Acidentalmente Ela ⚤ Jikook

21/2 ⚤ POR ELA, a tempestade se transforma em chuva fina.

Jimin pressiona os lábios em uma linha fina e os solta outra vez.

— Podemos beber, se você quiser. — Sugere casualmente.

— Uma proposta tentadora demais para ser recusada. — Eu pisco para ela e ela enrubesce no mesmo instante, desviando o olhar.

Não há nada nesse mundo que eu ame mais que provocá-la.

— Mas não sem comer antes — ela acrescenta, se virando mais uma vez para a paisagem. — Não precisamos de ninguém passando mal e vomitando pelos cantos.

— Sim, senhora.

— Eu falo sério.

— Eu sei. A senhora é quem manda.

Posso ver seus olhos se revirando momentos antes de eu agarrar sua mão e puxá-la para mim.

Jimin faz uma cara de quem sofre por ter que me aguentar todos os dias, mas não contesta, e desiste de se fazer de difícil quando eu envolvo sua cintura e prendo seu corpo junto ao meu.

Ela cai a cabeça no meu peito, sorrindo, e suspira lento de olhos fechados.

Vê-la abrindo mão da paisagem que tanto ama para aproveitar a sensação de conforto do meu abraço, é um alimento e tanto para o meu ego.

— No que você está pensando? — Jimin pergunta baixinho após um tempo, ainda de pálpebras cerradas.

— Em nada.

O que é, obviamente, mentira.

Minha mente não consegue parar de processar o toque casual da sua mão direita descansando sobre meu peito, subindo e descendo; acariciando-me. Os dedos uma hora ou outra vão e voltam com movimentos circulares que, muito provavelmente, ela nem se dá conta de que está fazendo.

É bom.

Muito bom.

Jimin ergue a cabeça e me encara.

— Vamos, desembuche.

— O quê? — Eu falo rindo, tentando me tirar da reta.

— Você não estava pensando em nada. Você estava, claramente, pensando em alguma coisa, e eu quero saber o que é.

Eu sopro uma risada, incitando-a.

— Oh, é mesmo? Como pode ter tanta certeza?

— Eu conheço você — ela responde, muito segura de si. — E estou certa de que esse pensamento tem algo a ver comigo.

Eu dou de ombros.

— Já pensou que você pode simplesmente estar errada?

— Não estou. Não foi você quem disse que gosta de sinceridade? Vamos, me diga, Senhor Eusoumaisautênticoqueamaioriadaspessoas. — Ela zomba, movendo os lábios de forma engraçada.

E eu quase me distraio olhando para essa boca hipnótica.

— Você joga sujo, sua pestinha — eu digo a ela, e Jimin parece não ligar.

— Então?

Me torno mais consciente do corpo dela quase em cima do meu colo em meio ao abraço a cada segundo.

— Você consegue ser insistente quando quer — eu falo. — Já pensou em trabalhar como representante de vendas de cartões em portas de lojas?

Ela bufa com todas as suas forças e revira os olhos.

— Você é chato.

Eu aperto os dedos em torno da sua cintura para aconchegá-la mais contra mim e desprendo o olhar do seu para focar no horizonte.