ㅡ Experimenta.

Eu olhei ao redor, era proibido comer na sala de aula, mas a professora ainda organizava seus materiais sobre a mesa, então cobri com uma mão parte de minha boca e mordi o bolinho.

Podia sentir minha felicidade aumentar com o sabor daquilo.

Kyungdan é um bolinho feito com massa de arroz. Ele é parecido com mochi japonês, mas o recheio de açúcar e mel era o que me fazia realmente amá-lo.

Logo comi o restante e Jongin sorriu mais. Eu sorri junto, mesmo que minha boca estivesse entupida de bolinho, mas me forcei a engolir logo antes que a professora ou algum outro aluno visse.

ㅡ Minha nossa. ㅡ falei assim que engoli, olhando a sacola e com desejo de mais um, mas me controlei. ㅡ eu nunca vou me cansar de comer isso.

ㅡ Fique com eles, são seus. ㅡ ele me entregou a sacola de papel.

Dobrei-a melhor e guardei dentro da minha pasta.

ㅡ Vamos comer juntos quando for a hora, eu te pago um suco. ㅡ sorri para ele.

Jongin assentiu, buscando minha mão por debaixo e segurando-a. Eu olhei-o assustado, não esperava o toque, mas ele apenas se encaixou melhor ali e entrelaçou os dedos aos meus.

Senti minha pele esquentar, talvez minhas bochechas já estivessem vermelhas, mas segurei com força também a sua mão, retribuindo o aperto.

Ficamos assim por alguns minutos com apenas o silêncio entre nós. A professora logo ditou o início da aula, pedindo para que abrissem nossos livros e foi com custo que ele desfez o toque.

Mas não antes de deixar um carinho sobre o dorso de minha mão.

Suspirei buscando meu livro e não conseguia manter o olhar sobre ele quando uma leitura foi iniciada. A mão de Jongin outra vez pairou entre nós e meus olhos logo captaram seu sinal.

Meus lábios estavam secos, então os umedeci antes de descer devagar outra vez a minha mão. Meus olhos mantinham-se outra vez no livro, e eu até mesmo acompanhava a leitura junto a professora e todos ao redor, mas ofeguei quando Jongin tocou outra vez minha mão e entrelaçou com seus dedos, unindo-nos outra vez ali.

Eu sorri, tão bobo quanto provavelmente estava a quem me visse de fora. Eu sentia as borboletas em meu estômago fazerem festas, mas forcei para que aquilo não tomasse demais a minha atenção.

Mas acabei fracassando.

[...]

No intervalo, cujo tínhamos cerca de uma hora e meia para nos alimentarmos, Jongin e eu saímos juntos da sala, desta vez sem mãos dadas, mas tão próximos que eu me sentia envergonhado.

ㅡ Vamos sentar naquela mesa. ㅡ ele apontou e buscou minha mão, arrastando-me desse modo até lá.

Ele sentou e eu pus a sacola de papel sobre a mesa.

ㅡ Vou comprar nossos sucos. ㅡ avisei.

No fundo do refeitório há uma quitanda onde podemos comprar qualquer coisa para comermos nesse horário. Eu não ia muito no lugar porque papai Minie sempre fez lanches para mim e meus irmãos desde quando éramos pequenos e isso se tornou uma rotina tão comum que apenas trazíamos os nossos lanches de casa mesmo. Entretanto, a algumas semanas eu via como a rotina dele e até mesmo do papai Jungoo estava agitada em casa. Papai Minie ainda pinta muitas telas e suas obras estão cada vez mais elaboradas e cheias de detalhes e isso faz com que ele durma muito tarde, e quase sempre não acorde num horário que dê para fazer nossos lanches.

E acredite, eu não me importo em ter que comprar lanches - na maioria das vezes - industrializados porque meu próprio pai não pode mais cumprir sua rotina. Eu sinto, na verdade, muito orgulho, porque eu sei que pintar e se dedicar a pintura é o que o papai Minie gosta, então utilizar o cartão que o colégio nos fornece para tal coisa é a nossa nova rotina e é até mesmo mais prática.

UNKNOWN - Jikook | MpregWhere stories live. Discover now