Capitulo 22

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TW: sangue e morte explícitos.

Pov Percy

    Akhlys se lançou sobre mim, e por uma fração de segundo, pensei que não seria atingido. Afinal eu era apenas fumaça, certo?

    Errado. As regras só se aplicam a mim, acho.

    As garras da deusa arranham meu peito e queimava como água fervente. Cambaleio para trás, mas não estou acostumado com o corpo de fumaça. Todo o corpo é errado, pernas lentas e braços como lenços de papel.

    Jogo minha mochila em Akhlys, na esperança de que se perdesse o contato com meu corpo fumacento, ela se solidificasse. Mas, como pode se esperar, nada está do meu lado hoje.

    A mochila fez um ruído baixo e abafado ao cair. Akhlys rosnou e se agachou, preparando-se para saltar. Teria arrancado meu rosto com uma mordida, mas desviei por baixo de suas pernas.

    Volto  a ficar de pé assim que cheguei à suas costas, e Akhlys ja havia se virado. Novamente me atacou, mas dessa vez eu estou mais preparado.

    Não posso fazer isso para sempre, preciso pensar em algo. Mas o que posso fazer sem poder tocar em nada?

    No terceiro ataque, quase não tive sorte. Mas por um milésimo de segundo, consegui desviar.

    -E ai, feliz? - gritei.

    Akhlys parou de atacar por alguns segundos.

    -Feliz?

    -É! - a deusa voltou a atacar e agachei desviando de seu golpe - você está que é pura alegria!

    -Argh! - ela atacou de novo, mas estava sem equilíbrio.

    Continuei elogiando-a e cada elogio parecia atingi-la como uma bofetada. Parece que alguém não sabe agradecer.

    -Vou matá-lo bem devagar! - grunhiu com o rosto escorrendo sangue - vou cortá-lo em pedaços em um sacrifício para a Noite!

    -Fofa! Tão amável que dá vontade de abraçar!

    Akhlys emitiu um grunhido engasgado, como um gato tendo uma convulsão.

    -Uma morte lenta! Uma morte por mil venenos!

    Ao seu redor cresciam plantas venenosas que se avolumavam e explodiam como balões de gás. Uma seiva verde e branca se acumulava em poças e começava a se espalhar em minha direção. Os vapores de aroma adocicados me deixaram tonto.

    Tentei recuar. Infelizmente, estava cercado pelo icor venenoso, que corroía o chão e fazia o ar arder. Estou preso em uma ilha de poeira não muito maior que um escuro. A alguns metros de distância, minha mochila virou fumaça e desapareceu em uma poça repugnante. Não há para onde ir. Droga.

    Me agachei, apoiando me em um joelho. Quero dizer alguma coisa que a faça distrair, mas minha garganta está seca como folhas mortas.

    -Você vai alimentar a escuridão eterna - prometeu Akhlys - vai morrer nos braços da noite!

    Tudo em que penso agora era em meus amigos e família que estavam contando comigo. Eu estou falhando com todos, falhando comigo mesmo. Pior, estou falhando com Annabeth. Ela continuaria esperando que eu voltasse? O lago de veneno ao meu redor apenas aumentava e...

    Lago, pensei. Rio. Água.

Poderes novos.

Como não lembrei disso antes? Que idiota.

Dark PercyOnde as histórias ganham vida. Descobre agora