Capítulo 13

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(Hey galerinha, como vocês estão?
Mais um capítulo pra vocês, espero que gostem.
Obs: a observação de todas as observações anteriores.)

Estava no meio de uma reunião quando meu telefone vibrou no bolso. Discretamente, o puxei para debaixo da mesa de madeira escura. Para minha não surpresa, era Zulema.

"Você chega que horas hoje?"

"Perto das sete eu saio."

"Certo. Preparada para mais uma noite?"

"Querida, eu nasci pronta. Vamos ver se você aguenta o trampo.

"Vou estar esperando ansiosamente..." "Vem rápido." "Ok Macarena! Voa."

"Kkkkk ok, tarada. Aguenta um pouco, valeu."

"Eu sei que você está doida para tirar minha calça."

"Na verdade, não." Menti. "Você que está doida para que eu tire sua calça. E depois desça um caminho de beijos até a sua cintura e..."

- Macarena? -minha chefe chamou, e eu quase tive um treco.

-Sim, Srta. Cabello?

-Quero saber se você concorda com a
mudança.

Eu olhei ao redor a procura de ajuda, e fingi estar pensando.

Alicia, uma das minhas únicas amigas no escritório, gesticulou com a boca 'Mudaram a diretoria da classe de vendas.' Eu agradeci com os olhos e me virei para a Srta. Cabello:

-Eu concordo sim com a mudança. Acho ela de muito bom gosto, afinal ajudará muito no desenvolvimento da empresa.

Minha chefe nunca sorria, mas eu sabia que ela amava ser elogiada. Ao escutar minhas palavras pagando pau pra sua escolha oficial, ela me lançou um sorriso:

-Certo, todos dispensados. Boa tarde para todos.

Eu sorri de volta e juntei minhas coisas, seguindo pela grande porta de vidro para fora. Alicia se juntou à mim:

-O que você estava fazendo, que não escutou o que ela disse?

Eu mordi o lábio e soltei:

-Sexting.

Alicia arregalou os olhos e riu:

-Aqui? -eu assenti e ela riu- Ai meu deus!

As duas riram e ela então se virou para mim, curiosa:

-Isso quer dizer que você está em um relacionamento! Arranjou outro cara legal? Tá de namorado novo? -ela fez uma cara de surpresa enorme- Voltou com o ex?!

-Vamos pegar um intervalo que eu te explico.

Descemos o grande prédio e
atravessamos a rua até a grande cafeteria em frente à ele. Pedi um capuccino, ela pediu um chá verde e um muffin para dividirmos e nos sentamos em uma mesa no canto.

Logo me pus a contar cada detalhe da bagunça em que se encontrava minha vida. Ela escutou à tudo atentamente.

Alicia havia se tornado uma das minhas melhores amigas. A melhor, já que não via Cachinhos, Saray e nem Mala com muita frequência. Ainda éramos amigas e saíamos de vez em quando, mas era com Najwa que eu debatia os prós e contras das situações que apareciam na minha vida, a quem eu corria quando precisava de colo (e também Zule), era pra quem eu contava tudo, e ela me contava tudo também.

-Esse é o maior clichê que eu já ouvi na vida, Macarena. -ela falou, dando um gole no chá- É muito óbvio que isso não vai funcionar, por que vocês vão acabar se apaixonando.

-Não, Ali, não tem nada disso! É só sexo mesmo. Tipo, a gente vive juntas né? Aí a gente tá em casa, sem nada pra fazer, as duas com tesão, bum. Transam. Pronto. Ai vai cada uma pro seu lado.

-Não dá pra transar tantas vezes com uma pessoa sem sentir nada por ela.

-Mas é verdade! -repito.

-Tá. Vamos supor que isso dê certo, o que não vai acontecer por que em uma semana vão estar apaixonadas, mas vamos supor que dê. Vocês continuam transando sem se amar. Ok. Mas e aí? O que acontece depois? Vão viver para sempre nisso? O que acontece se uma das duas encontrar outra pessoa, alguém com quem ache que podem dar certo, se casar? Não vão fazer nada por causa da sua relação de sexo casual? Isso não vai dar certo, Maca.

-Por que você insiste que isso vai dar errado?! -choramingo.

-Porque sou sua amiga e me importo com você, porra! Por que eu sei que vão acabar envolvendo seus sentimentos. Por que vocês duas se conhecem a muito tempo e tem memórias e lembranças afetivas que te ligam. Aí vocês somam sexo ao relacionamento de vocês, e criam um novo laço. É inevitável que as ligações se misturem, e acabem trazendo sentimentos para o novo laço, o do sexo. E vão acabar sentindo coisas.

Eu não sabia se ela estava certa, então não falei nada. Ela tomou meu silêncio como incentivo para continuar falando:

-E eu te conheço muito bem e sei que você vai tentar esconder e reprimir esses sentimentos. E pelo que conheço de Zulema, o que é muito já que te ouvi falar dela por quase quatro anos, sei que ela também vai reprimir os sentimentos. E as duas vão acabar sofrendo. - ela bebe um gole de seu chá esperando que eu diga algo, mas nada saí, então ela continua:

-E não quero que sofram. Eu acho que vocês duas seriam o casal perfeito; parceiras, fofas, colegas. Mas nenhuma das duas aceita isso e vai continuar não aceitando, mesmo com essa relação de vocês. A não ser que vocês lutem uma pela outra, e se esforcem para ficar juntas. Por que sei que vocês seriam muito felizes.

-Certo, psicóloga, já deu de sermão.
Então o que você quis dizer é que eu e Zule estamos pré-destinadas uma a outra, e a única coisa que nos impede de ficarmos juntas somos nós mesmas?

-Aham.

- Balela. Não é porque você e Raquel eram assim que eu e Zule somos assim, Alicia. Eu e ela somos amigas, e continuaremos sendo isso. Amigas que transam. -eu me levantei e peguei a bolsa- Agora se me dá licença, eu preciso passar no mercado antes de voltar para o escritório. Beijo.

-Você está em negação, Maca! -ela gritou para mim enquanto saía.

-Me erra! -ela gargalhou com minha
resposta.

Roommates - ZURENA (CONCLUÍDA)Unde poveștirile trăiesc. Descoperă acum