Capítulo 35

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Dulce María

Já tinham se passado três dias desde que chegamos, os meninos saíram para comprar algumas coisas em revezamento, sempre de boné e óculos, se escondendo ao máximo sem deixar nenhuma de nós três sozinhas por nada.

As coisas estavam ficando sufocantes e insuportáveis, eu realmente não aguentava mais escrever um peça enorme contra Víctor e aparentemente Christopher estava exausto de escrever uma peça sobre Cláudio.

- Chris, não aguento mais, eu tô cansada. - Falei fazendo beicinho e ele riu.

- Não vou negar que eu tô de saco cheio disso aqui também. - Ele fez careta.

- A gente ainda não foi à praia. - Christopher me encarou pensativo. - Eu sei que é perigoso, mas só um pouco. - O olhei sorrindo.

- O que você não me pede sorrindo que eu não faço chorando? - Eu levantei em um salto pulando e aplaudindo.

Nós saímos do jeito que estávamos e optamos por ficar a alguns metros da casa.

Christopher se sentou na área e eu no meio de suas pernas, a principio, ficamos só observando o mar em silêncio. Era tudo o que eu mais precisava.

Depois de um tempo assim, só nós dois e o mar, minha cabeça voltou para a madrugada em que eu cheguei na casa dele e a sensação de medo me dominou.

- Está tudo bem meu amor? - Christopher questionou me apertando em seus braços e eu suspirei.

- Acho que preciso te contar algo. - Me virei lentamente para encara-lo.

- Acha? - A confusão na cara de Christopher era até engraçada.

- Chris. - Respirei fundo. - Vamos lá. Da última vez que algo do tipo aconteceu, eu acabei em um hospital e você surtou, então acho que devemos fazer diferente. - Christopher arqueou a sobrancelha. - Na madrugada em que eu voltei, nós transamos sem camisinha e bem... - A cara de confusão passou a ser de pânico. - Eu não sou lá a pessoa com o ciclo mais regulado desse mundo.

- Então, corre o risco? - Concordei com a cabeça. - Ok, precisamos tirar uma prova, acho... que... e-eu vou na farmácia. - Christopher tentou levantar, mas eu segurei ele.

- Calma, respira. - Ele me encarou serio. - Tô falando sério amor, calma. Acho que ainda tá muito cedo pra tirar qualquer prova. - Christopher me olhar como se realmente fizesse sentido. - Esperamos mais uns dois dias, não sei. Eu só quis te contar por que estamos fazendo diferente não é? - Eu o fitei e seus olhos estavam brilhando.

- Tudo diferente. Obrigada, meu amor. - Christopher me abraçou e me puxou para um beijo.

Sem pensar muito em onde estávamos, ele sei deitou na areia me puxando para cima dele, suas mãos deslizaram por todo meu corpo até chegar na minha bunda onde ele apertou.

- Acho melhor... Nós sairmos daqui, atentado ao pudor ainda é crime. - Eu falei interrompendo o beijo e Christopher gemeu em rejeição.

Nós levantamos e voltamos para a casa, ali me bateu uma sensação horrível de ser observada.

- Vamos amor! - Falei puxando ele para dentro da casa.

Assim que entramos, dei de cara com uma Anahí furiosa e ali eu não senti medo, mas sim pânico.

- Vocês dois não sabem que a gente não pode ficar se exibindo por aí né?  - Ela disse em um tom alto e nós concordamos com a cabeça. - Não parece. - Anahí virou as costas e subiu, eu e Christopher caímos na gargalhada.

- Vou conversar com ela, antes que ela degole um de nós. - Falei depois de dar um selinho em Chris.

- Se eu for, não tem conversa então, vai que é tua amor. - Ele disse rindo.

Eu subi atrás de Anahí e ela estava sentada em sua cama mexendo no celular e fingiu não ter notado minha presença ali.

- Any? - Ela levantou o olhar, mas voltou a mexer no celular. - Amiga, eu sei que foi um erro, mas eu tava doida de saudade da praia. - Fiz beicinho.

- Tudo bem Dul, mas vocês não usaram nadinha para disfarçar, assim fica difícil não é? - Assenti. - Só precisam tomar cuidado, qualquer um pode estar de olho em nós.

- Eu sei, foi um erro, mas tem um lado bom. - Sorri para ela. - Falei pro Christopher da tal probabilidade minúscula do acidente juvenil da outra noite.

- E ele? - Anahí agora estava sorrindo.

- Ficou... Nervoso, mas entendo o lado dele, eu também estou, mas acontece, erramos e é isso que acontece. - Ri pelo nariz.

- Qual é o plano?

- Acho que poderíamos ir à farmácia comprar uns testes, assim eu faço um hoje, outro amanhã,  outro depois até eu ter certeza absoluta que não tem chances. - Sorri igual criança para Anahí que riu.

- Tudo bem! Preciso sair daqui mesmo. - Ela se jogou na cama. - Só que não esqueça do boné e do óculos pra tampar uma parte da cabeleira ruiva. - Any disse apontando para minha cabeça.

- Sim senhora, capitã. - Falei batendo continência e Anahí jogou uma almofada em mim.

Nós saímos quase cobertas por tanta tralha que Anahí colocou, mas eu diria irreconhecíveis.

Como tudo ali era próximo, optamos por ir caminhando falando sobre amenidades. Quando chegamos na farmácia, aproveitamos a saída e fizemos a compra feminina necessária. Maite tinha ficado com os meninos, terminando de ajeitar algumas coisas sobre as provas que iríamos encaixar nos processos, então Any e eu compramos algumas coisinhas para ela.

- Camisinhas Dulce, muitas! De preferência a farmácia toda! - Anahí falou alto quase jogando as camisinhas que estavam ali.

- Fala só um pouquinho mais alto meu amor, o cara do outro lado da rua não deve ter escutado. - Any revirou os olhos.

Depois de comprarmos meia farmácia, nós voltamos para casa e mais uma vez a mesma sensação que tive na praia me dominou. Algo me dizia que estávamos realmente sendo observados.

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Troca de mensagens.
Enviada.

L.B.: As encontrei. Com certeza estão todos juntos.

L.B.: Trindade, Rio de Janeiro.

Recebida

Manuel Arias: sabe o que fazer quando fazer. Chegamos em breve.

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N/A: helloooooooooo
Olha quem cheguei!

Eai, qual a merda da vez?
E nossa menina grávida?

FAÇAM SUAS APOSTAS

Lembrando que estamos na reta final.

Comentem, votem e eu volto!

beijinhosssssss :*

Nada Convencional: A Última Torre.Onde histórias criam vida. Descubra agora