VIII - WHAT ARE THOOOOOSE

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Saenyra

Os convidados já estavam chegando haviam semanas e Saenyra queria se atirar do topo da Torre da Espada Branca por ter sido idiota a ponto de discordar de seu noivo durante o casamento de Aemon. Ela poderia ter concordado com Vaegor e evitado o desgosto de ser despida por homens que queriam todos uma espiada no corpo de uma princesa, mas não, ela tinha de discordar de tudo o que ele falava. A convivência seria mais fácil se ele entendesse que ela preferia não ter nenhuma conversa mundana e entediante sobre o clima. Talvez tivesse bebido demais naquela noite para lembrar de não fazer nenhuma burrice com consequências duradouras, e então ele tinha convidado outra moça para dançar, e alguma parte dela ficou brava com isso, o que provavelmente levou à burrice mencionada antes.

Todo o castelo parecia mais animado com o casamento do que ela. Saenyra permitiu que a costureira a cutucasse com suas agulhas. Não era o casamento que teria escolhido para si mesma, mas ele seria benéfico a muitas pessoas. Que o preparassem, ela não interferiria. Eram assuntos de estado, e isso era problema do rei. Seu vestido foi feito nas cores dos Targaryen, em tecido preto e decorado com contas e bordados em vermelho. Não usaram nenhum modelo que fosse moda em outro lugar. Se deveria ser uma união, um espetáculo com parte de dois países, talvez fosse melhor usar um pouco do que era popular em cada território.

Por onde andasse, as damas da corte vinham atrás dela querendo saber sobre coisas que ela não queria responder. Não tinha e nem teria um único minuto de paz até que se casasse — e isso seria apenas porque ela sabia que seu noivo possuía uma casa na cidade e preferia ficar nela à Fortaleza Vermelha. Ela faria proveito disso para se retirar dali e não responder as perguntas de ninguém. Assim que acontecesse, o casamento era da conta dela e de seu noivo, apenas. Talvez ela aceitasse responder perguntas de Aerion que considerasse pertinentes, mas isso seria difícil. Ele não costumava dizer coisas pertinentes.

A irmã mais nova de Vaegor, Alysanne, que no momento cumpria um mandato como triarca em Volantis e viera até ali para participar do casamento e finalizar os acordos, insistia em ter com ela sempre que possível. Ironicamente, uma das filhas de Aerion tinha o mesmo nome, e a mulher parecia fascinada com o fato. Ela era uma mulher com muita energia, energia demais para Saenyra, que, quisesse ou não admitir, preferia o silêncio assim como seu irmão Aemon. Ela tentava ao máximo não se indispor com Alysanne, considerando seu posto, mas precisava admitir que passar tempo com ela a exauria.

Era um caso similar com Protea, que tinha se casado com Aemon, mas Protea era um pouco menos cansativa. Ela entendia que a esse ponto a garota já deveria estar sem saber o que fazer para conseguir que Aemon abrisse a boca para falar, mas ela não tinha nenhuma dica útil. Supunha que ele teria de se acostumar com ela antes de interagir de maneira um pouco mais aberta. Ele se sentia seguro o suficiente para brigar e resmungar com Daenerys, com ela, ou mesmo com Aerion, porque tinham passado uma vida inteira próximos, gostasse disso ou não. Protea era uma recém-chegada, e ele não estava acostumado com aquilo.

Entre convidados e membros novos da família, Saenyra quase queria que o casamento chegasse e acabasse de uma vez para ter um pouco de paz. Estava quase se trancando em seu quarto e fingindo doença.

Inevitavelmente, apesar disso, o dia do casamento chegou, e chegou com criadas irritantes abrindo suas cortinas para acordá=la, com o sol pegando bem no meio do rosto dela como um chute dado por uma bota de metal. Ela puxou os cobertores por cima de si mesma novamente, o travesseiro em cima da cabeça e tentando se preparar para o pandemônio que teria de enfrentar em breve.

Se o casamento de Protea tinha sido grandioso, bonito, com uma festa longa e repleta de pratos, o casamento de Saenyra seria um absurdo. Começaria com uma cerimônia enorme e pública a ser presidida por ambos o Alto Septão e um sacerdote de R'hllor, o deus da principal religião de Volantis, no Fosso dos Dragões, na colina de Rhaenys, no outro lado da cidade. Era o único lugar com espaço o suficiente. Depois disso, haveria o primeiro dia de festejos, e depois dele, mais seis. Saenyra não sabia se seria capaz de aguentar aquilo. Eram dias demais.

A Arcada das Donzelas - Apply fic (Concluída)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora