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Não chore baby, nós podemos fazer isso funcionar para sempre
Só fica melhor, só fica melhor
Não chore baby, podemos superar isso juntos
Só fica melhor, só fica melhor

─── better, now united

─── better, now united

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Afrodite Thoja

Zach dava voltas nas minhas pernas enquanto eu tentava, pacientemente, controlar a juba selvagem de Mónica

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Zach dava voltas nas minhas pernas enquanto eu tentava, pacientemente, controlar a juba selvagem de Mónica.

— Você tem certeza que não tem problema? Nós podemos ir outro dia! — perguntou aflita, mas relaxou ao sentir minhas mãos em seus ombros.

— Cuidar do Zach não é tão difícil, mãe. — ela sorri nervosamente. — Você vai colocar o seu vestido, sair com o papai e voltar a hora que quiserem!

Papai estava planejando esse jantar há dias, ele provavelmente choraria se algo desse errado.

Como dito, eles saíram a sete, e no mesmo momento Zach abriu o berreiro.

— Você disse que já era um menino, Zach! — ele chora mais. — Zachary, engole o choro agora!

— Por que eles não me levaram? — perguntou, ainda chorando. — Eles não gostam mais de mim? Eles não me amam mais?

— É claro que amam, Zach, para se ser dramático! — ele treme o queixo, sinal que vai voltar a chorar aos berros. — Eles só precisam de um descanso da vida normal, bebê, não precisa ficar assim. Eles voltam daqui a pouco.

— Voltam mesmo? — assenti. — De dedinho?

— De dedinho! — enrolei nossos mindinhos e ele sorriu. — Agora vai tomar banho pra jantar e ir dormir.

— A mamãe me dá banho, Dite — cerrei os olhos, vendo seu sorriso sapeca. — Ok, não dá, mas eu queria que você me desse banho!

— Tudo bem, porquinho, vamos.

[...]

Já eram oito horas quando Zach e eu descemos para jantar, e assim fizemos. Conversamos sobre desenhos, sobre a sua escolinha, sobre o meu trabalho e até sobre Hera. Enfim, lavei a louça suja e me juntei a ele no sofá branco.

— Você não vai assistir aquela porcaria, né? — ele faz beicinho.

— Só tem um probleminha. — o olhei para que ele continuasse. — O aparelho da Netflix e do YouTube quebrou, e agora a gente tem que ligar o notebook na televisão.

— Ok, e onde tá o problema?

— A mamãe esqueceu o cabo no trabalho dela. — bufei baixo, tentando achar uma solução.

Chas.

— O Chas deve ter, me espera aqui.

Nunca vi uma pessoa mais tecnológica que o Chase, sinceramente.

Quando achei que meu dia seria realmente tedioso, tive uma surpresa ao entrar – sem bater – no quarto de Chas.

Chase estava deitado por cima de Charli, ambos sem camiseta, e quando os dois notaram a minha presença, seus rostos ficaram vermelhos.

— Afro... Afrodite, oi. — Charli se arrumou na cama e eu prendi o riso.

— Desculpa interromper, mas eu preciso do cabo de notebook que o Chas tem, senão meu irmão não dorme! — Chase apontou para a sua mala aberta e eu corri para pegar o cabo. — Desculpa de novo. Podem continuar, só não façam barulho. Beijos.

Corri de volta para a sala, onde Zach permanecia com a sua cara de bunda cotidiana.

— Não vamos assistir a patrulha canina hoje, tá bom? — ele cruza os braços.

— Mas eu e a Hera sempre assistimos juntos, Dite! — o olhei confusa, tentando entender.

— E por que a Hera seria um problema agora? — ele apontou para o seu celular, que vibrava em cima da mesa.

Pois é, uma criança de cinco anos, que mal sabe ler, já tem um celular.

Antes que ele pegasse, vi uma foto de Hera com Vinnie em um círculo em cima do nome.

— Oi Hera! — acenou alegremente, vendo o rosto dela através da câmera.

— Oi Zachy! — respondeu com a mesma entonação. — Você lembra qual episódio a gente parou? O papai esqueceu de marcar da última vez!

Eles fazem ligações diárias? Mas que porra?

— Acho que foi no sete, não lembro. — respondeu mexendo os ombros. — A Dite tá comigo hoje, olha.

Zach virou o celular para mim, possibilitando a minha visão. Hera tinha o mesmo pijama rosa do outro dia, seus cabelos estavam em duas tranças e ela estava deitada no peitoral do pai, mas seu rosto não aparecia na tela.

— Oi lindinha. — acenei para ela, que respondeu da mesma forma antes de Zach virar a tela novamente.

Enquanto eles falavam sobre a bendita patrulha canina, eu ligava o cabo do notebook na televisão e em seguida coloquei no desenho.

— Vou fazer sua mamadeira, ok? Não mexe em nada, senão eu tiro do desenho! — ameacei e ele assentiu, sem dar muita bola.

Fiz a sua mamadeira em menos de cinco minutos e retornei á sala, vendo ele ainda na mesma posição: a perna esquerda dobrada, a perna direita apoiada em cima do joelho esquerdo e segurando o celular com as duas mãos, focado no desenho que passava na televisão.

— Aqui — entreguei a mamadeira para ele, que continuou calado.

É, parece que cuidar dele é mais fácil do que eu imaginei.

Os próximos trinta minutos foram exatamente isso. Ele vendo o bendito desenho.

— Hera? — olhei para o lado, podendo ver os braços de Vinnie saírem de trás da filha. — Da boa noite para o Zach e vamos para cama.

— Boa noite, Zachy. — diz de forma sonolenta, e Zach não estava muito diferente.

— Boa noite, Hera. — deu um sorrisinho antes de finalizar a ligação e cair no travesseiro de novo.

— Hora de ir para cama, né? — ele assente, fechando os olhinhos. — Vem, bebezão.

O peguei no colo e subi os poucos degraus, não me surpreendendo com o suave ranger da cama no quarto de Wes. Eles estavam precisando.

Graças a deus, Zach não ouviu o barulho, e se ouviu não fez questão de saber o que é.

— Dite? — me sentei ao lado de Zach no colchão. — Você não respondeu a minha pergunta daquele dia. — franzi o cenho, forçando a memória para saber do que ele está falando.

— Que pergunta, amor? — passei os dedos pelos seus cabelos encaracolados.

— Por que o Vinnie não pode ser o meu tio de verdade? — suspirei, acabando com o carinho.

     Até que demorou pra ele voltar nesse assunto.

Estava completamente fora de questão tentar explicar a ele toda a merda de anos atrás, mas eu reconheço que não posso simplesmente querer quebrar um vínculo desse sem dar no mínimo uma explicação.

— Zach, você gosta de ver a Dite chorar? — ele abana a cabeça muitas vezes. — O Vinnie já me fez chorar, amor.

— Chorar de dor ou de felicidade?

— Chorar de dor, Zach, a dor de um coração partido.

Start Over ² | Vinnie Hacker ✓Where stories live. Discover now