capítulo onze

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Tudo ficaria bem

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Tudo ficaria bem. 

Evalin repetia para si mesma, mesmo que não acreditasse naquelas palavras. 

Em poucas semanas ela descobriu sua origem e perdeu a sua mãe, tudo depois de seu fatídico aniversário. Seu pai estava desolado, as cortes estavam em estado de alerta. Beron tinha mais uma vez provado maníaco que era. 

Suzan havia lhe dito, e ela acreditou que seria divertido completar dezoito anos.

O que ela faria? Ela não podia mudar o passado, ela não podia voltar atrás com o que Beron tinha feito. Uma vida por outra, foi o que ele fez. Sangue inocente em troca daquela que causou destruição.

Evalin sabia que era o melhor dos dois mundos. Sua mãe deu duro para que ela fosse gentil e grata mesmo em meio às dificuldades. E ela iria retribuir, faria aquele sacrifício valer à pena. 

Certa vez ela lera: "Não tenha pena dos mortos. Tenha pena dos vivos, e acima de tudo, daqueles que vivem sem amor". Beron não era capaz de sentir empatia, ele desprezava a todos que considerava inferiores e fracos. Já havia deixado claro que não gostava dela, mas ele não sairia impune.

Aquilo que não te mata pode te deixar mais forte. Não daria lugar para a tristeza, não ela precisava lutar. 

Não seria apenas por sua mãe, pelas famílias da corte outonal que há séculos sofriam nas mãos da ditadura de Beron. Ela faria pelo seu pai e seu tio, que perderam as pessoas que amavam por causa dele. 

Mas acima de tudo, faria isso por si mesma, seria heroína de sua própria história, mesmo que morresse tentando. 

Seu único questionamento era, sua vida, era uma história que valia à pena ser contada? 

Azriel não tinha saído do seu lado desde que voltaram da Corte Diurna. Não havia falado nada, ele sabia que ela precisava daquele tempo para respirar. O ar gelado do quarto deixava o clima mais melancólico, e o casal se questionava se tudo realmente ficaria bem. 

O mestre-espião passara a vida observando os humanos. Ele achava interessante o otimismo que as pessoas podiam ter nos momentos difíceis. Cada um de sua forma, mas viviam uma única vida, precisavam aproveitá-la. 

Talvez fosse isso que diferenciasse as raças. Feéricos e humanos, eram parecidos, mas a crença de que poderiam tornar o futuro diferente os tornavam melhor do que qualquer ser com magia. 

Mas no fim de tudo, enfrentar o mundo real era uma porcaria. 

‒ Como você está? ‒ Az questionou a mais nova 

‒ Bem na medida do possível ‒ respondeu ‒ Sabe, quando lemos histórias sobre heróis que têm uma decisão a tomar nunca entendemos o porquê deles escolherem a cidade ao invés da mocinha. Mas quando você sente na pele, tem que fazer essa escolha difícil e pensar no futuro de todos

‒ Por que está me dizendo isso? ‒ Az perguntou ‒ Eu te prometo que vamos achar uma solução pra tudo isso. E nós vamos ficar bem. 

‒ Não faça promessas que não pode cumprir.


Estava chovendo. 

Era como se o próprio céu estivesse triste com os recentes acontecimentos.

Rhysand havia convocado todo seu círculo íntimo (e Nestha) para que achassem uma solução o mais rápido possível. Ele se forçara a escrever uma imagem onde o grão-senhor soberano não possuía medos e inseguranças. Mas a realidade estava longe disso.

Ele estava quebrado, e mesmo tendo pessoas ao seu redor que estavam dispostos a dar tudo pelo bem estar da corte, sua incerteza o tornava cético.

‒ Acha que os livros sagrados pode ter algum feitiço que reverta as predições de Amarantha? ‒ o grão-senhor questionou ‒ Já fizemos isso antes com o caldeirão, talvez possamos...

‒ Eu sinto que dessa vez não tenhamos opções Rhysand ‒ Amren interrompeu ‒ Ouviu as palavras, o encantamento. Beron usou magia de sangue, apenas o sangue de Suzan acabaria com tudo.

‒ Não seu eu puder evitar ‒ Evalin falou enquanto atraía a atenção de todos.

Por mais que amasse a garota, Amren sabia o rumo que a decisão dela poderia trazer, e ela não queria ter que abrir mão de mais alguém para salvar a todos. 

tá chegando na reta final, e aí, que decisão a Evalin vai ter que tomar?

A Grã-Rainha PerdidaWhere stories live. Discover now