6 - Poupando A Vida

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3° Dia.

Acordei no susto. Olhei para um lado e para o outro até entender que estava no quarto dele. Eu devo ter apagado na cozinha. Me pergunto se foi ele que me trouxe para cá, mas isso seria óbvio. A melhor pergunta seria o por quê dele ter feito isso.

Ao meu lado, a cama estava funda. Olhei para o lado com cautela, e o vi, dormindo? Só pode... Ele não estava deitado de uma forma normal. Não.
Estava deitado como um gato. Encolhido. Os braços cruzados, e as pernas juntas e estavam embaixo dele. Seu olhar era de poucos amigos. Com as sobrancelhas quase juntas, e a respiração forte.

Me sentei pondo os pés para fora da cama, senti uma dor terrível quando me apoiei no colchão, olhei para meu braço, e estava enfaixado, olho para as costas do mesmo, e estava manchado com meu sangue. Murmurei baixinho num gemido dolorido.

Caminhei até o banheiro e olhei para meu reflexo pelas partes que ainda sobravam do espelho. Fiz minhas necessidades, e olhei para o box. Estava necessitando urgente de um banho. Saí e olhei para ele, suspirei pesado. Será que ele me mataria se o acordasse?

Me aproximei da cama, chamava baixinho seu nome, não o nome real, mas sim..

- Palhaço.  - Sussurrei -  Hey.

Ele só se mexeu. Apoiei um de meus braços na colchão, sentindo o tecido do lençol, na outra mão, senti um tecido diferente. Olhei e vi uma toalha azul. Então ele sabia...

Peguei a toalha, em seguida me tranquei no banheiro e tomei um banho com cuidado para não doer meu braço.

Por fim, coloquei a mesma roupa, e logo saí renovada. Poderia ter sido melhor se fosse água quente, mas era extremamente gelada.

Ele não estava mais lá, percebi pequenas brechas nas madeiras da janela fechada, subi na cama e engatinhei até a mesma que é acima da cama. Olhei pelas brechas e vi o céu azul, já era o outro dia.

Desci e assim que abri a porta, me assustei com ele soltando um grito, o que fez ele gargalhar. Assim que ele parou, me olhou com seu sorriso esticado.

- O que estava fazendo, garota?

-... N-Nada de mais. Só ver se ainda era noite...

- Hum...

Minha cara de dor era visível ainda, ele não pôde deixar de notar e sorriu mais ainda, me pergunto como isso era possível, é claro que ele não é um humano de verdade, então...

Gritei de dor assim que ele puxou meu braço enfaixado com força. Sem mais nem menos, arrancou a faixa e como se fosse um doutor maluco, pôs a examinar meu braço.

- Merda! O que está fazendo?!

- Shh! Cala a boca.    - Ele olhou mais para aquilo, e sorriu doentio -  É! Fiz um belo estrago aqui!   - E começou à rir.

- Me solte seu palhaço do inferno!

- Eieiei! Naquela hora, fiquei com muita raiva de você, eu poderia tê-la matado, só não fiz pois..  - Ele se aproximou de meu ouvido, e sussurrou ali -   Você já sabe o motivo.

- Anh?!

Ele gargalhou me assustando.

- Você confusa deste jeito até que me irrita, mas me faz rir ao mesmo tempo!

- Q-que?

- Ah... Mas j-já V-vai co-começa-çar à ga-ga-gue-gue-guejar?!   - Zombou-me -   Isso é irritante! Já não basta aquele punkzinho gago!    - Se irritou. E algo acendeu em minha mente. E se eu brincar um pouco?

𝐴 𝑃𝑟𝑖𝑠𝑖𝑜𝑛𝑒𝑖𝑟𝑎 𝐷𝑎 𝐶𝑜𝑖𝑠𝑎 | IT A COISA +18Where stories live. Discover now