CAPÍTULO X

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Naquele momento eu só pensava em ir embora, estava apavorada demais para pensar em qualquer outra coisa.Só queria voltar para um lugar que me fizesse sentir segura.

Akemi: Eu tirei a vida deles, e nem me importei naquele momento!

Sesshoumaru: Por isso quer ir embora?Novamente esta se entregando ao seu medo.

Ele me olha de um jeito muito frio.

Akemi: Medo?

Sesshoumaru: Está com medo de ter que passar por outra situação como aquela e ter que usar seu arco contra a vida de alguém.

Akemi: Sim.... é claro que estou, mesmo sendo cruéis... eles eram criaturas vivas, seres como nós, eles podiam ter família!

Sesshoumaru: Qual o motivo de portar um arco se exita em usar Akemi?

Akemi: Eu uso para me alimentar caçar aves e peixes...é diferente!

Sesshoumaru: Diferente em que? -ele me encara sério- Não são criaturas vivas?

Akemi: Isso é diferente...é questão da minha sobrevivência!

Seshoumaru: Quando atirou aquelas flechas, qual era o motivo?

Akemi: Sobrevivência... daquelas garotas-digo num tom baixo.

Seshoumaru: Seria mais fácil deixar eles irem, assim não teria que lidar com esse peso, mas ao invés disso você escolheu atirar. E se não tivesse atirado estaria mais tranquila agora?

Fico em silêncio um tempo.

Akemi: Estaria me sentindo uma covarde!-me sento no chão.-Sabe- se lá o fim que elas teriam!

Sesshoumaru: Você provavelmente tirou mais vidas do que eu para sobrevivier, aceite o que você é!-ele se senta longe encostado numa árvore.

O modo que ele encontrou de me consolar foi dizer que eu sempre fui uma assassina e que eu deveria aceitar aquilo. Seu modo rude de falar foi como uma facada em meio peito, e um peso em minha consciência. Não importa a espécie, uma vida é uma vida e eu tirei várias para suprir a mim mesma, mas dessa vez foi em prol de outras pessoas. Eu tive duas escolhas, e naquele momento eu agi com a qual julguei ser certa, se eu tivesse deixado eles irem eu teria um peso muito maior que carregaria pelo resto da vida.

Akemi: Eu disse a Ume que saíriamos dali....e não poderia quebrar minha palavra...eu ainda não acho q foi certo, mesmo eles sendo cruéis mas teria feito outra vez!-digo séria.

Sashoumaru: Está assustado pois foi a primeira vez que atirou contra um semelhante, logo se acostuma!

Akemi: Me acostumar?-fico confusa.

Sesshoumaru: Se quiser continuar indo em frente, se quiser conhecer esse mundo vai haver momentos que terá que lutar para sobreviver!

Devo dizer que ele tinha razão, o mundo aqui fora era outro, nem sempre iria encontrar pessoas ou Yokais bons, seria uma constante luta.

Akemi: Está bem, não acho que estaja pronta, mas irei continuar!-digo sem exitar.

Ele apenas da um leve sorriso.

Akemi: Agora vou cuidar dos seus ferimentos!- me agacho perto dele.

Sesshoumaru: Isso não é necessário!

Akemi: É claro que é!-rasgo uma parte do meu kimono.

Quando me dou conta, percebo que seu sangramento ja havia parado, ainda assim começo a limpar suas feridas. Não havia muito que podia fazer não portava nenhum medicamento e não havia ervas medicinais por perto.
Enquanto fazia os simples curativos, percebi com era a grande diferença de um humano e um Yokai, uma diferença ao qual eu tinha fechados os olhos, aquilo de certo modo me deixou frustada e com raiva. O pouco tempo que passei com Aka me fez ver as coisas de outro modo e surgir novas dúvidas em minha mente.

Akemi: Deve ser bom ser um Yokai.-digo enquanto limpo uma das feridas.

Sesshoumaru: Por que diz isso agora?

Akemi: Vocês são fortes, e muito mais resistentes e vivem muito.

Ele não diz nada apenas fica me encarando. Eu o encaro.

Akemi: Sesshoumaru....quando eu morrer ainda vai se lembrar de mim?

Sesshoumaru: Não diga bobagens!-ele parece um pouco irritado.

Akemi: Mas... eu sou apenas uma humana fraca, Aka estava certo, um dia vou envelhecer e morrer e você ainda vai estar assim...

Sesshoumaru: Qual a necessidade desse assunto estúpido?-ele se levanta- Esta mudando de opinião apenas pela influência de um Yokai insignificante que esta morto. Não importa quanto tempo de vida tem um Yokai, ainda assim somos todos mortais!

Akemi: Você tem um jeito estranho de me fazer me sentir bem!-me levando rindo.

Sesshoumaru: Por que acha que estou tentando anima-lá? Só não tenho paciência para esses assuntos estúpidos que você inventa.- me encara.

Akemi: Não são estúpidos para mim...até por que...

Sem avisos ele me puxa para um abraço. Eu não esperava aquilo e não sabia como reagir, meu coração estava acelerado enquanto ouvia seus batimentos. Sesshoumaru era gentil, mas não demonstrava sentimentos, quem dirá uma forma de afeto. Humanos podemos dizer que são mais sentimentais e afetuosos, para nós não seria tão difícil se apaixonar por um Yokai.
Yokais era frios e não mostravam sentimentos e afeto, mas mesmo assim seria possível eles se apaixonaram por seres tão frágeis e fracos como os humanos?
Havias muitas coisas que queria conversar com Sesshoumaru ainda, sobre que havia acontecido no castelo de Aka, mas naquele momento eu não queria mais pensar em nada.
Envolvi meus braços entorno de Sesshoumaru e me aconcheguei em seu forte abraço, aquilo foi uma ótima estratégia de me fazer calar a boca.
Ficamos um tempo abraçados, ele me solta e se senta outra vez sem dizer nada, me sento ao seu lado e permaneço calada até pegar no sono.

Uma história nunca contada (InuYasha)Where stories live. Discover now