Huitième

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Toda a provocação tem um limite, assim como tem o começo, tem o meio.

Fim? Talvez não seja bem isso que as pessoas queiram.

Oitavo dia.

Oitavo dia da viagem e Jungkook só queria morrer.

Nem havia acontecido muitas coisas, mas o ocorrido do dia anterior ficou batendo em sua mente o tempo inteiro. A madrugada inteira, o momento todo. Não dormiu, não conseguiu fechar os olhos sem pensar no Taehyung dizendo aquilo.

Se segurar? Ah, o Kim sequer sabia o que era isso. Jungkook estava lutando contra si mesmo para não ser o garoto doido que é com seus amigos. Queria ser próximo a Taehyung e Jimin, eles eram diferentes. Pessoas legais, por mais que insistentes.

Gostaria de não ser tão.. assim. Tão sério, chato na maior parte do tempo. Gostaria de não ter que se afastar, agir de forma rude e sensata.

Gostaria de jogar tudo para o alto e se divertir. Porque tudo tem um limite, e o seu limite estava ultrapassando aos poucos.

Por isso, resolveu conversar com a primeira pessoa que o fez jogar a seriedade para o alto.

— Kim, podemos conversar? — questionou para o garoto que mesmo passava pelo corredor dos quartos. Taehyung virou para trás e olhou para Jeon, confuso, mas deixou a confusão de lado e apenas se aproximou.

— Claro, sim, aconteceu algo? — estava um pouco preocupado. Jungkook estava sério, parecia meio cabisbaixo e se fosse por sua culpa, se sentiria muito mal. Já estava se sentindo, inclusive.

— Aconteceu. — respondeu sério, apontando para seu próprio quarto, na intenção de Taehyung entrar.

— Tenho um lugar melhor para isso, me acompanhe. — nada melhor do que conversar em um lugar além de privado, calmo. Então Jungkook seguiu Taehyung até o sótão, local este que Jimin tinha pavor então não frequentava. Se era uma conversa privada, esse era o melhor local.

Um sofá de couro, uma janela de vidro, local pouco espaçoso mas aconchegante. Jungkook seguiu Taehyung até o sofá que estava de frente para a janela, essa que dava visão para a floresta. Ambos se sentaram e ficaram observando a paisagem.

— Está de terno, vai trabalhar? — Taehyung resolveu quebrar o silêncio.

— Não pretendo sair hoje, senhor Park irá voltar logo pelo anoitecer e não irá mais para o centro. Aproveitará amanhã com seu filho. — respondeu seriamente. — Estou assim porque vim aqui para trabalhar.

— Você quer falar comigo sobre isso? — questionou o Kim, com uma expressão confusa no rosto. — Eu estraguei com seus planos, tenho consciência disso. Quer me repreender?

— Taehyung.. — Jungkook falou um pouco apressado, logo suspirando. — Kim, eu não me sinto alguém profissional.

— Por que não? Você é a pessoa mais.. certinha em questão ao trabalho que eu conheço. — okay, Jungkook não esperava por isso, mas resolveu não dar tamanha importância por mais que fosse bom ouvir isso.

— Desde que coloquei os pés na mansão dos Park's naquela manhã, não consegui me ver como alguém que trabalha. No carro enquanto vínhamos para cá, eu me senti mal. Naquele mesmo dia pela noite, quando ensinei o Park a jogar golfe, me senti bem de começo mas logo a ficha caiu. No arco e flecha eu me diverti, mas pela noite não dormi por ter a consciência pesada. Após a piscina eu não fiquei assim, eu fiquei bem, e, quando conversei com Jimin, outra vez me senti mal. Tudo, Kim, tudo que eu faço aqui me deixa mal. Se eu vim aqui para trabalhar eu deveria trabalhar, não me divertir. — completou, tendo a total atenção de Taehyung.

Professionnel {jikook}Unde poveștirile trăiesc. Descoperă acum