十五 Jūgo

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— Papai, o que você acha do tio e da Des virem jantar aqui? Eu falei pra ela que sua comida era muito boa, e ela disse que queria experimentar! Ela disse que o tio cozinha também. — Disse Nikko, aleatoriamente enquanto tomavam café da manhã.

Midoriya estava cada vez mais confuso quanto a Bakugou. Não conseguia entendê-lo, mesmo depois de todo esse tempo saindo juntos, mesmo sendo amigos desde a infância. Mas gostava de estar com o loiro, mesmo que também não soubesse o por quê.

— Eu acho uma ótima ideia. Hoje é sexta, fala com a Des pra ela e o Kacchan virem jantar aqui hoje. Pode ser?

— Eba! Claro! — Sorriu, enfiando um pedaço de bacon na boca.

O resto do seu dia fora normal. Pintou alguns quadros, o tempo passou rápido e quando viu já tinha que buscar seu filho na creche. Quando chegou lá, viu Nikko todo animado "A Des topou, e o tio provavelmente vai concordar também!", comemorando. Muita fofura.

Em casa, recebeu uma ligação de Kacchan, apenas confirmando que ele e sua filha iriam jantar lá. Ficou super empolgado e foi no mercado comprar os ingredientes pro que ia cozinhar.

Acabou fazendo uma lasanha de brócolis e arroz. Quando estava na metade da receita, ouviu a campainha tocar e foi abrir a porta.

— Oi, Kacchan. Oi, Des. — Sorriu, abrindo a porta pra que eles entrassem.

— Oi tio! Fiz um desenho pra você, olha. — Ela entregou o papel pro esverdeado. O desenho eram dois bonecos de palito, um com o cabelo verde sorrindo e um loiro emburrado, de mãos dadas com um fundo colorido e brilhante. — Não deixei o papai ver, por que se não ele não ia deixa eu dar pra você. Gostou?

— Claro que sim, querida. Ficou um amor. Eu amei. — Sorriu fofo, e ela saltitante foi até a sala brincar com Nikko.

— O que ela desenhou dessa vez? — Bakugou perguntou, seguindo até a cozinha com Midoriya, que voltou a preparar o jantar enquanto o outro sentou no banquinho da bancada.

— O de sempre, eu e você. — Mostrou o desenho ao loiro, que corou. Sua filha sempre dava um desenho a Izuku, faziam quatro meses, e ela nunca o deixava ver. Sempre quem acabava o mostrando pra si era Deku, mas Katsuki nunca ficava irritado com isso.

— Mereço. Minha própria filha shippa a gente.

— É fofo, de qualquer jeito. Significa que ela se importa com você e quer que você seja feliz. — Falou, logo depois percebendo o que tinha dito. — Não que se você ficasse comigo você seria feliz! Digo.. seria, claro, eu sou ótimo! Mas não pra você, sabe? Digo, você é bonito, mas você sabe? A gente é amigo. Entendeu?

— Aham. — Sorriu ladino, logo voltando a sua carranca natural. Viu o amigo terminar de montar a lasanha e colocá-la no forno, voltando a mexer no aroz.

— Você já pensou em ir visitar a Mina? — Midoriya disse aleatoriamente. — Eu falo com ela as vezes e ela sempre pergunta de você.

— Ahn.. não. Eu sei que ela mora aqui pertinho, mas não posso vê-la. Nem o Denki. Não da.

— Ué, por que? — Odiava essas frases sem sentidos de Bakugou. Ele nunca dizia o motivo, não explicava as coisas.

— Eles me lembram coisas boas da minha vida que não vão voltar, Deku. Eu prefiro viver o agora, entende? — Ficava surpreso em como era difícil ser grosso com o esverdeado agora. Conseguia ser grosseiro casualmente, mas não tanto quanto antes. — O meu agora é aqui com você. Meu amigo, né? Foi você quem disse.

— Sim, claro. — Um tempo de silêncio se passou e ele colocou a lasanha na mesa, junto com a panela de arroz. Depois, arrumou os pratos pra eles e pras crianças. — Pode chamar as crianças, por favor? Vou colocar as cadeirinhas mais altas pra eles aqui.

— Chamo sim. — Foi até a sala, que era logo do lado da cozinha, mas não podia gritar por conta dos vizinhos do apartamento. — Ei baixinhos, venham comer.

Os dois correram animadamente até a mesa, sentando com a ajuda de Midoriya nas suas cadeiras mais altas. O mesmo os serviu, depois a Bakugou e a si mesmo.

— Isso tá ótimo, tio! — Disse Destiny, animada. — Adoro brócolis. Bem que o Nikko falou que você cozinhava bem. Um dia, você tem que provar a comida do papai. Ele é ótimo nisso também.

— Ah não querida, acho que seu pai não iria gostar-

— Podemos marcar um dia. — Katsuki o Interrompeu. — Eu cozinho muito bem.

— Claro. — Izuku sorriu, surpreso. — Seria ótimo, Kacchan.

— Eles tão flertando? — A garotinha sussurrou pro seu amigo.

— Não sei, espero que sim. — Nikko sussurrou de volta. Midoriya e Bakugou escutavam o que eles diziam, mas fingiram que não pra não acabar com a alegria deles.

— Papai disse que não namora, mas não acredito nele. Ele ama o tio Izu, tá na cara. — Ela falou, deixando Midoriya corado como uma pimenta. Bakugou apenas riu como se não ligasse, mesmo que estivesse morrendo por dentro.

— Querem sorvete pra sobremesa? — O esverdeado perguntou, pra cortar o outro assunto.

— Sim!! — As duas crianças responderam em uníssono.

Ele foi até a cozinha e serviu dois potinhos com sorvete de chocolate para as crianças, um com morango pra si e baunilha pro loiro, depois voltou a mesa e entregou a eles seus respectivos sorvetes.

— Depois que comermos, a gente pode brincar mais um pouco antes de ir? — Destiny perguntou, a boca suja de sorvete.

— Claro, querida. Mas só um pouquinho. Já tá tarde, você não quer incomodar o tio, certo?

— Ah.. eu tava pensando se vocês não podiam dormir aqui! Eu e a Des fazemos uma cama no chão da sala, e vocês dois podem dormir juntos! A cama do papai é de casal. — Nikko falou, olhando cúmplice para a garota. Eles queriam ser cupidos.

— Acho melhor não. Outro dia, quem sabe. — Bakugou respondeu. — Agora que terminaram os sorvetes, vão lá brincar.

Os dois concordaram e foram de volta pra sala.

— Vou lavar a louça. Se quiser, pode ficar lá com eles na sala.

— Deixa que eu lavo. — Katsuki levantou da mesa, pegando os pratos e levando pra pia, depois as outras coisas que precisavam ser lavadas. — Você já cozinhou.

— Não precisa, Kacchan-

— É sério, tá de boa. — Estendeu o pano de prato pro esverdeado, que já estava em pé ao seu lado. — Você seca?

— Claro!

E então fizeram isso juntos, conversando durante o processo. Katuki não entendia como conseguia ficar tão confortável com Izuku. Se esforçava tanto pra tentar ser mal com ele novamente, mas era tão difícil.

Assim que terminaram, foi chamar Destiny para irem embora.

— Tchau, tio! Tchau, Nikko! Até mais! — Ela disse ao sair pela porta, sorridente.

— Tchau, Nikko. — Katsuki disse ao garoto, depois, subindo os olhos ao pai dele. — Até outro dia, Deku.

— Até. — Seus olhos verdes são tão lindos. Era tão difícil parar de olhar pra eles.

— Tchau pessoal! Até a próxima! — Bakugou só voltou a si por que ouviu a voz de Nikko, finalmente tirando os olhos de Midoriya e indo pra sua casa.

𝐇𝐢𝐝𝐢𝐧𝐠 •立ち往生Where stories live. Discover now