•capítulo 16•

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|HENRY - 11h|

Acordo e lembranças da noite passada invadem minha mente, um sorriso bobo acaba saindo do meu rosto ao olhar pro lado e ver Liz dormindo que nem um anjinho. Acaricio seu rosto e ela abre os olhos.

-Oi. - falei.

-Oi. - ela responde meio envergonhada.

-Liz Muller com vergonha? Essa é nova até pra mim.

-Ah cala a boca, Henry! - ela riu escondendo o rosto do travesseiro mas logo voltando a me olhar - O que nós somos agora?

-Eu não sei. O que você quer que a gente seja? - perguntei.

-Tambémnão sei, o que você quer que a gente seja? - ela repetiu a pergunta e eu sorri acariciando seu cabelo.

-Desde que a gente nunca deixei de ser melhores amigos, tanto faz. - menti. Eu queria mesmo é ficar com pra minha vida inteira, sempre gostei da Liz, mas demorei pra perceber esse sentimento.

-Podemos só deixar rolar. E ver se da certo, mas se um quiser parar o outro concorda. Pode ser?

-Pode ser. - concordei.

Ela se aproxima e me beija, Liz se levanta e pega sua camiseta e sua calcinha no chão . Pegou uma bermuda preta e jogou na minha direção.

-Tô morrendo de fome, vamos tomar café no starbucks do shopping? - perguntou.

-Pode ser. E como nós já arrumamos nossas malas, a gente podia aproveitar o dia...

-Eu sei bem o jeito que você quer aproveitar. -ela falou - Mas não porque eu ainda tenho que arrumar um monte de coisa pra viagem. Ainda tenho que conversar com dona do apartamento que a gente vai ficar e confirmar tudinho.

-O apartamento é mobiliado, né? - perguntei.

-Sim, a gente só vai precisar comprar comida, toalhas, roupas de cama, e tudo mais.

|LIZ MULLER - SEXTA - 22:30 PM|

Eu e o Henry passamos o dia resolvendo as últimas coisas pra mudança. Eu já falei com a dona do apartamento e ela disse que deixou a chave na portaria do prédio.

E, o que eu acredito oque vocês mais querem saber, sobre os meus sentimentos com o Henry ... Bom, eu nunca tive uma amizade colorida, mas pra tudo tem uma primeira vez, certo? A gente ainda não conversou sobre isso, mas se ele quiser continuar só com a amizade, eu vou respeitar.

Enfim, estamos agora no aeroporto junto com nossos pais, meu irmão e nossos amigos. Minha mãe e a Cecília estão aos prantos.

-O engraçado é que minha mãe até agora não derramou uma lágrima. - Henry falou fazendo todos gargalharem.

-Chorar pra que? Sua mudança tá sendo um descarrego pra mim ... - ela brincou. Sabemos que ela tá brincando - Vou sentir sua falta, meu filho.

-Eu também mãe, eu também. - os dois se abraçaram.

-Ai amiga, eu vou sentir tanto a sua falta! - Cecília disse me chamar forte.

-Cecília, Cecília, não me faça chorar, por favor.

-Promete que vai me ligar sempre que der? - perguntou.

-Claro que sim, né?!

Ouvimos a chamada para o embarque. Olhei pro Henry e dei um sorriso fraco, ele me abraçou pelos ombros. Terminamos de nos despedir do pessoal e fomos pro avião.

Minha ficha só caiu, quando o avião decolou. Pensar no tanto que eu me esforcei pra conseguir ir pra essa faculdade em Toronto, e todo o meu esforço ter sido válido, me deixa muito orgulhosa de mim mesma. Cursos, reforço escolar, fins de semana estudando pro vestibular, estágios ... Tudo pra realizar esse sonho meu. Henry me olhou e me deu um selinho. Sorri e deitei em seu ombro. Logo senti meus olhos pesarem e dormi.

|S Á B A D O - 06:45|

É, dez horas e quinze minutos depois, chegamos na nossa nova cidade.

Primeiro fomos no apartamento e vimos o que precisava comprar, depois fomos no mercado e então, no finalzinho da tarde, não fomos ao shopping passear um pouco. Jantamos em uma hamburgueria que não tinha compras e depois fomos de volta pra casa.

Tomei um banho e coloquei uma calça de moletom cinza da Calvin Klein, e uma regata preta. Fui até a sala e encontrei o Henry com uma bermuda azul marinho escolha no sofá e mexendo no celular. Assim que ele me viu, bloqueou a tela, veio até mim e me beijou com a mão na minha cintura.

-Posso dormir no seu quarto hoje? - ele perguntou com carinha de cachorro abandonado. O olhei com a sobrancelha arqueada e ele sorriu.

-Oque você me pede que eu não dou?

-Quer que eu te responda mesmo? - perguntou e nós rimos.

Fomos pro quarto e dormimos de conchinha.

Amizade ColoridaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora