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Bárbara.

Hoje eu acordei com uma dor gigantesca no peito, um sentimento horrível de que algo ruim iria acontecer. Espero que não seja nada demais!

Hoje é feriado, e tem uma festa rolando, como eu queria sair de casa e me distrair, eu vou. Me arrumo, coloco um vestido florido e uma rasteirinha, pego as chaves do meu carro e vou encontrar os meninos.

Gabriel: Como que você tá?

Bárbara: Estou bem, só estou com aquela sensação de que algo ruim vai acontecer. -faço uma cara de desanimada-

Gabriel: Relaxa, irmã. Nada vai acontecer. -Ele me abraça-

Marcos: Sua barriga está gigantesca, como faz pra você dormir?

Bárbara: É horrível, muito desconfortável

Marcos: Mas daqui uns dias ele já tá berrando durante a noite e não deixando você dormir

Bárbara: Ai, nem me lembre disso. -Começo a rir-

Enquanto eu conversava com os meninos a Carolina e a Milena se aproximavam de nos.

Milena: Licença que o bombom chegou.

Gabriel: Menos, bem menos querida.

Carolina: Como tá o bebê mais lindo da titia? -Ela passa a mão na minha barriga-

Bárbara: Fica o tempo quase todo chutando, principalmente na hora de dormir.

Milena: Você que lute -Ela ri-

Estávamos sentado em uma rodinha com vários amigos em comum nosso, tava tudo divertido, mas eu estava com o pensamento distante.

Carolina: Ei, tá tudo bem?

Bárbara: Tá sim, só to um pouco cansasa.

Carolina: Se você quiser ir pra casa descansar um pouco, eu vou contigo.

Bárbara: Tá bom, só vou ao banheiro.

Não queria ir embora, mas acho que seria melhor eu ficar quieta em casa, até mesmo pra organizar os meus pensamentos que não estão me deixando em paz.

No caminho do banheiro escuto a voz de quem eu menos queria escutar.

Eric: Bárbara...

Bárbara: Oi, Eric. -respiro fundo

Eric: Como tá o nosso filho?

Bárbara: Ele deixou de ser o seu filho quando você o rejeitou, e nos abandonou.

Eric: O Victor também te abandonou, Bárbara!

Bárbara: E o que tem a ver? Você que é a porra do genitor dessa criança, não o Victor.

Eric: Em momento nenhum eu quis ter esse filho, eu não queria essa responsabilidade, e você jogou isso pra cima de mim

Bárbara: E eu queria esse filho? Eu não desejei e tramei isso, não queria essa responsabilidade também, mas fomos irresponsáveis e esse foi o fruto, agora a responsabilidade fica toda pra mim porque você é a porra de um moleque?

Eric: Você não me chama de moleque - Ele vem pra cima de mim-

Bárbara: Moleque, você é um moleque!

Eric: E você é uma vadia de merda

Bárbara: Me respeita seu babaca. -empurro ele pra longe enquanto tento me afastar até a beira da escada pra sair dali-

Eric: Você é uma vadia de merda, e essa criança vai ser um merda ttambém, eu vou fazer de tudo pra arruinar a vida de vocês. -Ele me da um empurrão que me faz desequilibrar e cair pelas escadas-

Bárbara: VOCÊ TA MALUCO?

Eu estava sentindo uma dor insuportável, só conseguia pensar no meu filho. Quando olho ao redor só vejo o Gabriel subindo as escadas e dando vários murros no Eric.

Eric: Não foi porque eu quis, eu me descontrolei

Gabriel: Não foi porque quis um caralho

Os gritos deles foram se afastando e vejo os meninos vindo até o meu rumo me ajudar a levantar.

Marcos: Tá sentindo dor?

Bárbara: Muito!

Milena: De 0 a 10, qual a intensidade?

Bárbara: 10.

Carolina: Precisamos te levar ao hospital.

Eles me carregaram até o meu carro, me colocaram no banco de tras deitada, estava sentindo uma dor insuportável, e logo um líquido desce pela as minhas pernas acompanhado de sangue

Bárbara: Gente, acho que a minha bolsa estourou e eu estou sangrando. -Começo a chorar-

Carolina: Ei, vai da tudo certo, calma, não se desespere! -Ela segura em minha mão-

Estava tentando manter a calma e só pensar positivo, mas só conseguia pensar pelo lado negativo das coisas.

Marcos: Bárbara, você me desculpa do fundo do coração, mas, se a justiça não resolver isso, eu mesmo vou resolver, o cara é um moleque, filho da puta e agressor do caralho.

Bárbara: A justiça vai resolver isso, e você não vai sujar suas mãos diante disso.

Por um lado eu sabia que seria difícil a justiça resolver isso, um homem branco, rico, com pessoas da família policiais, acho difícil esse merda parar atrás das grades.
Depois de 10 minutos chegamos no hospital, me colocaram em uma maca e me levaram para uma sala pra me examinar.

**

Depois de algumas horas, eu acordo e estava em uma sala tomando soro, e vejo o médico entrar pela porta com uma cara nada boa.

Médico: Fizemos alguns exames, e infelizmente sua queda, a bolsa estourada, a demora pra chegar ao hospital e a perda de sangue, fizeram você perder seu filho...

Minha luz no final do túnel Where stories live. Discover now