•capítulo 25•

4.5K 240 53
                                    

|LIZ MULLER|

Minha respiração travou, eu escutei direito?

-V...Você oque? - perguntei gaguejando.

-Me desculpa, mas é verdade. Você é incrível, qualquer pessoa com um pingo de consciência se apaixonaria por você. Eu tentei, eu juro que tentei, mas foi impossível não querer mais do que uma amizade com você. - lágrimas incontroláveis começaram a sair dos meus olhos, neguei o olhando.

-Henry... Eu... - antes que eu pudesse terminar de falar, seus olhos se arregalaram. Ele passou por mim, pegou a chave do seu carro e saiu com pressa.

Senti no sofá e passo as mãos em meu cabelo. Meus rosto já estava completamente encharcado, fui pro banheiro e liguei o chuveiro. Sentei no chão e continuei chorando, tentando entender o que tinha acabado de acontecer.

Ele me ama... É estranho pensar nisso sem se tratar de amizade. Por míseros segundos, no fundo do meu coração, uma luz se ascendeu, um sentimento bom fez meu corpo se arrepiar. Mas logo essa luz se apagou.

E agora? Como as coisas ficariam entre a gente? Tenho certeza, que a partir de agora, as coisas entre mim e Henry não serão mais as mesmas.

Parece que, num piscar de olhos, tudo acabou. Tudo mudou completamente desde o dia do baile de formatura. Desde aquele beijo.

Saio do banheiro e coloco uma calcinha e um moletom cinza dele. Hoje o tempo estava meio frio, então planejei ficar o dia todo embaixo das cobertas chorando igual uma condenada.

Assim que coloco o moletom, o levo até meu rosto e sinto seu cheiro. Aquele cheiro que me acalma em qualquer situação, como o conforto de seu abraço, o arrepio que suas carícias me causam...

Eu amo ele demais, amo nossa amizade. Mas, imaginar um "nós"? Isso é novo demais pra mim.

Deito na cama dele e me cubro. Novamente, seu cheiro invade minhas narinas e fazendo-me aconchegar em seu travesseiro.

||

Henry passou o dia todo fora. Eu dormi, comi e chorei o dia inteiro. Além de mandar umas cinquenta mensagens e fazer umas trinta ligações querendo saber onde ele estava, se estava bem.

Eram umas onze da noite quando eu estava deitada quase dormindo e ouvi o barulho da porta se abrindo.

Me levanto num pulo e vou até a sala e o encontrando. Sua cara estava inchada, seus olhos vermelhos e molhados.

Corro até ele e o abraço forte. Henry fica surpreso, mas retribui me apertando e apoiando seu queixo em minha cabeça.

-Promete pra mim, que nunca mais vai fazer isso. Promete que não vai mais ficar o dia todo fora sem me dar uma notícia pra saber se você tá bem, ok? - perguntei.

-Ok. - ele me soltou e suas mãos foram pro meu rosto, se polegar fez uma carinho na minha bochecha me fazendo fechar os olhos e soltar um suspiro - Precisamos conversar.

-Eu sei. - falei o olhando - Mas tem que ser hoje? Eu to cansada, podemos conversar amanhã de manhã?

-Sabe que precisamos conversar o quanto antes, mas tudo bem. Eu também to cansado, nossa conversa não ia fluir tão bem se estivermos de cabeça cheia. - concordei.

-O que você fez?

-Eu andei. Andei muito. E achei um lugar lindo num penhasco. Posso te levar lá depois - assenti com um sorriso - Vou tomar um banho e aí a gente deita, tudo bem?

-A gente pode assistir um filme? E comer pipoca? Tem Fini também, o que acha?  - ele abriu um sorriso me olhando.

-Eu acho perfeito. - ele selou nossos lábios levemente e foi tomar banho.

Enquanto isso, separei um potinho com bala de minhoquinhas e outro com ursinhos. Coloquei a pipoca num balde e enchi dois copos com refrigerante.

Fui até o quarto e na mesma hora Henry saiu do banheiro com um short preto e sem camisa. Eu olhar travou em seu abdômen mas logo desviei pra não passar vergonha e ele ficar me zoando.

-Qual filme a gente pode ver? - perguntei.

-Vamos ver aquele que você tinha me falado sobre, sabe? Um Contratempo. - concordei.

Deitamos na cama e eu dei play no filme, Henry deitou sua cabeça em meu peito e acariciou minha barriga. Minhas mãos foram pros seus cabelos fazendo um leve cafuné.

Mais ou menos na metade do filme, encarei o balde de pipoca e os potinhos com Fini. Imaginei qual seria o gosto das duas comidas juntas e senti uma vontade imensa de experimentar.

Pego uma mão de pipoca e alguns ursinhos, coloco tudo na boca e vejo Henry me encarar com o cenho franzido.

-Você tá mesmo comendo pipoca com bala? - perguntou.

-Eu to grávida, eu posso, da licença. - ele riu e voltou sua atenção no filme.

||

eu e minhas manias de atualizar de madrugada

sim, demorei um pouquinho
me desculpem por isso

espero que tenham gostado

bjbj

Amizade ColoridaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora