Interlúdio II

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Ouço sua voz pelos corredores. Ele me conta sobre vidas passadas.

Olhos fitam-me pela pequena escotilha na porta. Então somem.

Sinto a brisa do mar em meu rosto. O movimento do barco.

Ele está sentado ao meu lado. Arthur me faz companhia.

Mas ele diz que não é Arthur. Diz que está cansado dessa brincadeira.

Mas é Arthur. São seus olhos. Sua voz. Seu rosto.

O céu volta a ser branco e o navio passa a ser uma sala acolchoada.

Arthur não está mais aqui. Mas sei que está vivo.

Seu cabelo comprido voa solto contra o vento.

Quero abraçá-lo. Não posso.

A única que abraço é a mim mesma.

Jack - PortuguêsWhere stories live. Discover now