Legado

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Guararé - limite de Corsário

O deus nórdico olhou ao seu redor, uma gangue de integrantes de um circo de horrores estavam presentes no local. Ele não fazia ideia de onde estavam, será que eles o haviam levado ao Circo de Horrores em São Paulo?

— Onde está Aleister? — Balder perguntou, meio grogue, após tanto tempo desacordado. — Alguém fale logo!

A mulher que o capturara, com pele de cobra com listras nas cores preto, laranja e branco, começou a sibilar irritada, sua língua bifurcada passava por seus lábios.

— Ele não pôde estar aqui, tinha muitos compromissos no circo...

O rosto do prisioneiro se contorceu em dúvida.

— Já não estamos no circo? — Ele perguntou, incrédulo.

A mulher cobra riu, acompanhada dos seus companheiros.

— Não te trouxemos para São Paulo, — ela respondeu com um sotaque francês. — ainda estamos naquela cidadezinha patética chamada de Corsário... E esse circo...

Ao falar, a mulher se virou para dois palhaços de sua trupe. Giuseppe e Giuseppe, pai e filho, uma criança de cerca de oito anos e um homem na faixa dos quarenta. Rindo e pulando, os dois foram ao painel de holofotes, ligando toda a luz do local.

Vários corpos secos compunham a plateia e o picadeiro, enfeitando o lugar numa apresentação macabra. Palhaços, trapezistas, ginastas e o público, todos mortos.

— Pegamos o local emprestado de alguns amigos, eles não vão se importar...

O deus encarou a plateia sinistra, chocado. Agora que o local estava iluminado, ele também conseguiu ver dois contêineres da empresa MutaGenic, com a segunda parte do nome mais acentuado.

— Vocês não vão sair vitoriosos, meus companheiros hão de encontrá-los!

— Tsc, tsc, tsc... — Negou a mulher com pele de cobra, encarando friamente seu inimigo. — A Maximus foi capturada, assim como um daqueles pirralhos que soltam fogo... Infeliz incidente, devo admitir.

— Pois é, sua telepatia está cada vez mais forte, seu alvo era só a garota, mas você prendeu os dois. — Anani Makadee, o Aranha-Humana, respondeu em hindu. — Depois o Anthony ainda levou eles ao laboratório para garantir que continuassem apagados. Somos invencíveis agora!

O homem que possuía apenas o tronco e quatro braços de cada lado apareceu no campo de visão do deus nórdico. Ele estava acompanhado de Tip e Toe, gêmeos siameses. Tip, uma gigante super-forte; e Toe, um anão super-inteligente, grudado no pescoço da maior.

— O que eu dizia, antes de ser interrompida. — A mulher parecia saborear as palavras, antes de continuar. — É que você está sozinho!

A cobra-humana selou seus lábios nos do loiro, que se contorceu contra o beijo forçado.

— Você não foi assim da última vez... — Coral debochou, sorrindo.

— Eu não tinha ciência de que você era uma megera traiçoeira da última vez!

A mulher riu, encarando o deus com seus olhos de serpente.

— Nós estudamos sua lenda, Balder... Seu corpo é invulnerável, mas eu descobri a sua fraqueza!

Nesse momento, a gigante se aproximou do capturado, mantendo seus olhos abertos à força. Coral fez os olhares se encontrarem, e Balder sentia como se a íris da mulher estivesse rodando. Diversas cores e formas começaram a aparecer ao seu redor e assim que ele perdeu o foco, sua cabeça tombou.

WSU's Frente JovemWhere stories live. Discover now