Poemas

146 8 0
                                    

— Desculpe não posso...— disse com a voz embargada de choro.

— Hey! O que foi? — disse se aproximando. 

— Não consigo falar disso agora. — fitou os pés.

— Me conte quando quiser. — levantou o rosto da morena fazendo ela olhar em seus olhos. — Amigos são para isso, são para estar do seu lado nos momentos bons e ruins e nunca te julgar… tem brigas? Sim! Mas se a amizade for verdadeira, os dois até esquecem que brigaram.

Um sorriso brotou nos lábios da morena, trazendo paz ao coração do ruivo. Mesmo fazendo pouco tempo que se conheceram, os dois já se preocupavam um com o outro.

Ela caminhou até a cama de Ichigo e sentou, viu que tinha um caderno jogado no canto da cama e estava curiosa, mas iria olhar o que estava escrito naquele caderninho do melhor jeito possível,  escondida.

— Moranguinho, me traz um copo d'água? 

— Vai lá buscar, meu pai não liga quem abre a geladeira...

— Para de ser retardado e mal educado e vai buscar minha água!

— Tsc… baixinha nervosa. — saiu reclamando para buscar o líquido.

Rukia não esperou nem dois segundos e pegou o caderno, nele havia anotações de animes, séries, jogos e alguns poemas. Isso mesmo, Kurosaki Ichigo escrevia poemas, e foi exatamente isso que chamou a atenção da bela que leu alguns e ao ouvir os passos pesados do ruivo, botou o caderninho no lugar onde estava.

— Aqui está. — disse entregando o copo.

— Obrigada! — bebeu tudo em dois goles.

— Então, sobre o que quer falar?

— Poemas. — sorriu sapeca.

— Não sou bom com isso... — disse coçando a cabeça.

— Eu não diria isso...

— Você nunca… — parou de falar ao olhar o caderninho na cama. — Você leu? — gritou.

— Não… —mentiu. — ...espera, leu o que? — se fez de desentendida.

— Nada. — disse desconfiado — mas por que quer falar disso?

— Não sei, eu gostava de ler...

— Fala um que você já leu — disse curioso.

—"Se me dessem asas,

Eu voaria por você 

Mesmo que toda a superfície da terra

Submergisse do fundo das águas

Se me dessem uma espada,

Eu lutaria por você 

Mesmo que toda a imensidão do céu 

Tentasse atravessá-lo com sua luz.

-Nelliel"

— Nossa, que bonito...

— Sim, me apaixonei por esse poema quando eu tinha 8 anos.

— E onde você o viu?

— Minha mãe escreveu ele no meu caderno. — sua voz saiu com uma melancolia.

— O que foi? — perguntou preocupado.

— Meus pais morreram em um acidente de carro… não quero falar disso, por favor!

— Sinto muito. Também perdi minha mãe… ela morreu pra me proteger, sinto falta dela. — uma lágrima escorreu em sua face.

— S-sinto muito...

O InevitávelWhere stories live. Discover now