalo

- de um tempo para ele bicha, a cabeça dele deve estar uma bagunça- falou ele sorrindo

- mas já se passaram meses, de quanto tempo mais ele precisa ?- perguntei para mim mesmo

- eu não sei viado, realmente eu não sei- falou Marcelo seguramos minha mão

Logo o sinal toca novamente, voltamos para a sala é me sentei,olhei para o fundo da sala e lá estava Miguel, toda vez que eu olhava para ele , ele sorria e virava o rosto, aquelas atitudes realmente estavam me deixando um pouco para baixo, resolvi prestar atenção na aula que o professor estava aplicando, mais tarde o sinal toca para a saída peguei minha mochila e segui pelo corredor, quando alguém esbarra em mim me fazendo cair

- opá, me desculpe aí viado, não era para você ter caido- falou o garoto que havia me dado um murro no banheiro a um mês atrás

- se toca garoto, melhor ser viado e ser feliz do que um preconceituoso de merda- falei sorrindo sarcasticamente

O menino me pega pela gola da camisa me fazendo levantar do chão, ele me arremessa em um dos armários que estava ali, vejo de longe Miguel somente observando a cena, aquilo foi o suficiente para me deixar ainda mais para baixo

- a coisa ainda vai ficar feia para você viadinho, eu só estou começando- falou o garoto sorrindo

O menino me solta e acabo caindo no chão, Miguel começa a andar como se nada tivesse acontecido. Me levantei do chão e segui para o banheiro, entrei no mesmo e me encarei através do espelho, acabei dando um murro no espelho que se quebrou em milhões de pedaços, peguei um caco de vidro que estava no chão e fiquei pensando sobre o que estava fazendo, quando estava prestes a aproximar o vidro de meu braço para fazer um pequeno corte sou interrompido por um garoto que não conhecia

- não faça isso, por favor- falou o garoto me encarando

- não me conhece, não pode dizer o que devo ou não fazer- falei bem grosso

- eu não te conheço, mas eu sou como você, exatamente como você, eu sofria homofobia do meu próprio pai, ele nunca me aceitou e por isso sempre que ele podia ele me batia, que dizer espancava, quando não estava mais suportando as dores comecei a me corta isso me ajudava mas sempre estava no hospital pois meu cortes eram muito profundos, e por isso estou aqui te pedindo, por mais que esteja doendo você vai ter que superar isso é encarar tudo de frente- falou ele me mostrando algumas cicatrizes em seu braço direito

Pensei alguns minutos, e logo soltei aquele pedaço de vidro no chão

- como você se chama- perguntou o garoto

- me chamo Lucas, e você ?- perguntei de volta

- me chamo Pietro, prazer- falou ele estendendo a mão

Peguei na mão do Pietro, e agradeci pelo o que ele fez.

O filho da nossa empregada Onde histórias criam vida. Descubra agora