10. - Brands.

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Na quarta-feira de manhã eu queria acordar cedo, cedo mesmo, do tipo que o sol nem havia nascido, porque queria falar com a Dawn, pois ontem à noite a mesma apenas fugiu de mim, dizendo que estava cansadíssima. Mas, pessoalmente, eu tenho um sério problema em acordar cedo, então fiquei bem enroladinha em meus lençóis, enquanto sem perceber, retumbava as palavras de Justin em minha mente.

Eu e você não vai rolar.

Mesmo? Por que?

Embora seja tentador conseguir a resposta, eu preciso passar por cima disso de qualquer maneira, ou senão, o que fiz com Loren, vai parecer brincadeira de criança. Justin vai ter seu capítulo no Livro da Conquista, porém de que maneira dependerá apenas dele.

Logo mais o despertador tocou, e eu tive que levantar.

Assim que cheguei na porta da faculdade, acompanhei alguns manifestantes nela, com grandes placas com o nome de Deus envolvido, pois o pessoal da igreja adora os alunos da classe de religião, porque aparentemente eles compactuam com os mesmos ensinamentos da bíblia, ou seja; crentes. Eu suspirei, observando a mãe de Lyla no meio deles, e automaticamente um sorriso rígido surge. Ainda me lembro quando fui dormir em sua casa, sem ela saber que Lyla é gay e eu era sua namorada, fico imaginando o que ela acharia se soubesse o que fizemos de baixo do seu teto...

Nego com a cabeça e vou para minha aula, ainda tenho muito o que fazer.

Assim que chego, observo Justin, e caminho até ele, atravessando a fileira toda para me sentar ao seu lado. O mesmo está com os olhos sobre um jornal, o que me faz automaticamente franzir o cenho, quem lê jornal impresso hoje em dia? Inspirei e soltei o ar, saboreando seu perfume caro.

— Bom dia, Justin, como vai o combate as drogas no nosso país?

— Lento como sempre, Griffin. Já está suficientemente assustada? — Indagou, virando-se contra mim. Eu o encaro, perto demais do meu rosto, tentando buscar alguma coisa nos seus olhos, e aquele brilho maldoso estava lá.

Umedeci meus lábios, e subi os ombros.

— Justin, tem poucas coisas que me dão medo de verdade, e sinto lhe informar, você não é uma delas. — Ele abriu um sorriso, mas não sei dizer se foi tenso ou simplesmente irritado.

— Por que se esforçar tanto? — Ele parece extremamente curioso, por isso, inclino-me sobre ele, encarando os seus olhos.

— Porque adoro um desafio. — É um dos meus únicos defeitos.

— E eu virei um para você? — O mesmo parece ofendido, o que me deixa preocupada. Tento remediar a situação.

— Sim, como vim a aula todo dia sem surtar. Você ficaria surpreso com a minha vontade de ir vender arte na praia. — Justin continua me encarando, a expressão negativa. Na realidade, aposto que ele não ficaria, a maioria das pessoas me acham completamente desinteressada nas coisas normais que alguém dá valor; como ter uma profissão na faculdade, um bom emprego, uma família feliz. Acredito que ninguém ficaria excepcionalmente chocado se eu largasse a faculdade, provavelmente achariam que eu até demorei, porém ele entendeu o meu ponto.

— Não sou um jogo para você, Griffin. Tente usar seus esforços para algo útil, vai por mim, ficar ao meu redor não vai te garantir nada. — Olha, eu discordo.

— Justin, qual é. Eu não estou pedindo nada de você além da sua amizade, por que é tão difícil de compreender? — Suspirando, ele inclinou o queixo.

— Porque todo mundo quer alguma coisa, principalmente de mim. Então por que você seria diferente? — Sua frase me deixou ponderativa, contudo, não consegui desviar o olhar do seu rosto. Fitando-o tão de perto, eu tento observar algum defeito nesse garoto, mas não encontro nenhum. Seu topete brilha tanto que eu aposto que ele passa toda semana no cabeleireiro, não que isso tire seu critério, algumas pessoas já nascem lindas. Então, não é difícil imaginar como ele consegue todas que ele quer, mas é interessante pensar que ele se magoa com isso. O que você vê além desse rostinho bonito? Me faço a pergunta. — Griffin?

O Livro da ConquistaWhere stories live. Discover now