CAPÍTULO XIV

863 114 52
                                    

Caminhei pela floresta sem rumo, cercada pelo silêncio, até chegar na beira de um penhasco. A paisagem ali era incrível.
Sesshoumaru parou ao meu lado, sua expressão estava estranha.

Akemi: O que houve depois que sai?

Sesshoumaru: Nada de importante!-diz sem nunhuma expressão.

Akemi: É estranho saber tudo aquilo, mas o pior de tudo é que não consigo ficar triste, para dizer a verdade eu estou feliz em saber que eles me amavam tanto a esse ponto! Isso é estranho?-encaro a bela paisagem.

Sesshoumaru: Não faz sentido chorar por alguém que nunca conheceu ou não tem lembranças! Eles foram seus pais mas nunca estiveram na sua vida, qual motivo choraria por eles anos de pois de sua morte?

Não soube o que responder, por um lado ele tinha razão, por outro ainda assim eles eram minha família,  mas mesmo que quisesse não conseguiria chorar, o que sentia naquele momento era mais gratidão por tudo que fizerem por mim do que tristeza.

Akemi: Mahina...-digo a mim mesma.

Sesshoumaru: Está em dúvida?

Akemi: Estou! Ainda não sei quanto de mim é Mahina, e quanto é Akemi, e talvez eu nunca saiba!Mas por enquanto vou dizer que sou metade de cada, acho que isso é melhor que nada!-dou um leve sorriso.

Eu estava dividida agora em quem eu realmente era, Mahina ou Akemi o quanto de mim era da minha família verdadeira tirando a aparência e sangue e quanto era da adotiva, qual lado minha personalidade pesava mais? Eu que nunca tive interesse em nada da minha família verdadeira agora queria saber muito mais deles.

...

A noite eu já estava mais tranquila em relação a tudo, não queria enlouquecer nos meus pensamentos, então tentava limpar minha mente de qualquer pensamento.
O céu estava estrelado a a lua brilhavam linda no céu, era tudo que eu precisava para esvaziar minha mente.
Depois da refeição voltei para a beira do penhasco, ao longe via uma pequena aldeia, um pequeno brilho na escuridão, eu observava aquela luz atenta, mas sem nunhum pensamento em mente, era tudo que queria, estava tudo ótimo.

Sesshoumaru: Sente falta de sua casa?

Akemi: Não...pra dizer a verdade desde do dia que saímos, eu não pensei um minuto sequer na vila!

Sesshoumaru: Ótimo!-diz sério- Se sentisse falta iria dizer que era uma grande estupidez sua!

Akemi: Sinto falta apenas do Yuki!

Ele fica calado.Queria tanto saber o que se passava em sua mente nesses momentos de silêncio. Volto encarar o céu e resolvo mudar de assunto.

Akemi: Quando era criança sonhava em dia roubar uma estrela para mim! Era um pensamento bem idiota!-dou um sorriso.

Sesshoumaru: Vocês humanos tem tantas idéias tão tolas!

Akemi: Olhar aquelas luzes no céu nos faz pensar em tantas coisas, presente, passado, futuro, e há tantas histórias sobre como as estrelas surgiram no céu que é difícil escolher em qual acreditar!O mistério das luzes que brilham a noite e algo que encanta até os corações  mais frios, por isso eu queria ter uma só pra mim!

Ele não diz nada apenas sai caminhando se afastando da beira do penhasco. Ele para e me encara por uns  breves segundos  e inicia sua transformação Yokai isso cria um forte vento. Eu não entendo o que está acontecendo até perceber que o vento da sua transformação faz sair dentre a grama alta centenas de vagalumes que estavam repousando ali. Ele para a transformação e se senta encostado numa árvore observando aquela cena.
Os vagalumes voam iluminando a noite,eu caminho até o centro deles enquanto dançavam iluminando o meu redor. Era como se eu estivesse entre as estrelas, as luzes que iluminam à noite realmente tem algo especial, um toque de magia que não sei explicar. Não nego que pareço criança no meio de todas aquelas luzes verdes.
Fico entre eles até que eles pousam outra vez dentro da grama  alguns vão embora para dentro da floresta.

Akemi: Obrigada! Foi incrível !

Ele não demonstra nenhuma expressão e nem diz nada.

Akemi: Tão belos,  mas com uma vida tão curta!-penso em voz alta.

Ele ainda permanece em silêncio, há algo errado com ele, mas não sei bem o que é,  e mesmo que perguntar sei que ele não irá responder.
Me sento encostada na árvore ao seu lado.

Akemi: O que está pensando?-encaro.

Ele me olha uns segundos e volta olhar para frente.

Akemi: Esse silêncio me enlouquece!-continuo a encarar.

Sesshoumaru: Você teme a morte?-diz olhando para o céu.

Não esperava por uma pergunta dessa, era isso que estava em sua mente então. Sesshoumaru temia a morte?

Akemi: Bem...as pessoas  temem o desconhecido, os humanos tentem a matar ou fugir de tudo o que os assusta, mas não podem fazer isso com a morte, então e natural ter medo de algo assim, mesmo sabendo que é inevitável. A vida e a morte estão sempre ao seu lado, você pode morrer em qualquer segundo de sua vida não tem como fugir, então sim...eu tenho temo a morte...não ela em si, mas o momento que ela poderá  vir, e se será dolorosa ou não . Tem tanta coisa que quero fazer, e tenho medo de não ter tempo suficiente. E você Sesshoumaru teme?

Sesshoumaru: Não a minha.-me encara- O que você ainda quer fazer?

Akemi: Além de conhecer nosso mundo? Quero viver sem ser julgada pelo que sou, quero mostrar para as pessoas que o diferente é algo bom, quero poder ter uma família , e viver em paz!

Ele coloca a mão em meu rosto, sinto um frio em minha barriga, ele encosta sua testa na minha.

Sshoumaru: Eu vou garantir que você viva o suficiente para fazer tudo o que deseja!

Fecho meus olhos para aproveitar melhor aquele momento e aquele frio na barriga que de um jeito estranho era muito bom. Envolvo meus braços em seu pescoço e o abraço forte. Ele retribui o abraço.
E ainda pensando na pergunta dele, percebo mais um de meus medos... medo de morrer e não poder mais sentir o calor de seu abraço e de não estar mais ao seu lado, talvez seja por isso que quero sempre aproveitar cada segundo que passo junto dele.

Uma história nunca contada (InuYasha)Where stories live. Discover now