𝔙𝔦𝔫𝔱𝔢 𝔇𝔬𝔦𝔰

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Acorde.

O illyriano sussurrou em sua mente, e Nesta praguejou baixinho, tentando se esquivar em busca dos cobertores, que inteligentemente, já haviam sido levados, pouco antes das cortinas serem abertas e um peso afundar o colchão, exatamente a sua frente. resmungando, a féerica abriu os olhos, de encontro ao encantador das sombras que a aguardava. Azriel, pra sua surpresa, trajava uma camisa de linho sem mangas e branca, exibindo as cicatrizes. Se ele se importava, não aparentou nada disso

A féerica levou a mão ao rosto, como um sinal para que prosseguisse, e ele continuou

- Acho que descobri a origem do seu dom.

Isso foi o suficiente para acordá-la. A sensação lhe era a mesma de ter levado um choque repentino, despertando todo seu corpo e o mantendo em alerta, e o macho repousou a mão sob a sua, com muito, muito cuidado. Como se ela fôsse explodir.

- Não tenho medo de você, Archeron.

- E nem eu de você.

Azriel sorriu com o canto dos lábios, e então suspirou, finalmente revelando o que havia descoberto.

- Seu Dom é a magia do Caos.

Nesta abriu a boca, e então a fechou. deve ter repetido o ato algumas dezenas de vezes, porque ele revirou os olhos e a ignorou, prosseguindo logo em seguida

- A magia do Caos é extremamente antiga e perigosa. Era comum em muitas fêmeas, que naqueles tempos, eram conhecidas como feiticeiras ou bruxas. Essa..magia.. vai muito além de desintegrar a vida de algo ou invocar chamas, Nesta. Você pode utilizar o caos pra fazer o que quiser. Você pode evocar o poder que quiser, e o caos.. bom, é muito poder. Poderia destruir um exército inteiro se estivesse irritada.. e pode.. moldar uma realidade. Poderia escrever a própria realidade, se assim o quisesse.

Ela ficou em silêncio, por um bom tempo, o observando, e quando percebeu que o observava a tempo demais, sentiu seu rosto enrubescer e desviou o olhar, encarando o piso de madeira pelo que pareceu uma eternidade.

- antigo como Rhyssand?

- Mais.

- Amren?

Azriel refletiu por alguns segundos, franzindo o cenho, de modo que uma ruga adorável surgisse em sua testa, e ele maneou com a cabeça.

- Se não igual, talvez até mais.

- Não irei a casa dos ventos.

- Não precisa ir sozinha.

- E Cassian?

- Ele precisa saber, você não concorda?

Nesta arfou, permitindo-se enfiar a cabeça entre os travesseiros, como se de alguma forma, pudesse desaparecer se entrasse ali. O espião suspirou novamente, mas a respeitou, e ficou ali por um longo tempo, em silêncio, ao seu lado. Nesta refletiu, refletiu pelo o que pareceu uma eternidade, até que um plano surgisse em sua mente, tão doentio e diabólico que ela precisou de todo o seu esforço para esconder nas profundezas de sua mente, para que nem mesmo o macho ao seu lado compreendesse o que estaria por vir.

- Tudo bem, eu irei.

O espião pareceu dar-se por satisfeito, embora ainda permanecesse um tanto desconfiado. Ainda assim, depositou sobre a cama um par de roupas e saiu silenciosamente, a aguardando na sala.

" Poderia moldar sua própria realidade "

Nesta, como um ser inerte e sem luz, seguiu pelo toalete, adentrando na banheira, ainda morna, e afundando lá dentro.

𝑨 𝑪𝒐𝒖𝒓𝒕 𝒐𝒇 𝑰𝒄𝒆 𝒂𝒏𝒅 𝑩𝒍𝒐𝒐𝒅Waar verhalen tot leven komen. Ontdek het nu