Pennywise me olhou analisando diretamente em meus olhos. Seus olhos voltaram a ficar azuis, e ele se afastou com um sorriso idiota nos lábios.

- Veremos.

- Achas que estou enganada? Se achas isso, é porque não conhece meu pai!

Sua gargalhada poderia ter estremecido o chão.

- Tem certeza disso? - Me olhou desafiador.

Fiquei confusa perante a sua resposta, o que o levou a dar um sorriso convencido.

- Foi o que pensei.

E assim deu as costas. Posso dizer que fiquei a noite inteira irritada. A minha barriga começou a roncar alto, e fiquei a abraçando o tempo todo para que isso pare.

Novamente, o cheiro delicioso de comida. Oh céus! Eu não consigo controlar, quando dei por mim, já estava saindo do quarto.

Analisei a sala, nenhum sinal de um palhaço assassino alienígena. Caminhei até a cozinha, onde era lá que emanava aquele aroma delicioso.

Assim que olhei para mesa, havia várias coisas deliciosas ali. Além de um jantar digno, há até sobremesa. Ele tava por um acaso, tentando me comprar com comida?

Dei de ombros e acabei fazendo meu prato. Tirei a barriga da miséria da forma mais grata possível.

- Pelo visto, alguém cedeu bem rápido.

Acabo me assustando com ele aparecendo ali de repente. Reviro os olhos e deixo meu prato lá.

-... Obrigada. - Digo baixo, ele se faz de desentendido ao perguntar:

- O quê?

-.. Obrigada pela.. Comida. - Digo já no tom mais audível. Ele sorri e dá de ombros.

Ficamos na sala o tempo todo olhando para a televisão, ligada em um programa de noticiário de Derry. Houve mais desaparecimentos entre ontem e hoje.

O olhei de relance, e ele não se comoveu com aquilo. Senti pena, de todas elas. Todas as crianças... Estou ao lado de um monstro que matou essas crianças...

Prontamente a TV desligou. Foi um susto para mim, e ele desapareceu. Deve ter ouvido meus pensamentos.

Não me importo. Estou certa. Acho que.. Se ele fosse só um assassino humano não teria tantos desaparecidos. Pennywise seria encontrado rápido, e seria acusado e provavelmente morto.

Não demorou para que eu sentisse sono. Caminhei para o quarto dele. Aquele corredor já não me dava mais tanto medo. Assim que cheguei, me deitei e me envolvi na coberta.




Uma semana depois...

Assim que tomei café, lavei minha pequena louça. Percebi que sou muito parecida com meu pai; não consigo ficar muito tempo parada sem fazer nada.

Eu estava cansada. Não sabia quantos dias passaram. Será que já estamos no meio do mês? Se sim, significa que falta pouco para meu aniversário, ou até mesmo hoje pode ser tal data.

Terminei minhas coisas e fiquei sentada no sofá, comecei a rabiscar coisas sem sentido. Não demorou para que eu sinta uma dor estrema em meu pé. Olhei para o mesmo e gritei ao ver uma aranha enorme sair de perto do pé.

- O que é?! - Escutei a voz dele e só consegui ver sua imagem ficando turva. Seus lábios manchados de sangue até o queixo, e só consegui ver até aí, até apagar.

...


- Hm... - Murmuro sentindo uma dor irritante no pé. Olhei para o mesmo, e o vi enfaixado.

𝐴 𝑃𝑟𝑖𝑠𝑖𝑜𝑛𝑒𝑖𝑟𝑎 𝐷𝑎 𝐶𝑜𝑖𝑠𝑎 | IT A COISA +18Where stories live. Discover now