Um casamento por contrato entre um futuro Duque e a filha de um Barão deverá acontecer. Porém, nada sai como o esperado.
Aurora Rose deveria se casar com Louis Thompson, o futuro Duque de Alexandria. Porém, graças à nova Baronesa das flores, Louis...
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✝️ Edward ✝️
Edward não conseguiu dormir naquela noite com um pressentimento batendo no peito. Algo o atormentava, e nada tinha a ver com a decisão que havia tomado de procurar Louis primeiramente antes de dar sua palavra final sobre Aurora.
Depois da conversa com padre Cícero, sentiu a necessidade de esperar um pouco mais. Enviaria apenas um recado para ele dizendo que em breve chegaria em Londres e que o aguardasse lá. Mandaria o bilhete no dia seguinte após horas pensando na melhor solução, resolveria algumas coisas pendentes e urgentes e partiria para a casa dos Thompson em alguns dias.
Se deu por satisfeito com essa conclusão. Não deveria tomar decisões como esta através de cartas. Sebastian ainda não estava em Londres, e ele sabia que chegaria um pouco antes do natal, então ele tinha entre cinco a dez dias para conseguir falar com Aurora – de alguma maneira isso deveria acontecer antes do barão voltar.
Afinal, era o futuro dela que estava em jogo. Deveria fazer parte dessa decisão e dizer o que pensava.
Se Aurora o quisesse e estivesse disposta a ir em frente com ele na alegria e na tristeza, então Edward faria isto. Ele a queria como esposa, como companheira, como sua mulher. Ele honraria o que havia começado e se daria a chance de ser feliz e pensar em si primeiro.
Mas, se Aurora não o quisesse, bem... ele ao menos havia tentado e não só colocado o destino da garota à mercê dele e do irmão.
Estava contente com a conclusão que chegara. Edward precisaria se acostumar com a reviravolta que de repente aconteceu em sua vida mas, se tivesse quem amava ao lado, estaria feliz.
Ele era acostumado com pouco e não precisava de muita coisa após o casamento. Considerou a ideia de se tornar anglicano ou estudar para conseguir outro emprego. Sentiu-se jovem novamente — não que ele fosse velho , muito longe disso — mas recomeçar aos vinte e sete anos de idade era um pouco complicado.
Iria em frente, entretanto, com esperança. Encararia o novo, e se fosse preciso enfrentar o pai, ele faria. Afinal, não podia ficar com medo dele pelo resto de sua vida. Phillip não o via como filho e, se preciso fosse, ele também não o veria mais como o seu pai.
Entrementes, a euforia daquele dia havia dado lugar a uma melancolia incessante. Sentiu de repente uma vontade enorme de beber, de chorar e uma saudade de ouvir o canto dos pássaros ou a voz delicada de Aurora.
A noite passou pelos seus olhos trazendo uma manhã enevoada. Pela tarde começara a gear, e o chão que antes era verde tomava tons de branco. Ainda segurava ambas cartas em suas mãos sentindo a euforia do dia anterior esvair do corpo estranhamente.
Precisava mandar a carta para Louis antes que as estradas se fechassem. Como ali era um lugar de difícil acesso, também precisava urgentemente arrumar as malas e partir. Considerou ir sem aviso prévio, mas um dia ou dois apenas não fariam muita diferença.
