— Amiga? Tu não vai acreditar! — Jade apareceu do nada na minha frente.

— Onde você tava, hein senhorita? — questionei. Jade tinha sumido fazia uns minutinhos.

— Eu tava...

A interrompi. — Foi dar um perdido da Livia? — sussurrei.

— Não, eu fui ver com meus próprios olhos se o...

— Se tu deu perdido, foi mancada. Livia é maneirona. — falei séria.

— Não foi isso caralho, deixa eu terminar de falar! — ela pediu apressada.

— Tá, fala.

— Alicia me mandou mensagem dizendo que o... — quando olhei pra trás dela, na porta do camarote, Alicia, Phelipe e Matheus entrando. Era assombração, não é possível.

Jade percebendo minha cara completamente pasma se virou, deu um passo pra trás, segurou minha mão e a apertou.

Eu tava completamente em choque, sem conseguir esboçar nenhuma reação e nem falar nada. Enquanto Alicia apresentava os meninos pro resto das minas, Matheus me olhava de canto e eu não sabia o que fazia.

Quando vi os meninos voltando com os baldes, vi José e depois olhei pro meu ex namorado no mesmo ambiente, eu quis cavar um buraco e cair na minha casa.

Patrick me olhou com aquela cara de "deu merda, né?" e eu só consegui mexer a cabeça pra mostrar que eu tava desesperada.

— Que foi, gata? Tá bolada? — José disse cheirando meu pescoço por trás. Filho da puta, não era como se ele não tivesse visto. Homens são uma merda, só querem marcar território.

— Não. — disse seca.

— E aí Eduarda!? — Matheus parou na minha frente ao lado de Alicia e Phelipe.

Não consegui responder nada, ainda mais com José grudado no meu corpo e Matheus querendo fuzilar eu e ele com o olhar.

— Oi. — respondi engolindo a seco e virei pra abraçar o Phelipe.

— Sentiram saudade? — Phelipe perguntou pra mim e pra Jade.

— Não muito. — Jade brincou e ele fez careta agarrando ela pela pescoço.

— Vou voltar pra lá Ali, depois você volta lá? — Matheus disse e ela assentiu. — Bora Phelp.

Phelipe largou Jade com um beijão na bochecha e foi atrás de Matheus. Suspirei pesado pra não despencar e chorar na frente de todo mundo.

José percebeu a inconveniência e logo foi dançar com as minas e os outros moleques.

— Amiga, não chora! — Alicia segurou meus braços. — Phelipe forçou a barra real pra vir ver vocês, então ele veio junto, mas não queria.

— Tranquilo, Ali. — disse meio chorosa. — Só perdi o clima. — larguei a bebida na mesinha.

— Não perde não, ainda mais agora que eu tô bêbada demais da conta. — ela falou.

— Ainda mais agora também que compramos a vodca pra virar, se anima aí. — Patrick se meteu.

Eu ri tentando engolir o choro e assenti. Não queria acabar com minha noite.

— Bora? — Jade olhou pra mim pegando a vodca.

— Bora!

Nós viramos meio copo de vodca purinha, Jade bem menos porque ia dirigir e foi impossível não sentir bater quase que na hora. Alicia que já estava doidinha, deu dez minutos e ela tava pior ainda.

Eu me forcei a dançar com Jade e Livia, mas quando vi Alicia indo forçar o Patrick a dançar com ela tive que parar pra ver aquela cena e a merda acontecer. Será que ela tinha esquecido que Daniel só tava um pouco ao lado?

— Ah NÃO! — escutei um berro maior que a música vindo de alguém, e não era de nenhum dos nossos.

Me virei e dei de cara com Rebeca entrando transtornada no nosso camarote na direção dos dois, instintivamente entrei na frente e se não fosse isso ela teria voado em cima dos dois.

— Que que foi sua louca? — perguntei a peitando.

— Olha essa puta dessa sua amiga aí se esfregando no irmão do cara que ela pega. — ela disse com sangue nos olhos apontando pros dois.

Olhei rápido e Patrick tava pouco se fodendo bebendo a cerveja dele e nem dando bola, enquanto Alicia prestava atenção indignada. Bobinha a menina.

— Não viaja de chamar a mina de puta assim não, Rebeca. — José se meteu do meu lado.

— E tu tem olho de águia, né minha fia? Cansa de passar vergonha não? — perguntei debochada.

— Ela não cansa, amiga. — Jade se meteu.

A sorte de toda a situação não virar uma porradaria, era que tava todo mundo muito junto pra ninguém do outro camarote ver, porque se viesse aquela vaca daquela Raissa eu matava ela aqui mesmo.

Agora como não viram o cão dessa garota vindo na nossa direção, eu não sei...

— Eu vou embora... eu vou embora, mas só porque todos vocês contra mim é covardia. — ela disse inflando o peito. — Patrick, acabou entre a gente.

— Acabou o que nem começou, puta que pariu. Vergonha alheia, garota. — ele respondeu debochado.

— Vai tomar no cu. — ela se virou e deu as costas.

Só problema pra minha cabeça. Depois dessa, até parei de beber. Larguei meu copo de lado, me apoiei na grade e fiquei só quieta cantando as músicas.

Alicia voltou a perturbar Patrick como se nem tivesse ligado pra nada, o resto voltou a dançar e eu não vou mentir, eu não conseguia parar de olhar pra onde o Matheus estava.

Eu só não passei raiva porque ele tava quietinho de canto com o Phelipe e um copo na mão, porque se eu visse ele perto da vaca da Raissa eu iria surtar de raiva.

Era uma vez, AliWhere stories live. Discover now