[CONCLUÍDA] Ser invisível não era uma novidade na vida de Jeon Jungkook, desde que nascera nunca tinha conhecido uma vida além daquela onde era completamente imperceptível e comum. Com olhos comuns e feição ainda mais normal, ele estava acostumado a...
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SEGUNDA FASE
J u n g k o o k
— E então ele disse: "Não foi isso que eu pedi!" Mas Jungkook, eu tenho certeza que ele pediu um croissant de chocolate.
— E ele disse que pediu de quatro leites. — Falei, completando a história que Jimin me contava pela quarta vez no dia. Por algum motivo, ele estava falando do assunto novamente.
— Sim!
— E então você disse que ele estava errado.
— Foi.
— E o que aconteceu depois? — Perguntei pegando a toalha de seu ombro e limpando o resto de tinta que havia caído em sua nuca.
A tinta que eu estava passando em seu cabelo para retocar seu loiro brilhante. A parte engraçada disso é que estou ficando cada vez mais habilidoso em pintar seu cabelo, e a mais engraçada ainda é que na primeira vez que fiz isso manchei suas orelhas. E mesmo assim, ele nunca pediu a outra pessoa para fazer esse trabalho desde então.
— Eu deixei ele falando um tempão como se me importasse, e depois lhe desejei bom apetite e saí.
Eu ri, admirando sua petulância com o cliente.
— Por que não trocou o doce, Jimin? Teria evitado estresse, era só trocar. — Falei a ele, que se virou para mim com a face mais horrorizada do mundo inteirinho.
— Porque ele foi rude! Ele praticamente me chamou de tonto por errar o sabor, se ele fosse educado, eu teria trocado. Como não foi... — Deu de ombros, finalizando sua explicação.
— Quer saber de uma coisa? Você tem razão. — Disse a ele, que me olhou, enquanto eu mexia o resto de tinta que deveria passar em sua franja. — Ninguém é obrigado a ouvir desaforos todo dia e ficar quieto, nosso trabalho é complicado.
— Se é. — Ele suspirou, pousando o queixo na mão, pensativo e até mesmo desanimado. — Eu gosto da Magic, sabe. Mas ainda acho difícil, deve ser porque nunca trabalhei antes, então, sou muito molenga.
— Jimin-ssi. — Chamei, mesmo que ele estivesse virado para mim. — Você não é molenga, é realmente difícil. E quem está falando é uma pessoa que trabalha desde muito cedo, e eu ainda acho difícil. — Ri, vendo que ele abriu um sorriso enquanto eu falava.
— Você trabalha lá há mais tempo que eu, deve ter passado por cada coisa... — Comentou, enquanto eu pedia para que ele ficasse de costas novamente.
— Sim, foram situações difíceis, mas a vida sempre tem dessas. — Disse a ele, que ficou em silêncio por um tempo, até me olhar de canto.
— O que me conforta é saber que estamos estudando e que nada disso é para sempre. Eu quero ser um bom professor de dança.
