Conheça a Dor do Suicídio

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Minha mãe Lesly quando soube que estava grávida de mim tentou abortar tomando chás e outras coisas, naquela época o aborto não era legalizado! Ela não conseguiu contou ao meu pai Heitor que estava grávida. Ele quase a matou só para que eu não nascesse. Ele tentou esfaquear a barriga da minha mãe uma faca. Por pouco ele ele conseguiria! Então ele teve a idea de quando eu nascesse me jogasse no rio ou em uma caçamba de lixo. Minha mãe não concordou e fugiu de Detroit com minhas duas irmãs mais velhas! Ela veio para Nova Iorque sozinha e não conhecia ninguém! Ela começou a vida em NYC trabalhando de faxineira na casa de uma família rica. Lá ela conheceu o Ed, ele era primo do proprietário da casa e advogado dele também. Ele de cara gostou da minha mãe daí eles foram se conhecendo e se apaixonaram! Daí eu nasci e Ed me registrou como seu filho, ele sempre será meu pai! 

Minha vida não foi tão ruim, tinha uma vida boa, nunca passamos por necessidades, tinha o Nathan como meu melhor amigo. Nós dois fazíamos tudo juntos! Sempre estudamos na mesma escola, sempre viajamos juntos, ele era como se fosse da família! Mais daí nós fomos crescendo e vimos que não nos pareciamos 

muito! Eu sempre visitava meus avós paternos, eles eram incríveis! Avô faleceu, estava bem doente. Eu o amava!

Eu amava cantar e dançar, também amava teatro e circo! 

Com 12 anos eu fui violentado sexualmente pelo meu professor de música, eu fiquei muito mal por isso meus pais me fizeram desistir da música, e o professor foi preso. Eu fiquei um pouco traumatizado, comecei a ter a ataque de pânico. Toda hora que eu ouvia as músicas que ele me ensinava eu lembrava dele e tudo começava a girar! E eu já fui medicado com transtorno de bipolaridade. Me fudi em dobro.

Em toda minha vida no colégio ninguém gostava de mim, talvez pelo fato de eu não falar com ninguém, talvez porque eu sempre tirava notas altas e os professores me amavam, não sei! No fundamental I três garotos me jogaram contra a parede e socaram minha barriga, até hoje não sei o porque. No fundamental II eu virei assunto na escola, toda a semana aparecia fofocas com o meu nome. Então por esses motivos eu sempre fui uma pessoa muito fechada e um pouco arrogante! 

No sétimo ano conheci a Jessie, eu adoro a energia dela, o povo da escola faziam bullying com ela, eu e ele fizemos amizade assim, e daí em diante abrimos o grupo dos odiados, chamávamos pessoas que sofriam bullying pelos reis da escola. Esse grupo era composto por 5 pessoas, eu, Jessie, Dylan, Any e Kate. Viramos muito amigos.

Eu sempre achei que eu gostava de garotas, mas no oitavo ano eu beijei um amigo meu e daí fui me descobrindo. Não contei para os meus pais porque eu nem sabia o que eu era ainda. Mas por meio de fofocas na escola esse assunto chegou aos meus pais. Dali minha mãe começou a me tratar diferente, minhas irmãs adoram, meu pai ficou triste por não saber por mim. Naquele dia eu disse que não sabia o que eu queria, mas na cabeça deles foi a mesma coisa que dizer - gosto de homem!

O nono ano foi um ano muito difícil para mim, eu tinha muitos problemas na cabeça, minha autoestima estava por água abaixo, fofocas que rolavam sem parar e minha casa que era infestada de pessoas idiotas! 

Depoi que o meu pai e a minha avó morreu, minha mãe virou alcoólatra. Minhas irmãs foram para a casa dos pais dela, e eu fiquei com a minha mãe. Ela parou de trabalhar, levava homens para dentro de casa toda semana, e não fazia comida, e nem arrumava a casa. Tinha dias que eu ficava sem comer. Eu estava me sentindo um lixo. Meus amigos me abandonaram. Precisava de algo para relaxar, e então eu fumei maconha. É tão relaxante! 

Quando eu ficava sem elas, eu começava a ver como minha vida realmente era, eu começava a ter crises de ansiedade, eu já estava entrando em uma grande depressão. Depois de um tempo a maconha não me ajudava muito, eu ainda conseguia lembrar de tudo. Me senti um pouco melhor com a Jessie e com a Lexi no meu lado. Elas me ajudaram bastante!

Eu não tenho esperança em nada normalmente, mas com o Charlies eu conseguia ter! Ele me ajudava da mesma forma que eu o ajudava também! Ele era tão bom comigo! Daí, no dia 25 de Julho às 22:45 me aparece uma ligação de um número desconhecido. Era a mãe de Charlies, quando atendi, ela estava chorando.

Fiquei semanas sem ir para escola, estávamos chegando no fim do ano letivo, às provas mais importantes estão prestes a acontecer, eu só fui nos dias das provas. Todos me olhavam, eu tive uma grande crise de ansiedade. Tive três crises só naquele dia! Eu mal consegui fazer as provas, por pouco eu não repeti. Naquele dia, os meus antigos amigos estavam lá do lado de fora me esperando! Any, Lexi, Kate, Jessie, Dylan e Luna, estavam lá pra me animar. Eu entrei em lágrimas. 

Na noite do telefonema, a mãe de Charlies contou que ele cometeu suicídio, ele se trancou no quarto, escreveu cinco bilhetes e deitou-se na cama, colocou sua música favorita que é Skin & Bones de Lund e cortou os pulsos de baixo para cima. Quando os pais deles chegaram em casa o chamaram para jantar quatro vezes e ele não veio. Ligaram para o celular dele, chamava e ninguém atendia, então arrombaram a porta, e a cama estava ensopada de sangue. 

Eu podia ter o impedido se tivesse perdoado ele naquela noite, mas eu estava com tanta raiva dele, agora ele deixou um enorme buraco no meu peito, me sinto desde então sem esperanças, sem expectativas, me sinto vazio, e me pergunto todo o dia, se ele me amava porque partiu? 

Desde então tenho tido crises de ansiedade e crise de existência, não consigo fazer nada sem pensar nele, sem pensar na dor que ele sentiu, no que o levou a fazer o que fez. Eu sinto raiva e tristeza dentro de mim. 

Eu não fui ao enterro dele, não consegui. Depois que ele se foi, a mãe dele se separou do escroto do pai dele e saiu da cidade. As férias chegaram e eu me sinto totalmente perdido. Desde então eu só durmo, e não faço mais nada além disso. Sempre vou dormir ouvindo a música que ele mais gostava. 

"Você não conhece a dor que eu sinto

Perdendo tempo com um amor que não era real

Me veja sozinho

Eu sou apenas pele e ossos agora

Acho que estou me transformando em cinzas

Você me liga no meu telefone

Mas nunca estou em casa agora

Você não poderia me salvar de mim mesmo

Mentiras, eles me deixaram com o coração partido

As feridas deixam cicatrizes quando estão sempre dilaceradas

"Então me dê um elogio

Isso é tudo o que você pode fazer por mim

Esta é a história da minha vida

Então me deixe deitar aqui

Não há nada para salvar aqui

Porque eu já estou morto"

Meets World (parte I)Where stories live. Discover now