Chegamos no shopping e fui seguindo ele até o restaurante, que quando chegamos, eu amei por ter uma vibe colorida, e isso era a minha cara.
— Animada pro primeiro dia de trabalho? — ele disse fechando o cardápio depois de termos feito os pedidos.
— Tô demais, não vejo a hora de dar aulas para as pequenininhas, eu amo tanto. — fiz uma dancinha animada. — Ou também pequenininhos, vai que!? — me corrigi.
— Não tenho muita paciência pra criança, mas acho fofo de longe. — ele disse.
Nós rimos.
— Ah, se você tiver a paciência certa, dá pra levar na boa. — falei.
— Isso é o que eu não tenho. — riu fraco.
— Só com criança, porque com seu irmão e Vinicius eu já vi que você tem muita. — suspirei me imaginando nessa função.
— É complicado, ás vezes fico cansado mesmo. Inclusive hoje a aula foi maneira pra caralho, Vinicius faltou e daí eu foco.
— Se você acha que Vinicius não te faz bem de certa forma, por quê insiste? — me vi indignada.
Não queria me intrometer nem dar uma de ficante maluca que quer mudar a pessoa, mas eu real me intrigava com aquela situação toda. Ainda mais por ver que Daniel é um moleque surreal.
— Sei lá, eu curto o moleque, curto sair com ele, as paradas que a gente topa juntos. Eu era muito paradão, na minha, agora eu curti essa vida mais bandida. — abriu um sorriso sapeca.
Sorri fraco pra ele.
— Entendo vocês não entenderem, mas sei lá, não consigo largar. Quando tô nas merdas com ele, me faz esquecer de outras merdas da minha vida. — ele engoliu a seco cabisbaixo.
— Ei, quando quiser desabafar, eu tô aqui! — segurei a mão dele por cima da mesa. — Desculpa por me intrometer, é que sou curiosa.
— Relaxa, bora trocar de assunto.
Acabou que não demorou muito pra nossa comida chegar e o assunto de fato trocar, eu até preferia, de uma forma ou de outra eu não suportava ver um relacionamento abusivo.
E era nisso que o Daniel parecia que estava. É mais difícil ver homens nessa situação, mas existia, e não eram poucos. Só que com amizade abusiva, é bem complicado.
De resto o almoço foi tranquilo, trocamos várias ideias, andamos rapidinho pelo shopping, demos uns beijinhos e eu fui direto pra academia.
Ela toda aberta e cheia de gente ficava mais bonita e menos obscura, o que meu uma animada a mais. Tentei procurar o Patrick, mas nada.
— Oi, tudo bem? Sou a nova professora de ballet daqui, queria saber onde tem um banheiro pra eu trocar de roupa e saber onde vai ser minha sala. — perguntei pro que parecia ser uma personal.
— Oi gata!? — ela riu. — Banheiro é ali, e pelo que sei as salas que seriam de dança é no andar de cima. Você é nova aqui?
— Sim, me chamo Alicia. — estiquei a mão pra ela.
— Lívia. — apertou minha mão. — É bom ter mais um rosto feminino na equipe, até então só tem eu, a menina da secretaria e agora você. Não aguento mais esses machos malucos. — ela revirou os olhos.
— Aí, já te amei. — ri. — Que bom então conhecer alguém do trabalho que eu gosto de cara!
— É isso! Te aconselho falar com a Maria pra ela te dizer direitinho onde se trocar e etc, talvez o chefe tenha falado algo com ela sobre você.
— Ah, ok. Então vou lá, obrigada viu Livia!? — mandei uma piscadinha pra ela.
— Nada, te vejo depois! — ela piscou de volta e eu fui na direção da tal Maria.
De fato Patrick tinha informado a recepcionista sobre mim, ela me mostrou o vestuário, a sala, e me informou sobre os horários novamente, além de me entregar uma prancheta com os nomes das alunas.
Troquei de roupa super rápido e fui dar minha primeira aula, que foi super tranquila, e a depois dela melhor ainda, já que eram meninas mais velhas.
Deu 18h e eu tava radiante esperando as pequenininhas. Ajeitei a sala, coloquei minha playlist para as menores e fiquei conversando com Matheus no celular enquanto não chegavam.
— Professora Alicia? — uma mulher me chamou da porta. Desliguei o celular rapidamente e me levantei do chão.
— Oi, posso ajudar? — estampei um sorriso no rosto.
— Sou a mãe dessa criaturinha aqui que tá escondida na minha perna. — ela puxou a garotinha pra se apresentar. — Sophia o nome dela, sua nova aluna.
Que criança mais linda! Não me contive em agachar pra poder falar que nem criança com a menininha que eu já estava apaixonada sem mesmo conhecer.
— Nossa, que linda que você é, Sophia! Você gosta de dançar? — segurei as mãozinhas dela que olhava pro chão com vergonha.
Ela assentiu com um sorriso envergonhado no rosto. Meu Deus, vou morrer de amores!
— Prometo que vou fazer ser a melhor aula de ballet que você já foi na sua vida, tá bom? — ela balançou a cabeça positivamente de novo. — Vamos entrar com a titia!? Me chamo Alicia, mas você pode me chamar de Ali.
— Ok tia Ali. — ela disse com a voz toda fininha esticando a mão pra entrar comigo. — Tchau mamãe. — ela acenou.
— Cuida dela pra mim, tá Ali!? — a mãe disse sorridente. — Meu nome é Sarah, vou esperar lá embaixo, qualquer coisa só me chamar.
— Tudo bem!
Ela acenou pra filha e mandou um beijo de longe. Sentei no chão com a Sophi pra conversarmos enquanto as outras meninas não chegavam e depois comecei a aula.
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Era uma vez, Ali
Fanfictionautora: juwebs_ Quando Tina, a filha mais velha de um casal, completa 10 anos de idade, seu pai conta a história do grande amor da sua vida... e uma história de amor nunca foi tão difícil de ser contada: uma mulher sonhadora, dois amores, alguns ami...