— Mas você nem me contou direito como foi com sua mãe, que que ela disse, reações e etc. — puxei assunto.

— É verdade, é que eu tô tentando assimilar tudo ainda, sabe? — ele disse e eu assenti.

— Deixa pra quando você tiver melhor e tudo estiver resolvido então.

— Isso aí. — ele assentiu. — Quer assistir o que? Tem um monte de filme aí.

— Sei lá, comédia romântica? — sugeri.

Ele fez careta. — Sou mais ação.

— Qualéeeee, comédinha romantiquinha por favor? — disse subindo em cima dele pra fazer cosquinha que começou a gargalhar alto.

— Tá bom, tá bom. Agora para, por favor! — ele pediu em desespero e eu parei rindo pra caramba.

— Não sabia que você sentia tanta cosquinha assim. — falei ainda rindo.

— Eu odeio. — ele disse recuperando o fôlego.

Ele se recuperou e pegou o controle pra escolhermos um filme. Acabou que colocamos o meu preferido que era "sexo sem compromisso" e cada um ficou deitado pra um lado do sofá.

Acabamos com um pote inteirinho de sorvete enquanto revezávamos e depois ficamos vendo atentamente ao filme.

— Como eu queria estar assim agora! — ele disse baixinho do outro canto do sofá.

— Assim como? — me fingi de desentendida visto que a cena do filme era um sexo violentasso.

— Assim, beijando, transando, agarrado com a gata. — ele disse.

— Assim eu fico ofendida. — disse pausando o filme e fazendo bico.

— Ofendida por quê? — ele se ajeitou no sofá.

— Dã, porque eu estou aqui. Você pode estar assim agora, só não está porque não quer. — falei.

— Ah, é? — ele perguntou vindo pra cima de mim com um sorriso malicioso nos lábios.

Eu assenti molhando meus lábios e deixei que ele viesse beijando meu pescoço. Levei minhas mãos até suas costas apertando devagar.

Ele chegou até minha boca dando um selinho e pediu passagem com a língua. Eu cedi levando uma mão por trás de sua nuca acarinhando ela.

Um barulho de chave no trinco da porta ecoou pela sala. Eu o empurrei com toda força do mundo que me olhou sem entender.

— Você me disse que ele não voltaria pra casa hoje. — sussurrei enquanto a porta não abria.

A porta se abriu e mais uma vez: Patrick. Ele estava com umas sacolas na mão que colocou em cima da bancada da cozinha nos encarando sem entender.

Ele fechou a porta atrás dele, guardou a chave no bolso e veio até o sofá com as sobrancelhas arqueadas. Ele olhou pra televisão pausada na mina sentando no cara, olhou pra gente e deu uma risada debochada.

— Vai continuar me dando gelo depois dessa? — olhou diretamente pra mim.

— Que dessa? Não sei do que você tá falando. — disse e ele me encarou como se não acreditasse na minha expressão cinica. — Não há nada aqui que me faça mudar com você.

— Valeu. — ele balançou a cabeça negativamente e foi pro quarto.

Dei aquela olhada de quem queria fuzilar a pessoa com o poder da mente pro Daniel.

— Eu juro que ouvi ele dizendo que sairia com elas hoje, não fiz de propósito. — ele disse parecendo sincero.

— Que merda. — ri de nervoso. — Acho que é melhor eu ir embora.

— Sério que você vai embora por causa dele? Vamo continuar nosso filme po.

Ele tinha razão, eu não tinha que viver minha vida em função do Patrick.

— Tá, mas nada de sexo. — disse decidida.

— Nada de sexo. — ele repetiu fazendo sinal de rendição e voltou a se deitar do outro lado.

Era uma vez, AliOnde histórias criam vida. Descubra agora