Sonhadora. Essa era a palavra mais aplicada para falar - gentilmente - sobre a princesa Marinette.
Era uma princesa e tampouco por isso queria ser resumida a um único título, sonhava e queria muito mais para si do que certas obrigações reais. Respei...
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Adrien queria poder dizer que foi ele quem tinha dado o primeiro passo, quem tinha envolvido os braços ao redor da cintura esbelta, mas não foi. A declaração foi tão fácil de ser feita que por muito pouco se sentiu bobo por ter um dia temido aquele momento, mas não esperava que ela o enlaçasse pelo pescoço e encostasse os lábios aos seus com tamanha doçura.
O beijo dela era tímido, reservado, desconhecido tanto como o dele deveria parecer para ela, nunca tinha feito nada disso antes, a ideia de beijar qualquer mulher que não fosse sua futura esposa parecia errada, mesmo que ele tivesse toda a sociedade ao lado dele de que poderia fazer isso e muito mais com quantas quisesse, mas ele não queria qualquer uma ou todas, ele queria ela.
Por mais vontade, uma fome nova que se alastrava por seu corpo em trazer o dela para mais perto não poderia, não desse jeito. O seu interior inteiro tremeu em protesto quando ele finalizou aquela pressão entre os lábios dos dois.
O barulho de vários passos batendo contra o chão estava cada vez mais altos, mas eles só se deram conta disso naquele instante.
– Estão a sua procura.
E foram essas palavras que a despertaram para a realidade, ele estava ali, ele era real como ela havia apontado e o beijo entre eles também tinha sido bastante real. Por Deus. Ela o beijou e se descobrissem e se... Mas ele havia dito que a amava, queria que ela o escolhesse e Marinette sempre o escolheria, mas isso foi antes dela ter agido de maneira impulsiva. Nunca colocou muita fé nas convenções, porém nunca se imaginou agarrando alguém, esse que estava desaparecido até poucos minutos, assim como...
– Meu gato! – Marinette exclamou em horror, estava tão anestesiada com a presença do príncipe que acabou esquecendo-se do seu mais novo amigo.
– Acho que eu sou o seu gato.
O quê?
Adrien não parecia estar mentindo, o tom dele era bem sério, apesar do desconforto que transpareceu, mas ela só podia supor porque ainda estavam naquele bendito cômodo sem uma iluminação decente. As emoções começavam a cobrar o seu preço e cabeça estava pesada demais.
– Princesa Marinette! Vossa alteza! Princesa!
Eram tantas vozes chamando por ela, o desaparecimento de Adrien, a fuga do gato então seu amado retornara e eles tinham se beijado, agora ele dizia que era o gato? Era coisa demais, não conseguia pensar nem mais um segundo até que sua visão escureceu.
A primeira coisa que sentiu foi a maciez das cobertas, a cabeça ainda parecia enevoada e confusa como quem precisa lembrar-se de algo, porém não consegue, um sonho que já estava sendo esquecido.
