Capítulo Três: Nunca confie em um estranho

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Uma hora havia se passado desde a morte de meus pais, ainda era uma ferida recente e meus olhos ardiam de tanto chorar

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Uma hora havia se passado desde a morte de meus pais, ainda era uma ferida recente e meus olhos ardiam de tanto chorar. Após reunir todas as forças que pude encontrar, levantei-me e pedi a presença do Inspetor Lee da cidade. Ele era alto, com cabelos caídos sobre o rosto, olhos semi-cerrados, típicos de sua ascendência japonesa. Seu físico denotava a solidez de um policial, vestindo um colete preto e calças da mesma cor, com seu coldre preso ao cinto, ao lado do distintivo. A expressão em seu rosto era um mistério, compreensível diante da notícia de que seus melhores amigos haviam sido assassinados, deixando apenas o filho deles para contar o ocorrido enquanto ele meticulosamente tomava notas.

— Qual era mesmo o nome do homem? — Lee perguntou, fixando seu olhar em mim. Não quis pronunciá-lo, então agarrei a caneta da mesa de centro e escrevi em um caderno: Cronos Sanguinem.

Ele analisou a escrita e suspirou, evidenciando que não reconhecia o nome e tampouco compreendia a razão por trás de tudo aquilo. Senti sua mão pousar em meu ombro.

— Sinto muito, Jukhen. Se precisar de algo, estarei aqui.

Suspirei profundamente, levando a parte de trás da mão direita aos olhos para enxugar as lágrimas que insistiam em voltar, encarando-o com seriedade.

— Você já levou os corpos deles? — perguntei, com voz melancólica.

— Sim, foram levados para autópsia. O funeral será amanhã. — Lee suspirou, evitando meu olhar. Suas reações sugeriam que ele próprio estava se contendo diante da situação. Permanecemos em silêncio por alguns segundos antes que ele voltasse a falar.

— Você pretende mesmo procurar pelo amigo do pai de Jin?

— Sim, estou com medo... esse cara pode voltar. Ele chegou até mim através da minha escola, conhece meus amigos. Eu jamais me perdoaria se perdesse Kazuya, Alice e Íris simplesmente porque eu existo.

— Eu não consigo entender completamente, mas acredite, você estará melhor saindo daqui. Vou cuidar de tudo e prometo que esse sujeito será preso. — Ele se aproximou do braço do sofá, onde havia deixado seu chapéu, e o colocou na cabeça. Um segundo policial entrou pela porta da frente, entregando-lhe um pacote embrulhado em papel colorido. Era uma piada de mau gosto, eu realmente não estava com disposição para isso. Ele se virou e jogou o pacote para mim, antes que eu pudesse protestar sobre o presente, ele me cortou.

— Jin comprou isso ontem, antes de sair do trabalho. Pediu para eu trazer como surpresa, para que você não desconfiasse. Estou indo agora. Apenas cuide de si mesmo, está bem?

Acompanhei-o até a porta e, assim que ela se fechou, a solidão tomou conta do meu peito de forma avassaladora. Não estava apenas sozinho em casa, estava sozinho no mundo. Caminhei sem rumo em direção às escadas, subindo vagarosamente até o banheiro. Despi-me, abri o chuveiro e deixei a água quente cair sobre mim, tentando lavar não apenas o corpo, mas também a dor que me consumia. Minha respiração estava irregular novamente, eu estava à beira de um colapso.

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