Diário de uma Paixão

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Juliana

Eu ainda não havia recebido uma resposta de Valentina e eu já estava irritada. Havia estragado tudo ontem à noite com o que disse. Eu queria afastá-la porque queria que ela visse que eu não era uma boa pessoa. Ela era uma pessoa tão carinhosa e altruísta e eu não merecia seu amor.

Droga, eu estava apaixonada por ela e a estava a protegendo de mim. Nunca dei a Kristen a chance de me dizer por que ela fez o que fez. Eu estava tão absorta em minha própria miséria que nem perguntei. Eu apenas gritei com ela e a interrompi sem lhe dar uma chance de explicar. A explicação dela importava? Não, não importava porque ela havia me machucado tanto que nada do que ela pudesse ter dito teria tornado as coisas melhores.

Marco estava certo; treze anos se passaram. Treze anos culpando outra mulher pelo que ela fez. Eu amava Valentina e queria mantê-la em minha vida. Se eu quisesse fazer isso acontecer, então eu teria que fazer algo que nunca pensei que faria e que me assustava muito. Peguei meu telefone e enviei outra mensagem a Valentina.

"Perdoe-me por tudo. Por favor, deixe-me saber que está tudo bem."

Nenhuma resposta. Engoli em seco quando disquei seu número e segurei o telefone no meu ouvido. A ligação foi diretamente para o correio de voz.

"Val, sou eu. Tenho mandado mensagens para você e você não está respondendo. Preciso saber se você está bem e quero saber como está seu irmão. Sinto muito pelo que disse outra noite, precisamos conversar. Por favor, me ligue."

Na manhã seguinte, acordei com o som do alarme. Eu me aproximei, desliguei e peguei meu telefone. Ainda sem resposta de Valentina. Joguei meu telefone na cama e me levantei para tomar banho. Descendo as escadas, encontrei Marco parado na cozinha conversando com Clara.

—Teve notícias de Valentina? _perguntei ao meu irmão.

—Não. Ela também não respondeu à sua mensagem de texto?

—Não. Nem minhas chamadas ou minhas mensagens de voz. Ela realmente se foi... Agora como vou saber se ela está bem?

—Calma, dona Juliana, ela está bem. Afinal é a Valentina.

—Não sei, Clara.

—Talvez você não devesse ter gritado com ela e feito com que ela se sentisse mal. É culpa sua ela não ter contado para onde foi. Você não tem ninguém para culpar a não ser você mesma. Agora com licença. Eu tenho que me preparar para a chegada de Sophie.

—Oh céus. _Marco sorriu.
—Acho que Valentina contou a ela sobre o porquê você gritou come ela.

—Não quero falar sobre isso agora. Vamos para o escritório para que possamos voltar pra casa antes que Sophie chegue.

Como eu iria dizer a Sophie que Valentina não estava em casa? Como eu iria dizer à minha garotinha que não sabia onde ela estava ou quando voltaria?

Valentina.

Peguei a mão de Santy enquanto descansava minha cabeça na beirada da cama.

—Irmã.

Olho para cima. Mateo estava parado na porta. Levantei-me e corri para ele, abraçando-o com força.

—Estou tão feliz por você estar aqui.

—Como ele está? _Mateo perguntou enquanto caminhava lentamente em direção à cama.

—Nada bem.

Eu segurei as lágrimas. Não podia deixar Mateo me ver chorar. Eu era à base dos meus irmãos. Eu era a cola que mantinha a família unida.

Chegaste Para Ficar G!PWhere stories live. Discover now