1. Ninguém escapa dos meus louboutins ninjas-voadores.

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Ele não queria saber como é a neve? Então, é uma tortura infinita.

Carlos não era nada parecido comigo, principalmente porque ele era adotado, então por ai já sabemos que realmente não temos nada em comum fisicamente. Ele era um pouco mais baixo que eu, tinha a pele negra, cabelos crespos cacheados, olhos verdes e lábios carnudos. Tinha miopia e usava óculos fundo de garrafa com lentes gigantes, as quais faziam seus olhos realmente parecer maiores do que realmente eram.

Ele era bastante hiperativo, então sempre estava agitado e impossível de ficar completamente parado. Na verdade, quando ele ficava parado, algum membro ou parte do seu corpo involuntariamente se mexia sem parar. Carlos não sabia ficar quieto ou tranquilo simplesmente. Sejam os pés ou as mãos, ele sempre dava um jeito de mexer inquietamente com algum deles.

Nesse momento, Carlos estava vestindo três moletons da GAP, que roubei da casa de alguns ricaços em LA, semana passada; usava calça jeans também da grife, mas seus tênis eram o último lançamento da Gucci e de novo, todas as peças também foram roubadas.

Um pouco diferente do meu irmão, eu tinha a pele clara, olhos e cabelos castanhos escuros e era alta. Muito alta mesmo, algo que me fazia indiretamente parecer um pouco mais velha do que realmente era e intimidar os garotos com seus futuros e possíveis flertes. Aprendi desde nova que garotos não gostam de garotas altas, porque elas os intimidam e os fazem parecer completamente frangotes.

Meu cabelo era liso e super longo, ao ponto de bater no meu quadril. Eu usava um sobretudo azul claro e um vestido bege de tricô por debaixo, meia calça cor de pele, os saltos louboutins nude em meus pés me deixavam mais alta e mais poderosa. Do jeito que eu amava me sentir. E em meus ombros estava uma bolsa ultimo lançamento da Chanel. E assim como as peças roubadas que meu irmão usava, as minhas também eram.

É, eu sei. Realmente não parecemos dois gângsteres assustadores usando couro, bandanas bregas, coturnos pretos e uma maquiagem gótica fuleira. Na verdade parecíamos dois filhos de uma família rica, mas não se enganem, minha arma está dentro da minha bolsa Chanel e eu sou praticamente uma verdadeira patricinha sem pedigree, obviamente sem status social e ainda uma ladra. Mas isso não importa. Gosto de me vestir bem como se realmente fosse uma ricaça, porque um dia eu serei. Sou muito ambiciosa, não meço esforços para conseguir o que quero e nunca estou satisfeita com o que tenho. Sempre quero mais. E vou fazer de tudo para ter uma vida melhor e dar um futuro melhor para meu irmão.

A vantagem de morar em LA, é que lá é cheio de mansões pertencentes a ricaços, famosos de Hollywood, empresários e afins. O que facilita bastante meu trabalho em roubar. Não importa o quanto sua mansão caríssima tem um sistema de segurança refinado e cheio de outras bugigangas, eu sempre tenho um bom plano para derrubá-lo e roubar suas coisas. Sou um verdadeiro gênio do crime.

Grande parte dos itens que roubo eu os revendo por preços mais exorbitantes e caros, lucrando sempre o triplo, mas é claro que fico com alguns itens para mim e para meu irmão. Podem me julgar, eu não ligo.

A polícia nunca consegue me pegar, porque primeiro, eu sempre uso um nome falso, segundo estou ilegal no país, o que significa que não tem registro meu, sou praticamente um fantasma e terceiro sempre uso um bom disfarce quando sou obrigada a mostrar meu rosto, seja uma boa maquiagem ou uma peruca, lentes de contato ou uma cicatriz falsa. Eu sempre consigo me misturar no meio da multidão.

Tudo isso que aprendi foi graças a "Arsène Lupin, Ladrão de Casaca ", o primeiro livro que minha mãe me deu e o livro perfeito para se desenvolver uma habilidade para o crime. Porque Arsène Lupin não é qualquer pessoa. Ele é todas as pessoas em um só corpo e o melhor ladrão profissional que conheço.

Things We Lost In The Fire ── 𝐌𝐀𝐆𝐍𝐔𝐒 𝐂𝐇𝐀𝐒𝐄Onde as histórias ganham vida. Descobre agora