CAPÍTULO II

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Logo de manhã pego meu arco e flechas que uso para pescar. Após duas horas caminhando chego ao rio ao qual costumo frequentar. Há uma fartura de peixes ali e também raízes, por isso fiz dele meu lugar fixo.

Após pescar o necessário, começo a limpá-los cuidadosamente. Enquanto matenho minha concentração nos peixes, um silêncio estranho toma conta do lugar, não há pássaros cantando como de costume. Ao levantar meus olhos vejo do outro lado do rio um garoto de cabelos brancos.

Me levanto rapidamente, e ele continua ali me encarando, pele sua postura e aparência não há dúvidas, ele é um yokai. Meu coração acelera.

Seus olhos num tom amarelo  que não demonstram nenhum tipo de emoção  olham para mim como se pudessem ver minha alma. Eu não sinto medo, pelo contrário, uma fascinação toma conta de mim, nunca havia visto um yokai em forma humana antes.

Eu permaneço ali intacta, vidrada naqueles olhos hipnotizantes, até que calmamente ele se vira e vai embora.


Já em casa a imagem daquele yokai não sai de minha cabeça, seguida de séries de perguntas sem respostas como : Qual o motivo dele estar ali? Por que ele não me atacou? Será que eu o verei outra vez? Depois de muito pensar acabo caindo no sono.

•••

Duas semanas se passaram, eu voltei no rio todos os dias, no mesmo horário na esperança de vê-lo, mas foi em vão, além disso o que eu faria se o encontrasse outra vez? Ele poderia até me matar, mas ainda assim...

Quanto estou prestes a voltar para casa, ouço um grande barulho junto de um tremor. Atravesso o rio e procuro de onde veio, não precisei andar muito. Chego em um grande penhasco e lá em baixo há uma luta de dois yokais, e um deles é aquele garoto.

A luta se intensifica a cada golpe, ambos são muito fortes, eu fico impressionada com tal força, mas então  garoto me vê e lança um olhar terrível para mim, não penso duas vezes para fugir daquele lugar.

•••

No dia seguinte volto até o campo de batalha e só encontro  destruição e nenhum sinal dos dois yokias.

- Devo estar ficando louca, o que eu estava fazendo procurando por um yokai, o que foi que deu em mim?! - Caminho falando comigo mesmo.

Volto para o rio e começo a procurar raizes e frutos para levar para casa. Começo a subir o rio para um lugar que minha mãe costumava contar, onde havia muitas frutas e ervas.

Enquanto colhia algumas frutas, algo que jamais passasse em minha mente aconteceu, lá estava ele o garoto yokai, dormindo sob uma grande árvore.

Meu primeiro  pensamento foi fugir dali, mas então vi suas roupas rasgadas e ensopada de sangue, me aproximei lentamente e tentei acorda-lo, mas sem respostas. Peguei um remédio que sempre carregava comigo caso me ferisse, mas quando percebi que havia uma perfuração em seu ombro esquerdo,  fiquei apavorada, como ele podia estar vivo ainda?

Limpei cuidadosamente toda ferida e gastei todo meu remédio  em seu  ferimento e ainda precisei fazer mais. Enquanto cuidava dele, era impossível não reparar aquele rosto sereno enquanto dormia, além  de sua pele que era firme, macia e quente e seu respiração lenta, tudo aquilo me fazia ficar apavorada e encantada ao mesmo tempo.

Enquanto terminava de passar o remédio cuidadosamente, pensei em olhar seu rosto sereno mais uma vez, mas quando olhei para ele, seus olhos estavam fixados nos meus, um olhar sério sem emoção e seu rosto sem expressão me encarava,  ele estava tão perto, senti minha bochechas corarem e me afastei dele rapidamente.

- Há-a- a...a quanto tempo você está acordado? -perguntei gaguejando, mas ele não disse nada.

Eu respirei fundo para me acalmar.

-Eu estava cuidando do seu ferimento.

XXX- Não há necessidades.- ele repondeu friamente.

Sua voz fria e suave fez meu coração desacelerar.

-Bem... mas pelo menos me deixe termimar. -me aproximei dele para terminar o curativo.

XXX- O que foi isto no seu rosto?- ele perguntou, mas não parecia realmente interessado.

Meu cabelo estava amarrado, para que não me atrapalhasse enquanto o ajudava, e isso deixou a mostra uma cicatriz que havia ao lado meu rosto, ela era quase invisível a distância.

- Quando era criança  algumas pessoas me confundiram com um yokai .- respondi.

Após terminar o curativo eu preparei os peixes e algumas raízes para comermos. Ele permameceu o tempo todo em silêncio.

- O que houve com o outro yokai?- perguntei, mas ele olhou para mim como se eu fosse uma idiota, era óbvio que ele estava morto.

XXX- O que fazia naquele lugar?

- Bem é...eu ...eu estava buscando comida e ervas. - É claro que não iria dizer que estava procurando por ele.

Alguns minutos depois ele se levanta para ir embora, sem dizer nem mesmo um "obrigado" ,mas não podia esperar isso de um yokai.

-ESPERA! - gritei- Qual seu nome?

Ele parou, e sem olhar para trás respondeu.

XXX- Sesshoumaru.

- Eu vou ter ver de novo? - Aquela pergunta não foi planejada, quanto dei conta do que havia dito fiquei envergonhada - Me chamo Akemi- continuei, pra tentar ocultar aquela pergunta ridícula.

Mas ele não disse nada, nem se quer olhou para trás, ele apenas seguiu seu caminho.

...

Uma história nunca contada (InuYasha)Where stories live. Discover now