Nota das autoras

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Quando iniciamos esse livro, tínhamos em mente fazer algo parecido com o livro dos clichês dos romances cristãos: "A cristã e o bad boy americano" (disponível aqui no perfil). Na ocasião da escrita desse livro, nos divertimos bastante, podendo explorar os mais completos absurdos, uma vez que se tratava de um livro de comédia.

Iniciamos o livro do Morro com um propósito: falar sobre uma temática que, infelizmente, está tão presente nos mais diversos livros de romance cristão.

O jugo desigual.

Quem não cansou de ver a mesma história? Um personagem cristão, correto e íntegro, se apaixona por um ímpio, de preferência arrogante, orgulhoso, sedutor, libertino. Então, a famosa síndrome do Espírito Santo, ou o apegado Namoro evangelístico entra em cena e vemos a incrível necessidade de uma redenção acontecendo, mas não por méritos de Cristo, há que se colocar os méritos de um amor humano (ainda que em total descumprimento da Palavra e em pecado), aquele arrebatador que faz o outro mudar da água para o vinho em busca de ser alguém melhor para o casal.

É certo que nós mesmas já caímos nessa tendência, mas fomos duramente repreendida pelo Senhor e passamos a corrigir nossos enredos. Cremos, hoje, que como autoras cristãs, escrevendo algo que condiz com a nossa fé, devemos seguir às Escrituras quando estivermos criando nossas histórias, e isso significa dar um fim total na romantização de pecados, isso é, colocar o pecado como algo bom, um caminho para alcançar um bom objetivo, ou ainda para se ter uma redenção. Isso não exclui da narrativa os erros, defeitos, limitações e pecados dos personagens, mas eles devem ser mostrados como tal, e com suas devidas consequências e necessidade de arrependimento.

É claro, também cremos que toda cristã deve ter a Bíblia como fonte de regra, fé e prática. Não devemos andar por experiência dos outros, tampouco por enredos de romances fictícios. Mas, infelizmente, o que temos visto é que esse enredo não se limita apenas a livros de ficção. Nos parece que garotas e garotos cristãos estão a cada dia mais envolvendo-se em relacionamentos cujo centro não é Cristo, relativizando às Escrituras e vivendo de uma, em cem, experiências — de jugo desigual que deram certo — dos outros. Não podemos fechar os olhos para essa verdade: nossas igrejas estão infestadas de relacionamentos em jugo desigual e parece que está tudo bem isso.

Não, não está. E não está bem que jovens deixem de lado o que realmente importa, o caráter piedoso do outro, o fato de ele amar a Deus acima de todas as coisas, o temor ao Senhor, a capacidade de observar e obedecer aos mandamentos de Cristo, para focarem em coisas irrelevantes, assim como os ímpios, fechando os olhos para serem confrontados.

Não pode haver uma dicotomia, isso é, uma divisão em sua vida. Cristo e sua lei devem reinar absoluto, seja na Igreja, seja em sua casa, seja no seu trabalho, seja na sua escola, seja na sua vida amorosa. Nosso cristianismo deve afetar tudo, inclusive a maneira que vamos admirar o sexo oposto e ver neles as qualidades que importam segundo a Bíblia.

Foi pensando nisso que escolhemos essa temática e, com um toque de humor, mostrar como termina a maioria das histórias reais de jugo desigual. Sem romantizar. Sem criar estratégias milagrosas para que o pecado seja mais aceitável. Sem colocar um final feliz e perfeito que muda do dia para noite sem nem mesmo um sincero arrependimento. Não. Mostramos, de uma maneira mais exagerada, a dura realidade de grande parte dos casamentos que se iniciam de maneira errada.

Cremos também no perdão de Deus para àqueles que vivem nessa realidade e, inclusive, cremos que a misericórdia de Deus pode transformar completamente a situação e haver redenção, pelo trabalho do Espírito Santo. Deus pode. Mas isso não deve ser levado em conta antes, quando você ainda está solteira, como desculpa ou motivo para fazer uma escolha deliberada e pecaminosa.

Enfim, esperamos que, embora o final possa ter sido um pouco diferente do que muitos esperavam, essa obra tenha passado uma mensagem real para vocês.

No mais, obrigada, a cada um que chegou até aqui. Postaremos um pouco mais sobre esse tema, para que você possa refletir e fugir das redes atrativas do jugo desigual.

Com amor,

C.H. Aline Moretho alinemoretho
P.W. Dulci Veríssimo DulciVerissimo
V.E. Kell Carvalho @kells2carvalho
J.P. Maina Mattos Mainamattos
E.G. e E.E. - convidadas.

O dono do morro da Luz e a missionária cristãOnde as histórias ganham vida. Descobre agora