23 - Feliz Aniversário

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– Você está linda! – Diz Ally após me ajudar com o vestido para a festa.

Viro-me para o espelho, e eu parecia uma estrela de cinema em uma noite de entrega de estatuetas. Ally era muito talentosa com moda, o vestido rose era longo e tinha uma fenda que mostrava a minha perna direita, meu cabelo longo estava solto, e eu usava uma maquiagem não muito carregada que me deixava com um ar simples, mas elegante.

– Ally, você fez um trabalho incrível! – Digo. Ela e Katy sorriem olhando o espelho. Allyson usava um vestido azul que ressaltava a cor ruiva dos seus cabelos, Katy estava com um vestido vermelho, e o cabelo preso.

Essa festa era como um baile da liga. Uma noite especial em homenagem a todos os que trabalharam, ao meu aniversário, e a despedida do lugar.

– Quando tudo isso acabar... – Lhes digo. – Quero que saibam que minha casa estará sempre aberta para uma visita. Tudo que eu sou hoje eu devo a vocês, que me ajudaram desde o primeiro dia em que eu estive aqui. – Nós nos abraçamos.

Eu nunca imaginei me sentir em casa na ilha, a ideia de vir para cá e deixar tudo para trás era assustadora como pular em um buraco escuro sem saber aonde iria cair. Mas Ally e Katy estavam no fim do túnel, e fizeram tudo ser mais fácil e suportável. Eu não achava que chamaria outras pessoas de amigas, mas aqui estão elas para provar que eu estava errada.

– Eu levaria um tiro por vocês!

– Credo Ally! Que coisa mais inapropriada de se dizer numa hora dessas. – Katy reclama.

– Eu também... – Olho para elas. – Acho que morrer por alguém da família é uma das maneiras mais honrosas de partir. – Dou um sorrisinho de lado.

– Bem, já que é assim. – Katy revira os olhos. – Eu também morreria por vocês, meninas. – Nós afirmávamos aquilo como uma espécie de promessa de fidelidade. Não que realmente precisássemos de uma.

– Agora vamos. – Diz Ally. – Temos que estar lá na frente quando a Elle entrar.

– Até daqui a pouco! – Katy acena para mim.

– Até!

Nos minutos em que fico sozinha, olho-me no espelho e vejo o reflexo dos meus olhos. No começo eu achava estranho, mas agora me acostumei com a cor incomum, assim como no começo eu achava estranho morar na Ilha e ficar sem a minha família. No final as coisas se alinharam. De uma forma estranha o universo seguiu o seu curso como um rio infinito e nesse caminho eu encontrei a minha correnteza.

Ouço batidas na porta. Meu pai entra vestindo um smoking preto e me olha surpreso.

– Está deslumbrante! – Ele diz, me abraçando.

Sorrio enquanto sou envolvida pelos braços dele.

– Eu te trouxe um presente. – Ele pega uma caixinha marrom do bolso de seu paletó. – Felizes dezoito anos!

Ele abre a caixa e revela um anel com duas tiras pretas e uma fênix de prata, com as asas abertas. Os olhos e as duas extremidades da asa da fênix eram dourados.

– É lindo! – Admiro o anel na caixinha.

– Na cultura passada, as pessoas usavam um anel como símbolo de aliança, de um pacto ou uma promessa. – Ele retira o anel e pega a minha mão direita. – Geralmente era usado por pessoas casadas, mas agora isso não importa muito já que não se usa mais para este fim. – Sorrio, olhando para ele, enquanto ele coloca o anel em meu dedo. – Isso significa a minha promessa de nunca mais mentir para você outra vez. Mas mais do que isso, significa a sua aliança com a liga. – Olha para mim. – Se um dia precisar de ajuda, e eu não estiver por perto, encontrará a resposta aqui. – Ele diz apontando para o anel. – Porque esse é o significado de ser parte de uma família: Você nunca mais estará sozinha.

Os ExiladosWhere stories live. Discover now