1. EXPECTATIVAS

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Quando um novo ano se inicia, traz consigo a esperança de um recomeço, é necessário saber olhar para trás e enxergar nas dificuldades os degraus para a prosperidade, e melhor do que superar os obstáculos e seguir em frente é saber que haja o que houver, quem tem bons amigos nunca estará sozinho nessa caminhada.

Após as festas de final de ano, João Paulo viajou com Vanessa e o filho para Minas Gerais, para que ela pudesse rever a família. Seria o primeiro contato dele com os sogros e ambos estavam extremamente nervosos. Os pais de Vanessa moravam em uma cidade pequena do interior, eram pessoas de idade e com princípios antiquados, ela era a mais nova de 4 irmãos, e a única que se afastou para fazer faculdade.

Devido ao tipo de criação que recebeu, Vanessa escondeu sua gravidez durante meses, tanto de JP como dos pais, quando a barriga começou a aparecer e a tia com quem morava desconfiou, ela teve que dizer a verdade e desde então seu pai não lhe dirigia a palavra, por esse motivo ela nunca mais havia voltado para visitar sua família.

- O que seus pais sabem sobre nossa história, Vá? – JP perguntou preocupado com o que esperar.

Vanessa o olhou com pesar e abaixou a cabeça.

- Eles não sabem a verdade, na época eu disse que tinha um namorado e que tinha sido minha primeira vez. – Ela revelou. - Meus pais são da moda antiga, nós não podíamos sequer namorar, e para o meu pai, principalmente, foi uma afronta eu ter engravidado...

- Nossa, então eles devem me odiar, né? – JP riu. - Tirei a pureza da moça! – Ele disse sem se importar, olhando-a com malícia. - Mas se me lembro bem, não tinha nada de pura...

João a beijou no pescoço conforme ia deslizando a mão por suas pernas.

- Para, seu cara de pau, estamos dentro do ônibus! – Ela sorriu tentando disfarçar.

- E se ele visse os vídeos que você me mandava? O velho ia dar um ataque cardíaco! – JP gargalhava.

- Fala baixo, João!

- Pelo estilo de vida que você levava, então você não teve muitos relacionamentos antes de mim... Ou teve? – Ele perguntou curioso.

- Sempre fui idiota, sempre me iludi! - Vanessa parecia amargurada ao falar de seu passado e evitou prolongar o assunto

- É engraçado como nós vamos casar e não sei quase nada do seu passado.

- É, mas também não são coisas que me interessam contar...

- Porque, meu bem?

Vanessa o olhou como se fosse dizer algo e logo em seguida desviou o olhar.

- Me apaixonei por uma pessoa uma vez, ele era mais velho e me iludiu, prometeu o mundo e a única coisa que me causou foi dor... – Ela contou. - Eu era uma menina ainda, tinha meus 14 anos, era muito bobinha e cheia de curiosidade.

- Quantos anos ele tinha?

- 35, na época... Ele dizia que assim que eu completasse 18 anos me pediria em casamento, dizia coisas bonitas. - Ela contava falando baixinho, enquanto JP ouvia a história já imaginando o que estava por vir.

- No início ele só me tocava, eu sentia prazer e tinha curiosidade.

- Ele abusou de você? – JP se espantou.

- Não! Foi com consentimento, sempre, eu gostava dele e ele parecia sentir o mesmo. Todos os dias eu ia para a escola e ele me esperava na saída num local escondido, eu ia com ele e parávamos em qualquer lugar reservado... Ele me dava presentes, dinheiro, fazia de tudo, e eu acreditava em tudo que ele falava.

O destino dita as regras IV - Amor eternoМесто, где живут истории. Откройте их для себя