— Eu sei que tá, obrigada por trazer ela aqui, meu carro tá na oficina. — ela se explicou.

— Que isso Sarah, tá suave, é a minha filha, minha obrigação. — disse apressado.

— Então tá bom. — ela assentiu. — Dá tchau pro papai, filha.

Ela acenou com aquele sorriso no rosto e eu mandei um beijo no ar pra ela, se não fosse pegar ela no dia seguinte, como sempre seria coração partido. Minha vontade era ela morando comigo.

Enfim voltei pra casa. Hoje tinha me dado folga e colocado Leandro no meu lugar pra dar aula de muay thai. Ele colaborava direto quando não tava na oficina.

Nem tinha muita coisa pra fazer em casa a não ser terminar o tcc que eu tinha pra entregar, último período é foda, ainda bem que curtia educação física, porque na escola eu era péssimo.

Passei praticamente a tarde trabalhando nisso e depois apaguei até meu celular começar a tocar sinalizando que Rebeca tava me ligando.

Ligação
Patrick: fala comigo bebê.
Rebeca: e aí gato? vai que horas pra lá?
Patrick: tomar banho e vou.
Patrick: esperando Leandro mandar mensagem avisando que já fechou a academia pra partir também.
Rebeca: Ah, beleza. Vai de moto?
Patrick: Não, quero encher a cara, né!? — eu ri.
Patrick: E tu? Com a Raissa?
Rebeca: Ela não vai, tava esperando ir acompanhada com você.
Rebeca: Tu liga?
Rebeca: Algum contatinho por lá?
Patrick: Não po, bora. Eu adiciono parada pro Leandro e depois passo na tua, é caminho.
Rebeca: Ok, me avisa quando for pra eu começar a me arrumar.

Rebeca era uma mina muito daora, mas zero a ver comigo, pra falar a verdade. Toda animada, espalhafatosa e eu como sempre mais na minha, só quando estava com gente próxima que eu me soltava mesmo.

Fora que relacionamento sério eu não quero com ninguém, só problema na minha vida, pra que meter mulher no meio? Tô fora, ela que não se engane ou se iluda.

Larguei o telefone de lado e fui jogar uma água no corpo. Fiquei pensando na Alicia, lá do trabalho, que iria, depois daquela conversa do dia que briguei com meu pai fiquei desconfortável pra caralho. Me abri de uma forma meio nada a ver, mas o jeito como ela é curiosa te faz falar.

Coloquei qualquer roupa mais arrumada que eu vi pela frente. Uma bermuda preta, uma blusa da high amarela com o símbolo da marca, minha bag de sempre e joguei um adidas no pé.

Passei primeiro na academia pra pegar Leandro, depois na Rebeca. Ela já foi entrando me dando selinho e chegamos rápido. O problema de trazer ela comigo sem amiga era que a mina ia ficar no meu pé.

— Rebeca grudou mermo, hein? Deus me livre, corro demais. — Bené disse assim que cheguei pra cumprimentar ele, enquanto ela tinha ido falar com outras minas.

— Hum, esse dai tá dando confiança demais. Tá bom que a mina é minha amiga, mas não sai de perto nunca. Não deixa os crias respirarem. — Leandro falou pegando cerveja no cooler.

— Ahhh ô, parem de encher a porra do meu saco, por enquanto que eu não enjoei tô de boa, depois é só dar tchau e benção. — peguei um copo pra começar a beber.

— Valeu. — Leandro debochou. — Mas aí, tô boladão contigo, vacilão. — ele deu um tapa na cabeça do Bené.

— Ihhh, qual foi? — ele franziu a sobrancelha.

— Convidou minha ex caralho, que que ela tá fazendo aqui? — ele cruzou os braços.

— Sei lá mano, nem conheço ela. Ela veio com Daniel, Phelipe, esse pessoal. Aquela mina lá nova também, a tal da Alicia. — ele explicou. — Porra, gata pra caralho, vou chegar.

— Minha cunhadinha? — eu ri.

— Ah é, tá com teu irmão. Não fode. — ele fez careta.

— Mas chega ué, vai que tu pega. — incentivei.

— Caralho, um irmão desse, pra quê inimigo? — Leandro riu enchendo mais o copo dele. Aquele ali não tinha fundo.

— Isso é pra ele parar de ser otário, po.

— Por que? A mina é o erro? — Bené se fez curioso.

— Até que é maneira, mas é felizinha demais pro meu gosto. Tô fora! — fiz careta.

— E Rebeca não, né? — eles riram.

Avistamos ela vindo na nossa direção e logo mudamos o assunto. O pessoal ainda tava começando a chegar, mas já tinha muita mulher, me fazendo arrepender de ter trazido a doida comigo.

Cumprimentei Phelipe e Jade que já tinham chegado e estavam esperando o babaca do meu irmão e puxei uma mesa pra gente. Churras rolando, cervejinha gelada, guerra com ninguém.

Era uma vez, AliWhere stories live. Discover now