Sinto Muito

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Juliana

Não sei por que contei tudo aquilo a ela, talvez fosse pelo fato de ser fácil conversar com ela. Eu disse a ela coisas que Laurel não sabia. Na verdade, eu não estava planejando me abrir com ela, mas me sentar de frente pra ela e olhar seus lindos olhos azuis me suavizou. Era bom conversar com ela. Eu esperava que ela me perguntasse sobre a morte de Elaine e claro que ela perguntou.

-Como a mãe de Sophie faleceu?

Respirei fundo enquanto enchia outra taça de vinho, olhando para ela com atenção, debatendo se deveria ou não contar a ela. Havia apenas duas pessoas que sabiam como ela morreu e éramos eu e Marco. Ninguém precisava saber, especialmente a família de Elaine.

-O que vou dizer a você ficará entre nós. A única outra pessoa que sabe é meu irmão. Você entendeu?

Ela estreitou os olhos para mim e acenou com a cabeça em afirmação.

-Elaine morreu de overdose de comprimidos. Sua família não precisava do peso de saber que ela cometeu suicídio. Ela era diabética tipo 1, então o legista identificou isso como a causa da morte, graças a uma generosa doação que fiz a ele.

-Como você sabe que ela cometeu suicídio e não foi um acidente?

-Ela me deixou uma carta. Ela se desculpou e me disse para cuidar de Sophie e garantir que ela crescesse bem e dar a ela tudo o que ela precisava.

Ela se inclinou sobre a mesa e colocou a mão sobre a minha. Sua mão era macia e seu toque enviou choques elétricos por todo o meu corpo.

-Eu sinto muito, Juliana.

Retirei a mão e me levantei da cadeira, com a desculpa de que precisava usar o banheiro. Eu estava tomando todo o controle que tinha dentro de mim para não agarrá-la e beijá-la. Meu corpo a queria e estava ficando insuportável.

-Obrigada, Valentina. Se me dá licença, tenho que ir ao banheiro.

Depois de controlar meus impulsos, saí para o pátio.

-Está ficando tarde e precisamos ir descansar.

-Boa idéia. _ela sorriu. Levantando-se de seu assento, ela desequilibrou e quase caiu. Eu agarrei seus braços para estabilizá-la.

-Tenha cuidado. Eu não quero que você machuque esse seu lindo rosto.

-Uau. Acho que tomei muitas taças de vinho. Me desculpe por isso.

-Não se desculpe, acontece. Deixe-me ajudá-la a chegar ao seu quarto.

Eu coloquei meu braço em volta dela e ela fez o mesmo. Eu respirei o cheiro de seu cabelo, que cheirava a flores. Eu a ajudei a subir as escadas para seu quarto.

-Obrigada, Juliana. Bons sonhos.

-De nada. _eu falei olhando diretamente nos olhos dela.
-Bons sonhos para ti também. Agora vou ver a Sophie, então não se preocupe. Te vejo pela manhã.

Saí e fechei a porta. Bons sonhos seriam as únicas coisas que eu teria essa noite, graças a Valentina Carvajal.

Valentina

Eu confesso que não bebi muito vinho. Eu sabia que se eu tropeçasse ela me ajudaria, eu queria sentir seu toque, especialmente depois de colocar minha mão na dela. Ela disse que tinha um coração de pedra, mas eu não acreditei nela. Nessa noite eu vi alguém diferente, eu vi uma mulher capaz de amar e confiar. Coloquei meu pijama e me arrastei para a cama, pensando nela e desejando mais do que apenas seu braço ao meu redor. Este era um território perigoso no qual eu estava embarcando. O tipo de território que pode me machucar. Tenho que tirar Juliana Valdés da cabeça, ela está envolvida com outra mulher e não serei eu quem destruirá isso.

Na manhã seguinte, Sophie entrou no meu quarto e me acordou.

-Bom dia Vale, hoje eu me sinto melhor. _falou subindo na minha cama.

Ela sorriu quando abri meus olhos.

-Isso é maravilhoso, Sophie. Mas você ainda não está cem por cento. Então você ainda tem que pegar leve. _falei lhe dando um beijo na cabeça.

-Estou com fome.

-Desça e vá com Clara meu amor, vou trocar de roupa e já desço também.

Ela saiu do quarto e eu saí da cama. Coloquei meu jeans, uma camiseta e amarrei meu cabelo em um coque bagunçado. Ao descer as escadas, Juliana saiu do escritório. Ela parou e olhou para mim.

-Se sente melhor?

-Sim, muito melhor. Obrigada novamente pela noite passada.

Ela me deu um sorriso enquanto eu caminhava na frente dela e descia as escadas para a cozinha. Eu me servi uma xícara de café e parei quando entrei na sala de jantar e vi Laurel e Marco sentados lá para o café da manhã.

-Bom Dia Sol. _Marco sorriu para mim.

Merda, eu estava horrível.

-Bom Dia. _eu levantei minha xícara de café.

Laurel olhou para mim quando me sentei.

-Por favor, desculpe minha aparência, mas não podemos todos parecer tão bonitos quanto você pela manhã, Laurel. _forcei um sorriso.

Marco deu uma risada leve e Juliana olhou para mim. Percebi que ela estava segurando a risada.

-Eu acho que você está muito bonita, Vale. _disse Sophie enquanto olhava para Laurel.

-Garota, esse olhar que você acabou de me dar não foi muito agradável. Eu sugiro que você aprenda algumas maneiras.

Juliana colocou a mão no braço de Laurel.

-Já é o suficiente, Laurel.

Ela bufou e furou a fruta com o garfo. Olhei para Marco, que tinha um largo sorriso no rosto. Dei-lhe um leve chute por debaixo da mesa e ele começou a rir.

-Posso perguntar o que é tão engraçado? _perguntou Laurel.

-Eu estava pensando em algo. Relaxa Laurel.

-Por que você não compartilha conosco? _ela perguntou irritada.

-Não posso, tem uma criança presente.

-Ok, isso é o suficiente. Parem vocês dois. _disse Juliana.
-Apenas termine seu café da manhã, Marco, para que possamos sair daqui. Sophie, quando eu chegar em casa mais tarde, há algo que preciso falar com você.

-Está bem mamãe. _ela sorriu enquanto comia os ovos.

Marco e Juliana saíram, deixando-me à mesa com Laurel e Sophie. Imagine uma situação embaraçosa. Levantei-me e levei meu prato para a cozinha. Sophie tomou o remédio e subiu para pintar. Enquanto eu me servia outra xícara de café, Laurel entrou.

-Eu sei o que você está fazendo.

-E o que seria? _perguntei inclinando minha cabeça.

-Você está colocando Sophie contra mim.

-Não tenho idéia do que você está falando, Laurel.

Ela se aproximou e Clara olhou para mim.

-Cuidado, Valentina. Você pode ser a babá, mas isso é tudo que você é. Lembre-se de seu lugar. _ela se virou e o som de seus saltos no chão me fez estremecer. Assim que ele saiu da casa, Clara e eu começamos a rir.

-Você ouviu aquela vadia? _perguntei.

-Ela é louca. Não se deixe intimidar, Valentina.

-Intimidar? Oh não, Clara. Posso acabar com ela em um instante.

Subi para ver Sophie, que estava sentada de frente para o seu cavalete, pintando.

-Vou tomar um banho, Sophi.

-Ok, vou ficar aqui pintando meu quadro.

-Mal posso esperar para vê-lo.

Joguei um beijo para ela e voltei para o meu quarto...

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Gratidão sempre 💕

Chegaste Para Ficar G!PWhere stories live. Discover now