Capítulo 15

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Aqui estamos, eu e Jisung, sentados no sofá de cabeça baixa, tendo minha mãe com braços cruzados e olhos nos queimando enquanto meu pai está com uma carranca.

– É isso que faz quando não estamos em casa? — Minha mãe pergunta.

– N-não.. é a primeira vez de Jisung aqui, é a primeira pessoa que vem aqui desde que nos mudamos.

– Hm, e o que vocês tem?

– Pedi seu filho em namoro hoje, senhora, estamos namorando. — Jisung responde tímido, levanto minha cabeça para o olhar.

– Certo, Chenle, o leve até o portão, vamos conversar apenas com você. — Senti um grande nervoso ao ouvir isso, mas obedeci.

– Desculpa por ter passado por isso. — Digo ao coreano quando chegamos no portão.

– Não se desculpe, você vai ficar bem? — Pude sentir a preocupação em sua voz.

– Claro, o máximo que pode acontecer é eu ficar de castigo por um bom tempo.

– Me manda mensagem depois? — Concordo com a cabeça e nos abraçamos fortemente.

– Obrigado pelo dia incrível, namorado.

– Até segunda, namorado.

Sorrimos e então ele foi, respirei bem fundo e voltei para dentro de casa, me sentando onde estava antes, nem tive tempo para me preparar psicologicamente para essa situação onde assumo minha homossexualidade aos meus pais.

– Não é como se não esperássemos isso de você, sempre fomos muito ausentes e você nunca nos apresentou garotas como um garoto adolescente normal.

– Minha sexualidade não é resultado da ausência de vocês, eu sou assim e seria mesmo se fossem presentes, a diferença é: eu teria contado quando me descobri se fôssemos próximos ao invés de esperar vocês descobrirem de alguma forma. — Soltei o que tinha pra falar, ainda de cabeça baixa, com a voz calma, pude ouvir o suspiro de ambos os adultos à minha frente.

– Sabe que não concordamos com isso, certo? Queríamos netos biológicos e uma linda nora, mas bem, já que está feito, não vamos nos meter, mas também não vamos apoiar.

– Querido! — Exclama a minha mãe indignada.

– O que podemos fazer? O proibir para assim ele fazer as coisas escondido? Agora que sabemos vamos apenas respeitar mesmo que não seja o que a gente planejava. — A resposta que ele deu me deixou aliviado, mas ainda tenho aquela angústia de não ser o que queriam, mas bem, logo passa, afinal não tenho que agradar ninguém, nem meus pais. – Que ele traga o namorado para cá, vá até ele, que seja, desde que não faça mais coisas escondido, entendido? — Disse a última palavra olhando para mim.

– Entendido, obrigado por me respeitarem. — O mínimo né, mas eu relevo, estou feliz por não ficar de castigo ou algo assim.

Depois de um tempo em silêncio me deixaram subir para o quarto e eu fui direto mandar mensagem para Jisung, para dizer que está tudo bem.

"Sai vivo e não falta nenhum pedaço, até que não foi tão difícil, vão nos respeitar então pode vir aqui quando quiser, assim como posso ir na sua casa e sair com você"

Trocamos mensagens por mais um tempo, ao terminar a conversa fui tomar um banho quentinho para relaxar, deitei na cama com um sorriso de orelha a orelha, lembrando dos meus momentos com meu, agora, namorado, tirando a parte que meus pais nos viram aos beijos. Fechei os olhos, tendo as lembranças do agitado dia ainda rondando minha mente, acontecimentos reais, sensações e toques reais.

Com o Jisung dos sonhos ocorreu tudo bem como se nunca tivéssemos brigado algum dia, mas eu estava preocupado, minha vontade de chegar a noite para dormir estava diminuindo. talvez por agora eu ter um Jisung "de verdade" junto comigo, ao invés de dormir eu sinto mais vontade de eternizar meus momentos com ele, desejo que o tempo não passe, será que "a hora de parar de sonhar" pode realmente chegar? Mesmo contra minha vontade?

[...]

Renjun cansou de rolar para lá e para cá em sua cama e levantou decidido, irá na casa de seu melhor amigo, se é que ainda pode o chamar assim. Passar o sábado inteiro sem Jeno o deixou muito triste e ainda mais arrependido, o coreano sempre vem a sua casa ou o chama para a sua todo final de semana, se divertem de diferentes maneiras, eram raros os finais de semana que não se viam.

O chinês pensou muito o dia anterior inteiro, ainda não estava crente que Jeno gostava de si, só acreditaria quando saísse da boca dele, mas de qualquer forma o que disse aquele dia foi horrível e também não foi verdade, seu melhor amigo é insubstituível e muito mais que suficiente para si, se já achava isso antes, tem a mais pura certeza agora depois de ter ficado a semana toda sendo ignorado.

Subiu os três degraus da parte da varanda da casa de Jeno e parou frente a porta, tocando a campainha segundos depois, foi recebido pela simpática mãe do coreano, que parecia muito feliz em vê-lo.

– Injun! Pensei que não iriam se ver este final de semana, entra, querido. — Agradeci, cumprimentando com um beijo na bochecha. – Que bom que veio pra dar um jeito no meu filho, ele mal saiu do quarto a semana toda e vem comendo pouco, estou preocupada.

– Oh, é mesmo? — O coração do mais novo ali apertou ao receber essas informações, se culpando mentalmente por fazer mal a Jeno. – Vou falar com ele.

– Obrigado, querido, pode subir, ele está no quarto.

Agradeci mais uma vez e subi as escadas até o quarto de Jeno, batendo na porta duas vezes, esperou ansiosamente e finalmente a porta foi aberta pelo coreano que murmurava.

– Mãe, já disse que não quero café da... Renjun?? — O citado pode perceber a surpresa que ele teve ao vê-lo. – O que faz aqui?

– Podemos conversar? Por favor, eu prometo ser rápido, me escuta só um pouquinho, não aguento mais ser ignorado. — O chinês diz, quase deixando a voz falhar, Jeno então suspirou e deu as costas, indo sentar em sua cama, como deixou a porta aberta Renjun entendeu que foi uma permissão muda para sua entrada no quarto, então o fez e fechou a porta. – Eu vim dizer que... sinto muito por dizer aquilo pra você, eu realmente não queria, eu estava muito triste e disse sem pensar.

– Eu não sou seu saco de pancadas pra você descontar suas frustrações em mim.

– E-eu sei que não, você é muito mais que isso, é meu melhor amigo, é tão bom pra mim, eu vacilei muito ao dizer aquilo, você é mais que suficiente, não sei o que faria sem você.

– Eu quero ser mais que seu melhor amigo, Injun, ainda não entendeu? — Se levantou da cama, ficando cara a cara com o garoto que tanto ama. – Eu sei que não era pra acontecer, mas foi inevitável não me apaixonar, você é tão... Enfim, sabe o quão foi doloroso escutar aquelas palavras saindo da boca do cara que eu gosto, não, amo, sendo dirigidas a mim? — Renjun estava estático, o que tanto negava a si mesmo acabou de ser revelado e mesmo depois de tantos avisos ainda conseguiu ficar surpreso. – Eu tive sim um crush no Jaemin, mas não demorou pra tudo começar a ser só você, escondi meus sentimentos para não perder sua amizade, mas agora já não é mais suficiente, eu quero você, quero uma chance de te conquistar e poder ter meus sentimentos retribuídos.

– Você tem. — Renjun finalmente sai de seu transe.

– O que?

– Uma chance, me conquiste!

oioi gente, essa semana vou postar o primeiro cap de duas fanfics novas! a noren que eu já tinha comentado e uma luten, espero ver vocês lá!

My Sweet Dream - chensung/chenjiWhere stories live. Discover now