III- Um Segredo

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Sábado, 10 de junho, 1972

— Eu não acredito Ambar!!! Fizeste exatamente o contrário do que te dissemos!

— Mãe eu não lhe disse nada, juro!! Só conversamos sobre as coisas que lhe aconteciam... Vá lá se não lhe ligar vai ser estranho, hoje em dia todos têm telefone em casa, que justificação lhe dou para não ter ligado?

— Não me interessa, é uma coisa que vais ter de ser tu a resolver! Tu crias-te esta situação, se tivesses feito o que te dissemos não tinhas problemas.

—Eu só acho que lhe devia ligar, nunca lhe dei a entender que o que ela faz é magia!! Fui a única pessoa a quem ela falou disto, é importante mãe, ela é minha amiga...

— Addison acho que não faz mal. Temos de confiar nela...— o seu pai era normalmente o mais calmo lá em casa.

A mãe de Ambar revirou os olhos ao marido mostrando-lhe um olhar severo, mas de seguida respirou fundo.

— Eu confio na nossa filha, mas isto não é brincadeira não podemos sujeitar-nos a que o Ministério tenha de intervir na memória criança de onze anos que agora sabe que o mundo mágico é real, só porque a nossa filha achou que ela era bruxa também! — a Sra. Mcnor tocou no ombro de Ambar e olhou-a nos olhos, eram iguais aos dela, a rapariga tentou dizer através do olhar que compreendia o que a mãe estava a dizer —Vamos, traz a minha carteira. — Ambar piscou os olhos algumas vezes, a sua mãe mostrava um pequeno sorriso, ela ia poder conversar com Ava, mas não lhe poderia dizer nada, essa era a sua responsabilidade, os seus pais tinham confiado nela. Pegou no casaco e foi com a mãe para a rua.

— Como é que sabes trabalhar com estes telefones?

— Bem, eu e o teu pai falávamos através deles quando eramos mais novos, o teu avô não era fã de ter corujas a entrar e a sair pela casa então o pai e os tios usavam o telefone.

O pai de Ambar era filho de uma bruxa com um muggle, mas o mais estranho era que todos os irmãos do seu pai também eram bruxos, mesmo tendo um pai não bruxo. O mesmo aconteceu com a mãe do seu pai, a sua avó Ruby, ela e as suas irmãs eram todas bruxas, mas nascidas muggles. Ambar sempre achou essa história muito estranha então gostava de pensar que os "genes mágicos" na família do seu pai eram muito fortes.

Entregou à sua mãe o papel com o número que Ava lhe tinha dado. Viu-a a inserir as moedas no telefone e marcar os números com tanta facilidade que a rapariga continuou sem saber fazê-lo sozinha, depois levou o telefone ao ouvido.

— Sim? Quem fala? — do outro lado surgiu uma voz grave e calma.

Ambar não sabia o que fazer viu-se um pouco atrapalhada, a sua mãe riu e fez-lhe sinal que falasse.

— Oh, olá! Sou a Ambar... uma amiga da Ava! — a sua mãe abriu os olhos e fez-lhe sinal para que ela falasse mais baixo, o que fez Ambar ficar envergonhada, sentindo as suas bochechas a aquecer.

— Hmmm...está bem, espere um minuto

Ambar conseguiu ouvir o Sr. Thompson, supôs ela, a chamar a filha- "Está uma tal de Ambar ao telefone, diz que é para ti Ava!" – logo de seguida ouviu passos apressados e a agarrarem no telefone do outro lado.

— Ligaste!! Foi o meu pai que atendeu, desculpa. — a voz de Ava parecia surpreendida, estava mais aguda que quando falavam normalmente, mas talvez o telefone fizesse esse efeito.

— Sim eu percebi, não faz mal! — Ambar não sabia bem o que dizer, nem por onde começar.

— Bem... na verdade, acho que falar pelo telefone disto que tu sabes não é boa ideia — Ava disse isto baixinho — os meus pais disseram para não contar a ninguém. Eu só pedi para ligares porque não tive tempo para te dizer mais nada.

Nós Contamos A Nossa HistóriaWhere stories live. Discover now