Lendas são criadas

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CONHEÇA A HISTÓRIA POR TRÁS DO FRACASSADO PROJETO DA FRENTE UNIDA

Por Maria Silva - Rio de Janeiro

21/07/2016

Você já ouviu falar no grupo de vigilantes conhecido como Frente Unida? Um time de vigilantes misterioso (mas nem tanto) que atuou durante as Olimpíadas do Rio supostamente protegendo o país de ataques terroristas. O que parecia ser um sonho de uma "Liga da Justiça" brasileira, terminou em brigas entre muitos membros, um braço cortado e dois homens mortos.

Karen Maximus, Temerário, Soldado Fantasma, Agente Trap, Neverfallen, Vésper, o detetive Azathoth e Aracnídeo. Esses eram os codinomes dos envolvidos na operação. "Eram" porque a maior parte dos membros ou ficou impossibilitada de trabalhar ou brigou. A população segue sem saber se o grupo poderá algum dia retornar. Nem se eles estavam realmente do nosso lado.

LABORATÓRIO QUEBRA APÓS ESCÂNDALO

Por C. Aguiar - Bahia

05/03/2018

O laboratório brasileiro MutaGenic, acusado de aprisionar jovens e crianças para usá-los como cobaias em seus experimentos, declarou que irá se desmanchar, após reuniões de acionistas sobre o escândalo.

Uma investigação iniciada pela polícia da Bahia, em parceria com o vigilante intitulado "Temerário", revelou um alto contingente de adolescentes em cárcere para servirem de base em estudos genéticos, visando "ampliar as habilidades humanas", nas palavras de Anthony Lincoln Braga, ex-CEO da MutaGenic.

O laboratório criava as cobaias ainda bebês e mantinha-as lá dentro para alterarem seus genes e estudarem todas as diversas mutações que sofriam no processo, como se transmutar, transformar o que toca em fogo, desaparecer a olhos nus entre outras anomalias.

O atual diretor dos negócios, Yuri Ling, explicou que a empresa está sendo repartida em duas menores, alegando que essa é a melhor solução para gerir corretamente o que sobrou da corporação e evitar que os erros do passado se repitam.

Além do acordo, feito com auxílio das organizações Calbuch, a MutaGenic ainda precisa quitar uma multa de milhões de reais.

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Dezembro de 2018 - Brasil - Bahia - Corsário

Dimitri folheava os jornais velhos, tristemente, se lembrando de tudo que atormentava ele e aqueles com quem se preocupava. Precisava acreditar que existia algo além das mazelas da vida na Terra. Estava sentado nos degraus na frente da porta de sua casa observando o céu e mexendo em sua caixa de lembranças desde a tarde. Tinha visto o pôr do Sol, mas naquele momento, só havia breu e a luz das estrelas. E a lâmpada amarelada de um poste na rua. Ele ainda usava sua mão para acender uma labareda ou outra de fogo de vez em quando. Vantagens de ser pirocinético.

"Uma das poucas" pensou consigo. Dimi e seu irmão gêmeo, Dominique, cresceram em cativeiro na MutaGenic. Recentemente, uma das pessoas que cresceram com eles tinha sido morta pelo laboratório e isso estava lhe deixando perturbadoramente melancólico. Quer dizer, ele e o irmão conseguiram fugir e tentavam seguir as próprias vidas, mas quantos mais podiam continuar sofrendo pelos atos de Anthony? Refletia sobre essas coisas quando Domi lhe chamou, de dentro da casa:

— Dimi! Eu sei que o clima tá triste! Mas ficar o resto da vida jogado na calçada igual um mendigo não vai adiantar nada!

Esse era Dominique, sofria junto, amava o irmão mas sempre tentava lidar com tudo com humor, mesmo quando era inapropriado e descabido. Dimi nem ligava mais. Só as vezes. Mas não naquele momento.

WSU's Frente JovemWhere stories live. Discover now