6°.

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Acordo assustada com o Ace me puxando, ele pede silêncio com o dedo na boca e sobe sobre meu corpo.

— Eles estão aqui, não faça barulho — sussurra e deita ao meu lado em baixo da coberta, depois me puxa. — Me abraça — ordena. Eu apenas obedeço e coloco meu braço ao redor do seu corpo, sinto o quão rígido ele é e meu corpo todo estremece. Apoio a cabeça na curva do seu pescoço e ele joga um dos braços sobre meu corpo, a outra mão está em baixo da coberta entre nossos corpos, consigo sentir a arma gelada tocando minha barriga.

Escuto vozes do lado de fora do quarto e me encolho contra ele, sua barba raspa no meu ombro e sua respiração pesada bate contra meu pescoço. A posição é extremamente íntima, então é bem desconfortável ficar assim logo com ele. Posso sentir claramente o seu cheiro amadeirado, o calor e o tamanho do seu corpo.

Escuto mexerem na porta do quarto e consigo ver as sombras na janela, alguém consegue destrancar a porta e a abre.

É só um casal — a pessoa fala e vai fechando a porta.

— Quando eu mandar, você pula para o chão — Ace avisa me fazendo assentir.

Abre e verifica isso direito! — Outro cara lá fora ordena.

— Agora — Ace fala e eu pulo para o chão e me encolho na hora que ele começa a atirar.

Os tiros ecoam pelo quarto, consigo ver alguns corpos caídos na porta, mas vejo outros correndo mais distante e também atirando. Vejo as botas do Ace quando ele levanta e para atrás da parede enquanto recarrega sua arma, depois ele sai atirando.

Ele parece um robô feito pra matar.

Me arrasto até o outro canto no quarto e fico encolhida a espera dele voltar, o que faz pouco depois dos tiros cessarem.

— Camila? — Chama entrando no lugar, saio do meu esconderijo e ele me encara. — Vamos.

°

Pulos os três corpos na porta do quarto e tento ignorar os tantos outros espalhados pelo pátio do hotel. Nós corremos até a garagem e o Ace rouba um dos carros, vejo os só os vultos das outras pessoas de um lado ao outro, provavelmente apavoradas. Depois seguimos por uma estrada rural por algumas horas até ele entrar num sítio.

— Que lugar é esse? — Pergunto já preocupada, não quero que nenhum outro inocente morra por minha causa.

— Você fica aqui enquanto eu me livro do carro — avisa estacionando na porta da casa, o lugar parece estar vazio. O encaro confusa e não me movo. — Não tem ninguém aqui, não se preocupe.

— E você vai me deixar sozinha? — Pergunto realmente sem acreditar. — E se eles tiverem nos seguido?

Ace segura meu ombro e só então percebo que já estou chorando.

— Ninguém nos seguiu, Camila. Aqui é seguro, pode confiar. Preciso me livrar do carro antes de qualquer coisa. Você espera aqui até eu voltar. — Ele me observa sério. — Certo? — Pergunta esperando uma resposta, eu apenas viro o rosto irritada com toda essa situação. Ele se vira e começa a vasculhar na parte de trás do carro. — Aqui tem algumas coisas pra comer — avisa pegando uma sacola e me entregando. — Entra na casa e não saia até eu voltar — pede com seu tom típico de ordem.

— Posso ir? — Pergunto limpando meu rosto, mas Ace segura meu queixo de um jeito firme e me faz olhá-lo, fico surpresa com o gesto e me afasto o encarando.

— É melhor não fazer nenhuma besteira, criança. Estou aqui pra te manter viva, mas não sou nenhuma babá — avisa sério. Seus olhos não vacilam nem por um instante enquanto me encaram fixamente, duas esferas verdes.

Seduzindo a Fera - Livro 1 dos Selvagens.Where stories live. Discover now