22 - Nobre (3)

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Quando estava saindo da prefeitura, um Golem veio andando em direção ao salão. O Golem era um pouco menor que o que estava me acompanhando, ele vinha acompanhado de uma mulher.

– Dremwoyoru, outro nobre? – O golem que andava comigo perguntou, parecia que Dremwoyoriel  era o nome do outro golem.

– Sim, estou levando-a para a sala dos territórios. – O outro golem falou de forma humilde, mas um pouco orgulhosa. – Acho que ocorreu um problema no seu coordenador vocativo.

– Já percebi, irei levar este nobre para Jessica, então consertarei pelo caminho. – Os dois conversavam sobre coisas que eu não entendia.

Acabei observando a mulher, ela tinha cabelos loiros, seu rosto era tampado pela censura que todos os jogadores tinham, ela tinha um arco e flecha nas costas, eu sentia que a conhecia de algum lugar. Ela pareceu perceber minha observação e me encarou, eu virei meu rosto rapidamente.

– Já estamos indo, continue o bom trabalho – disse o meu golem.

– Obrigado. – O outro golem respondeu feliz e partiu com a mulher.

Assim parti junto do golem, continuamos com uma caminhada, parecia ser a única forma de locomoção.

– Não a maneira de ir mais rápido? – perguntei.

– Atualmente não, apenas quando houver algum evento... desculpe falei demais. – O golem se calou rapidamente, parecia que não poderia continuar.

Parei para pensar sobre o que ela falou. Eventos em jogos era algo comum, então também existiam espécies de eventos aqui. Logo chegamos a uma loja, era bem pequena, mas era bonita. Ao entrar o golem tinha que arrastar a cabeça no teto.

– Que bagunça é essa na minha loja?! – Ouvi uma voz feminina vir da parte de trás, logo uma mulher apareceu. Ela usava bandagens para tampar o grande par de peitos, tinha cabelos cinzas, havia algumas rugas retratando sua idade, mas elas não escondiam sua beleza. O único problema que vi era sua altura, eu tinha um altura média entre as pessoas normais, mas essa mulher mal batia no meu peito.

– Uma anã? – Acabei perguntando por acidente. Ela me olhou e fez uma expressão feia.

– Hanasomatiel quem é esse idiota? – Ela me ignorou completamente e foi falar com o Golem, parece que ele também tem um nome estranho.

– Desculpe, ele ainda é um novato, mas tem bastante talento. – Eu me senti um pouco ofendido ao ser chamado de idiota, mas me mantive quieto. O golem foi gentil ao falar com ela, parecia que eles eram amigos.

– Houve problema com seu coordenador de novo? Sente-se irei consertar. – Ela invocou varias ferramentas estranhas e uma espécie de proteção mágica surgiu em sua mão, era como um aura. – Garoto, se você tiver Vigor abaixo de C+ ou defesa inferior a B- aconselho a esperar do lado de fora.

O golem fez um sinal indicando que estava tudo bem, então sai da loja, os vidros escuros não me permitiam ver o que ocorria lá dentro, após aguardar alguns minutos um brilho incrível surgiu de lá de dentro, era tão forte que até queimou um pouco minha pele.

Um golem provavelmente tinha um núcleo, talvez esse núcleo causasse tal luz, por isso me mandaram sair de lá.

– Garoto pode entrar. – Após a luz sumir fui chamado de volta, o golem estava com a mesma aparência anterior, marrom e pedregoso. A aparência da mulher por outro lado havia mudado, agora ela tinha um pele bronzeada perfeita.

– Jovem nobre, está é Jessica a melhor encantadora mágica deste distrito. – O ser que disse isso era o golem, mas eu não consegui perceber de primeira. Antes ele tinha uma voz feminina, um pouco infantil até, mas agora parecia que eu conversava com um locutor. Ele tinha uma voz forte e grossa, mas não era amedrontadora, parecia a voz de alguém confiável, eu estava pasmo. – Jovem?

– A claro, sou Ricco. – Eu me dei por si e rapidamente me apresentei.

– Ricco? O que deseja pequeno idiota. – Ela falar aquilo me deixava um pouco irritado.

– Gostaria de colocar a alma de um ser dentro de um equipamento, tornando seu corpo invocável e facilmente movido. – Eu falei da forma mais educável possivel.

– Encantamento básico, um domador isso é raro. – Ela disse, parecia que estava dentro das suas expectativas.

– Na verdade, é um necromante – corrigiu o golem.

– Necromante? Esse moleque?! – Ela parecia não aceitar isso, estava fazendo uma grande confusão.

– Sim, quando soube também não acreditei. – falou o golem.

– Com licença, eu ainda estou aqui ouvindo a conversa de vocês. – Eu conseguia sentir o menosprezo na fala dos dois de longe.

– Desculpa, é que necromantes não são muito comuns e aqueles que surgem são no mínimo estranhos. Talvez você tenha dado apenas sorte ou azar mesmo.

– Podemos ir direto ao assunto.

– Está bem, o que devo encantar? – Guiei ela até o lado de fora da loja. O lobisomem esqueleto aguardava lá fora, ao vê-la ele soltou um leve rosnado. – Você quer que eu encante esse negócio?

– Sim, o mais breve possível. – Eu precisava dele pronto até a próxima fase.

– Você realmente achou alguém bom Matthiel.

– Sim, por favor não me chame mais de Matthiel.

– Claro, claro, Ricco ou seja lá qual seu nome, irei fazer isso para você, preciso de um equipamento, aconselho a ser um acessório com elemento parecido com o do monstro. O custo será de 10.000 pontos.

–Eu aceito, quando poderei vir busca-lo?

– Em cerca de 5 dias estará pronto.

– Certo, agradeço.

Retirei a pedra da lua do meu dedo, com o elemento lua, era o mais compatível com o lobisomem, senti a perda em força e agilidade. Quando entreguei o anel ela pareceu ter outra surpresa.

– Acessório grau mestre, bem surpreendente.

– Obrigado, como posso transferir os pontos? – Ela me instruiu ao processo de transferir pontos, era algo simples executado por pensamento, os pontos era a única parte do sistema acessível aqui, também dava para ver versões antigas da tela de estatísticas.

Ela utilizou alguma habilidade que encolheu o Esqueleto lobisomem para o tamanho de uma mão.

– Venha busca-lo em cinco dias, não esqueça. – Eu já estava saindo junto do Golem quando ela me chamou outra vez.
– Outra dica que lhe dou, não chame as pessoas que você acaba de conhecer por uma raça que você acha que ela é, não sou uma anã, sou um mini-humano. Você pode acabar com problemas no futuro, isso pode ser bem ofensivo.

Ela parecia realmente querer me alertar, ela enfatizou a parte do ofensivo.

– Me desculpe, estou indo, nós vemos em cinco dias.

Saindo da loja continuei a andar com o Golem voltando para a prefeitura, enquanto andávamos uma porta surgiu, de lá saiu um jogador, ele carregava uma besta em mãos. Ele me viu e apontou para mim, por sorte havia deixado alguns ossos da última batalha guardados.

– Armadura óssea! – Criei uma proteção, a flecha se incendiou, mas a defesa aguentou bem. Eu estava preparado para cantar meu feitiço, mas o golem colocou a mão no meu ombro.

– Não se preocupe, apenas veja a superioridade de um nobre.

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