Capítulo Trinta e Cinco

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A menina do meu lado nem se move, começo a pensar que ela dormiu em pé quando observo seus olhos fechados, mas ela dá de ombros e sei que ela ainda escuta. Eu não deveria ter bebido mais vodka hoje, comecei a falar da triste história do meu coração partido.

- Eu pensei que tinha encontrado a pessoa sabe. Ele me entendia como ninguém e tínhamos uma conexão tão forte. Era como se eu pudesse contar tudo pra ele que ele ia me entender e eu achava que ele sentia o mesmo. E o filho da mãe beijava bem pra caramba! E outras coisas também... – Sussurro e a garota dá uma risadinha. – Não que eu já não tenha achado alguém tão bom quanto eles nesses últimos anos, mas ele tinha aquela pegada! Sabe aquela que faz até suas pernas parecerem gelatina? – Falo gesticulando com as mãos e a menina balança a cabeça concordando.

- Pegada é tudo menina! – A garota à minha frente fala de repente e concordo com ela.

- Eu sei! – Bato a mão na coxa. – Ele tinha que beijar mal, assim seria mais fácil esquecer. E agora ele voltou pra cidade e eu to me cagando de medo de encontrar com ele, por que não sei qual vai ser minha reação. Ames estava certa quando disse que eu tenho um monte de coisas entaladas na garganta e vocês não imaginam como eu queria despejar tudo em cima daquele idiota que beija bem! Mas eu provavelmente ia parecer uma louca que não superou o casinho de quatro anos atrás.

- É verdade. – Outra mulher fala.

Deus quando esse grupo se juntou?

- Acho que o melhor a fazer é deixar as coisas rolarem naturalmente. – A menina de olhos fechados fala. – Se vocês se esbarrarem por aí ok, fale com o canalha normalmente. Se o assunto surgir, acabe com ele com classe e siga em frente!

- Isso aí.

- É, vou fazer isso! – Balanço a cabeça. – Minha vez!

Caminho até o banheiro e quase tropeço na hora de entrar na cabine. Preciso de extrema concentração para fazer minhas necessidades sem encostar em nada nojento. Após usar vou até a pia para lavar as mãos, meu rosto ta uma droga! Tento limpar os resquícios de máscara de cílios que manchou abaixo dos meus olhos e ajeitar o cabelo. Não adianta muito, mas me sinto melhor. Sorrio para meu reflexo e saio depressa do banheiro, o cheiro terrível já estava me dando náuseas.

Vou passando pelas pessoas balançando o corpo no ritmo da música atual, a batida é sexy. Tento procurar a menina que eu estava antes enquanto danço, mas não consigo encontrá-la em lugar nenhum. Olho para o bar de onde estou e quase dou um pulo. Deus eu devo ter bebido demais mesmo para até mesmo ver miragens. Viro de costas rapidamente torcendo para que os olhos arregalados da pessoa não sejam por minha causa. Um cara se aproxima de mim e aproveito para usar ele para me esconder.

- Oi gatinha. – O cara tenta fazer uma voz sensual e reprimo a vontade de fazer uma careta. – Eu vi você dançando toda sensual pra mim.

Que? Parece que eu não fui a única a beber além da conta hoje.

Aproveitando que o ângulo que estou o cara me encobre começo a me afastar. Mal dou três passos quando sinto duas mãos agarrarem minha cintura e sou puxada para trás. Colido com o corpo do desconhecido.

- Indo pra onde bebê?

O hálito forte de bebida barata me incomoda e me remexo tentando sair dos braços daquele estranho.

- Dá pra você me soltar?

- Por que? Tá tão gostoso assim.

Sinto um arrepio na espinha e fico totalmente em alerta quando sinto as mãos daquele estranho começarem a se mover pelo meu corpo.

A GAROTA POR TRÁS DA MÁSCARA - LIVRO UM (ÚLTIMOS CAPÍTULOS)Where stories live. Discover now