III. XI. Almejada

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— Ajude-a a se deitar aqui. — Ouvi a voz de Karin, logo depois senti aquela mesa de metal gelada, agarrei as beiradas, procurando algum apoio ou pelo menos situar meu corpo de onde estava, já que não podia contar com meus olhos naquele instante.

Como se não bastasse estar prestes a dar a luz, eu sentia a crise de pânico chegando até a mim, rastejando por meu corpo e se enraizando em meus músculos.

Eu não consegui dizer nada, meu corpo inteiro parecia não responder mais a mim e somente ao incômodo terrível que assola cada uma das minhas células, Karin desde o início disse que minha gravidez seria de risco e eu já estava acostumada a lidar com situações assim, mas eu não tinha ideia que aquela dor beirava a uma passagem pelo inferno.

Junto com todos os últimos acontecimentos, eu não esperava que eu entraria em trabalho de parto justo agora, tudo que ocorreu desde que pisamos nessa cidade parecia ter contribuído para antecipar. Quais as chances se minha criança nascer agora?

Minhas carnes pareciam se rasgar por dentro, então eu não pude fazer nada além de gritar, apertando o metal, sentindo ele se moldar aos meus dedos.

— Sasuke, sente atrás dela e tente segurá-la o máximo que puder... — Eu queria socar alguma coisa, qualquer coisa que pudesse chegar ao meu alcance. — E não deixe ela se agarrar em você.

Eu não pude ver a expressão de Sasuke, mas sabia que ele estava questionando ela apenas com o olhar. Sequer precisei ouvir sua voz para saber disso, eu já o conhecia muito bem para conhecer os seus jeitos.

— Ela vai acabar quebrando o seu único braço, veja o que ela fez com a mesa. — E por um segundo, tudo pareceu ficar mudo, o mundo inteiro dando um pause enquanto minha dor aumentava aos poucos. — Estou falando sério, ela não vai conseguir ligar pra nada além da dor que vai sentir.

Precisava descontar aquilo tudo em alguma coisa, mas não tinha nada ao meu alcance. Quando senti Sasuke sentar atrás de mim, erguendo um tantinho e deixando minha cabeça apoiada em seu peito, eu tive um mínimo segundo de alívio, porque sua proximidade e toque pareciam acalmar os meus nervos e músculos em uma proporção inimaginável.

— Eu não consigo, Sasuke! — Minha voz chorosa atrapalhava mais que tudo naquele momento. — Eu não consigo fazer isso, faz isso passar, por favor!

Mas tudo que eu sentia era aquele líquido escorrendo ainda mais, numa abundância exagerada. Eu sabia o que aquilo significava, tinha plena certeza do que aquilo resultaria se não fosse impedido.

— Sakura, preciso que me ouça, ok? — Ela segurou meu rosto entre as mãos, tentando me fazer focar em seu rosto, mas foi tão difícil. — Eu sei que deve estar doendo muito, mas você precisa passar por isso para ter seu bebê nos braços, ok? Eu vou precisar que aguente, eu não estava preparada para isso agora e não temos anestesia.

Eu balancei a cabeça, na afirmação que poderia dar para ela naquele momento. Eu mordi o lábio, senti o gosto de sangue em seguida. Eu senti o braço de Sasuke logo abaixo dos meus seios, sua mão acariciava minha barriga de uma forma que tentava trazer algum alívio, mas estava funcionando de alguma forma.

— Sasuke! — Chamei mais uma vez, em puro desespero, porque eu não sabia o que fazer naquele momento.

— Estou aqui com você. — Ele sussurrou de volta, a essa altura sem saber o que Karin estava fazendo. — Estou aqui, meu amor.

Eu sequer notei o momento em que Karin tirou minhas roupas de baixo, não vi o momento que ela praticamente rasgou minha blusa até o meio da minha barriga, só senti o frio em minha pele. Eu não tinha ideia de que momento o sangue começou a escorrer daquela mesa metálica e pintar o chão de vermelho.

O Retorno do UchihaTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang