24- Eu vou estar aqui

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Quando você dá uma festa é normal que carros estejam estacionados na porta da sua casa. Por isso, logo após Jeff abrir a porta do carro para mim, eu fui diretamente para a casa que eu julgava ser dele, justamente pelo número de carros a sua frente.

— Onde está indo? — Jeff falou ainda parado perto do carro. Eu parei de andar e me virei para ele.

— Aquela não é a sua casa? — Eu disse quase rezando para que ele dissesse "Sim, só estava achando estranho você saber qual delas é", mas não foi bem isso que eu escutei daquela beldade que se tornou duvidosa, vulgo Jeff.

— Não — Ele olhou e enrugou a testa tentando entender de onde eu tinha tirado essa ideia.

— É essa daqui — Ele apontou para a casa bem em frente onde estacionamos o carro. Eu me aproximei dele observando a casa, que parecia mais uma muralha para proteger uma cidade inteira.

Sem querer julgar, mas já julgando, eu não esperava que um professor com os seus 23 anos de idade fosse ter uma casa deste tamanho. Eu parei e olhei pra cima. Foi difícil achar o final do muro branco a minha frente. "Será que o Jeff é traficante ou algo assim?" Porque cara... Um professor, com um carro desse e uma casa dessa? E não podemos deixar de destacar que ele é viciado em cigarros normais, cigarros de palha e... E alguns que eu nem quis saber o que era.

Havia apenas um portão grande e ao lado tinha um vidro enorme. Presumo que seria um lugar para um... Vigia? Espera aí... Um vigia? Onde eu estava me metendo? Aquilo ali parecia mais uma prisão de segurança máxima do que uma casa de um professor. Mas claro, uma prisão de segurança máxima bem bonita... Se é que isso é possível. Eu olhei pra esquerda tentando encontrar o final da casa, mas simplesmente ela virava a esquina. Enquanto eu analisava o incrível muro a minha frente, Jeff falava com o vigia por interfone. Ele soltou um "Mike, sou eu Jeff" e o segurança respondeu um "Olá senhor" e eu me virei na hora para o Jeff com uma cara de "Senhor? Te chamaram de senhor?", Jeff apenas olhou sem graça para mim como resposta. Ele não me parecia normal, para ser sincera ele estava assustador. Não que eu estivesse olhando muito, mas ele estava bem bonito naquelas roupas que me pareciam até muito arrumas pra essa ocasião, mas sua expressão era quase como de quem estava prestes a entrar em uma guerra, aquela pelo qual você sabe que a suas porcentagens de sair vivo dali são mínimas. O portão começou a abrir, mas não como um portão normal. Ele não deslizava para o lado, ele apenas subia. E enquanto o portão ainda não me dava visão para a mansão lá dentro, eu dei alguns passos para trás e deixei escapar um pensamento alto.

— Eu não vou entrar aí. — Eu disse e Jeff olhou para mim se aproximando.

— Como assim? Você vai entrar sim Nina! — Ele falou forte e eu fiz que não com a cabeça. Antes que eu o respondesse, nós dois olhamos para frente e lá estava o segurança, presenciando a nossa discussão.

— Desculpa interromper senhor, mas você quer que eu estacione o seu carro? — Mas o maldito carro já não estava estacionado? Eu me perguntei.

— Sim, Mike. Aqui estão as chaves. — Jeff levou a sua mão até o bolso e lhe entregou. Eu fiquei apenas olhando pro Jeff esperando que ele me desse uma explicação, mas então percebi que ela não viria tão rápido assim quando Jeff ficou nervoso e agarrou a minha mão.

— Jefferson meu amor, quanto tempo! — Uma mulher muito bonita se aproximou de nós. Ela estava em um lindo vestido vermelho, justo na medida certa e ate abaixo dos joelhos. Um sapato de salto fino vermelho e algumas joias que adivinhem? Vermelhas também. Por um instante eu me senti aliviada por não estar sozinha com ele, mas por outro eu estava me sentindo estranha. Por que o Jeff entrelaçou as nossas mãos? Por que Jeff estava nervoso? E Por que uma mulher o chamou de "meu amor" na sua própria casa? Enquanto eu estava distraída olhando para as nossas mãos entrelaçadas eu pensei no Harry, só ele havia segurado as minha mão assim. Mas não desse jeito! Quando ele entrelaçou a minha mão a sua, andávamos pela praia. Parecia ter algum significado, mas agora não era bem assim.

4 Months without youOnde as histórias ganham vida. Descobre agora