O destino dita as regras IV - Amor eterno

14. TRAPAÇA

15 dias se passaram até que Helena também recebeu alta do hospital, exatamente no dia em que os bebês completavam 1 mês de nascidos, sendo recebida com uma grande festa por toda a família. Ela lembrava Felipe tanto quanto o irmão, sendo que seus traços femininos tinham um pouco de Manuela. Felipe tratava a filha com total devoção, por vezes Manuela questionava se ele faria diferença entre os dois, e ele apenas explicava que Helena era mais frágil e delicada, e por isso ele era mais cuidadoso.

Assim que as meninas entraram de férias na faculdade, todos seguiram para o haras, Jhenny começou a se preocupar com a aproximação das provas em Barretos, pois Ventania não havia ido em nenhuma competição durante todo o ano e Letícia continuava se esforçando para treiná-lo, porém nem mesmo ela acreditava que ele conseguiria obter um bom desempenho.

- Jhenny eu sinto muito, mas a evolução do Ventania está muito limitada, levar ele para Barretos, um dos locais de provas mais barulhentos e lotados que existem, não seria uma boa ideia... Não conseguimos nem nas arenas mais tranquilas!

- Não tem problema, Letícia, nós levaremos outros cavalos... – Cristiano disse decidido.

- Não, mas eu ainda acho que deveríamos tentar! – Jhenny interferiu.

- Amor, você é suicida? Nós tivemos quase um ano pra ele se recuperar e não houve progresso, o que te faz pensar que em um mês algo vai mudar?

- O mesmo que me fez pensar que eu poderia levar ele na primeira vez. Ele tem potencial e já provou isso!

- Ele tem, Jhenny, mas sofreu um trauma que para um animal que já era arisco, só fez piorar a situação! – Leticia lembrou.

- Por que tanta obsessão em levar ele? O haras está bem, a situação financeira está melhorando, não existe tanta urgência! – Cristiano insistiu.

- Vocês têm razão, tudo bem, leva o cavalo que você quiser...

- Melodys, compete com ela!

- Eu não vou competir! - Jhenny se virou irada indo na direção das baias.

- Amor...

Letícia balançou a cabeça em negação, mas não se meteu, Cristiano se apressou em tentar alcançá-la, mas ainda era difícil acompanhar os passos rápidos.

- Você quer fazer o favor de parar e me ouvir? Está agindo feito criança!

Jhenny parou se virando para ele bruscamente.

- Você nunca acreditou que ele seria capaz e ele foi o único cavalo desse haras a ser campeão na primeira competição, uma das mais importantes do ano, com competidores já renomados!

- Eu sei, mas as coisas mudaram! Me explica por que você faz tanta questão que ele vá? Isso chega a ser egoísmo, submeter ele a algo que vai deixá-lo ainda mais estressado... Por que? Que ambição é essa? A vitória a Melodys também é capaz de trazer!

Jhenny parou pensativa por um momento.

- Tem razão... - Ela abaixou a cabeça. - Eu amo ele, do jeito que ele é, só queria que você enxergasse o valor que ele tem.

- Eu enxergo, eu entendo!

- Não, você não entende, por que se dependesse de você, ele já nem estaria aqui!

- Ah, nisso você tem razão, eu me arrependo dia após dia por ter te dado esse cavalo, logo esse!

- Você me deu o mais perfeito, o melhor desse haras, melhor até que o próprio pai!

Cristiano sorriu em deboche.

- Nenhum outro jamais será como Faísca!

- Sinto lhe informar, ele pode não ser o mais dócil e obediente. Mas o potencial é incomparável!